sábado, 9 de maio de 2009

De mudança

Como já havia dito, estou profundamente decepcionado com funções básicas que o Blogger não está cumprindo. Por isso, estou levando o OpiNBA para o Wordpress. Tenho experiências anteriores com o Wordpress e sempre fiquei satisfeito, apesar do menor número de recursos extras oferecidos. O novo endereço é:

http://www.opinba.wordpress.com/

Enfim, esta era uma necessidade para continuar minhas postagens com integridade. No novo blog já está disponível uma análise sobre os primeiros jogos das semifinais de Conferência. Eu conto com o apoio de quem já acompanha o OpiNBA e peço para que os parceiros atualizem o endereço do blog.

Obrigado e espero vocês no novo OpiNBA - http://www.opinba.wordpress.com/

sábado, 2 de maio de 2009

San Antonio Spurs 1 X 4 Dallas Mavericks

Chegando aos playoffs, Spurs e Mavericks pareciam viver situações bem diferentes. A equipe de San Antonio estava com sua "trinca" de protagonistas seriamente defasada: uma contusão tirou Manu Ginobili do resto da temporada e Tim Duncan não estava 100% fisicamente. Enquanto isso, Dallas vivia um de seus melhores momentos da temporada, vencendo a luta com Jazz e Hornets pela sexta posição do Oeste.

Para mim, a série não passou de um reflexo da situação de ambos. Embora possuísse o mando de quadra e anos de experiência, o Spurs não conseguiu parar uma franquia que, em melhor fase e completa, apresentava um basquete melhor e mais coletivo. A única surpresa foi a duração: não esperava que o confronto fosse decidido em apenas cinco jogos - minha aposta foi seis.

O perigo para o Mavericks mostrou-se, quase que unicamente, quando teve que confrontar bons momentos do armador Tony Parker, com suas infiltrações. Além de ser muito pouco vindo de um campeão recente, as entradas de JJ Barea foram eficientes para, até certo ponto, "conter" Parker.

Esta limitação do Spurs aconteceu porque o elenco de apoio da equipe teve performance pífia, na maior parte da série. Somados, Parker e Duncan tiveram nove (de 10) atuações com mais de 10 pontos. Por outro lado, todos os outros jogadores do Spurs somaram apenas seis - nenhuma nas duas últimas partidas da série. Neste ponto, fica evidente a falta de Ginobili, que sai do banco de reservas exatamente para aumentar o poder de fogo do time. Sem o argentino, a efetividade do banco de San Antonio caiu muito.

O Mavericks, por sua vez, mostrou a segurança de um time que mereceu a classificação. E, ao contrário do Spurs, tiveram boas atuações dos reservas Jason Terry (escolhido melhor sexto-homem da temporada) e Brandon Bass. Gregg Popovich não teve resposta para Josh Howard, que teve excelentes atuações. O alemão Dirk Nowitzki fez exatamente o que se esperava dele. Mesmo no garrafão, o criticado Erick Dampier encontrou brecha para acumular algumas boas atuações.

Assim como na eliminação de 2007-08, fiquei com a impressão de que o Spurs precisa de um processo de rejuvenescimento urgente em seu elenco. A equipe que mostrou quão importante pode ser a experiência precisa de atleticismo, vigor físico e juventude. A necessidade de atletas que ataquem a cesta com maior vitalidade e velocidade é sentida, enquanto atletas como Bruce Bowen e Michael Finley sentem, claramente, o peso da idade.

Confira a análise de Cavaliers vs. Pistons aqui.
Confira a análise de Lakers vs. Jazz aqui.   

sexta-feira, 1 de maio de 2009

Los Angeles Lakers 4 X 1 Utah Jazz

Jazz e Pistons foram os oitavos colocados de suas conferências, mas as séries que protagonizaram tiveram nuances muito diferentes. Os dois não tinham chances reais de vitória. A diferença é que Detroit não lutou pelo objetivo óbvio - uma eliminação digna -, jogando para que a série acabasse logo. Por outro lado, o Jazz mostrou, em boa parte dos confrontos, empenho e esforço.

O Jazz venceu uma partida porque este é o seu limite atual contra um time do calibre do Lakers. Em quadra, a equipe comandada por Jerry Sloan fez o que pôde. Logicamente, tropeçou em suas limitações e na superioridade técnica do adversário. Após ver a mediocridade do Pistons, a forma como Utah jogou merece parabéns, por mais que tenha ficado longe do brilhantismo.

Na verdade, analisando a frieza dos números, o grande problema do time de Utah foi o mesmo da temporada regular: a defesa. Foram quase 107 pontos sofridos por jogo, número inaceitável para uma equipe da NBA. O Jazz é uma equipe vulnerável dentro e fora de garrafão, que sofre contra bons infiltradores e não teve resposta para o Lakers - provavelmente, o elenco mais capacitado ofensivamente da Liga.

Assim sendo, não é surpresa que a única vitória dos comandados de Sloan ocorreu no único jogo em que não sofreram mais do que 105 pontos (86).

No entanto, é preciso ressaltar que o Lakers não mostrou todo o seu potencial. Na defesa, o time não foi bem e sofreu mais de 90 pontos em quatro das cinco partidas. Além disso, no acumulado da série, a equipe foi vencida nos rebotes (213-204). Neste confronto, onde a superioridade dos comandados de Phil Jackson era evidente, tais detalhes não fizeram a diferença. Contra os seus próximos (e mais fortes) oponentes, são fatores que podem desequilibrar a balança.

Assim como o Cavaliers, o Lakers deu um bom primeiro passo. Muito das falhas do time de Los Angeles podem ter sido incentivadas pela fragilidade do seu adversário. É provável que cresçam com a dificuldade que os próximos oponentes venham a proporcionar, pois, na temporada regular, os angelinos já provaram ser candidatos legítimos ao título. 

Confira a análise de Cavaliers vs. Pistons aqui.

quinta-feira, 30 de abril de 2009

Cleveland Cavaliers 4 X 0 Detroit Pistons

OBS: Estou pensando seriamente em mudar o endereço do blog. No último mês, o sistema para postagem de imagens ficou péssimo. Por isso, em muito posts, deixei de colocar imagens - muito mais por estes problemas do que por mim. Tenho boas experiências com hospedagens no wordpress.

O Pistons fez uma temporada absolutamente horrorosa. Como punição por este rendimento pífio, a equipe foi condenada a ter que jogar mais quatro jogos, contra o melhor time da conferência, para dar fim ao seu pesadelo. Esta é a minha síntese do que foi a série entre Cavs e Pistons.

Não foram apenas atuações apáticas do Pistons. Foi um time conformado com as derrotas e pouco esforçado em evitá-las. Na prática, eles queriam que acabasse logo - objetivo alcançado. Eu sabia que a série não passaria de quatro partidas, mas é impossível não ficar extremamente chateado com a forma como Detroit "jogou".

Nas entrevistas, é claro, todos vão dizer que se esforçaram. Mas, desde a metade da temporada, o elenco do Pistons sabia que o ano estava perdido. E, é claro, isso influencia. Ainda mais em um time que estava acostumado a brigar pelo título. Fora de quadra, você pode se preparar para o ano que vem. Mas, em quadra, ainda era a temporada 2008-09.

O Cavaliers fez o seu papel diante de um panorama tão desestimulador. Não deu chances, acabou rápido com a história. É até difícil avaliar um time quando enfrenta um adversário tão entregue, mas o Cavs está muito bem preparado. A defesa é bastante sólida e o ataque funciona. De fato, a equipe tem mais armas do que nunca e parece pronta para vencer.

O Cavaliers não precisa buscar mais legitimidade, mas seria legal vê-los enfrentando uma equipe que pudesse fazer-lhes frente. Com os rendimentos fracos de Magic e Celtics, parece que este time não existe no Leste.

quarta-feira, 29 de abril de 2009

Cobrir playoffs...

A pós-temporada é ótima de se assistir. Mas, para quem tem um blog ou site, eu não acho que seja tão divertido. Você fica quase obrigado a falar de todas as rodadas e criar postagens para cada uma das partidas. Por isso, eu prefiro fazer postagens para analisar o resultado final das séries, não para as parciais. No fim das contas, esta é a que conta mais, até porque não chego perto de assistir todos os confrontos de todas as séries. Se tivesse a chance de assistir, talvez pensasse diferente.

Três séries já terminaram e depois devo fazer postagens para cada uma delas.

 

sexta-feira, 24 de abril de 2009

Prêmios da Temporada - Parte 1

Nesta semana, a Liga começou a anunciar os vencedores dos prêmios individuais da temporada 2008-09. Até o momento, três já foram divulgados. Aqui estão os meus votos pessoais e visão sobre as escolhas da NBA:


Treinador do ano

Vencedor: Mike Brown (Cleveland Cavaliers)
Meu voto: Jerry Sloan (Utah Jazz)

Brown venceu com méritos, após comandar o time de melhor campanha desta temporada. Ele merece mais elogios do que recebe, até porque seu trabalho costuma ser ofuscado pela presença do astro LeBron James no time. No entanto, meu voto seria para Jerry Sloan, que administrou com muita habilidade as inúmeras contusões que o Jazz teve durante a temporada e conseguiu uma complicada classificação para a pós-temporada, mesmo que em oitavo lugar. A verdade é que a dificuldade do trabalho de Sloan impressiona. Afinal, o veterano treinador não contou com os dois principais atletas do time - o ala-pivô Carlos Boozer e o armador Deron Williams - em metade da temporada. Além disso, o fato de Sloan - que entrou no Hall da Fama há poucos dias - não ter um único prêmio de técnico do ano é a maior injutiça vigente nas premiações individuais da NBA.

Menção honrosa: Stan Van Gundy (Orlando Magic)
Perspectivas para o próximo ano: Sloan e Van Gundy são os dois nomes mais fortes, ainda mais se o Jazz sofrer uma mudança profunda em seu elenco.


Jogador Defensivo do ano

Vencedor: Dwight Howard (Orlando Magic)
Meu voto: Dwight Howard (Orlando Magic)

Howard não é apenas o quinto jogador da história a conseguir liderar uma temporada em rebotes e bloqueios, mas também a maior força defensiva da Liga. Sua escolha não oferece muita brecha para comentários porque era bastante óbvia. Hoje, o pivô é quem melhor utiliza seu vigor físico e atleticismo para o trabalho defensivo na NBA. A diferença de 394 pontos para o segundo mais votado (LeBron James - téorico "melhor defensor da melhor defesa", argumento que premiou Kevin Garnett, ano passado) prova sua superioridade. De 119 votantes, recebeu 105 seleções como melhor defensor.

Menção honrosa: Shane Battier (Houston Rockets) e Dwayne Wade (Miami Heat)
Perspectivas para o próximo ano: Em um mundo ideal, Howard é o principal favorito para este prêmio nos próximos sete anos. No entanto, acho que a popularidade de outros astros (LeBron James, Dwayne Wade, Kobe Bryant e Chris Paul) podem causar comoção que colocará em risco a supremacia de Dwight. Entre premiar pela enésima vez Howard e dar um prêmio para Wade ou LeBron...

Meu Time Defensivo 1: Dwight Howard (Magic) / Kevin Garnett (Celtics) / Shane Battier (Rockets) / Dwayne Wade (Heat) / Chris Paul (Hornets)
Meu Time Defensivo 2: Nene Hilário (Nuggets) / Tim Duncan (Spurs) / LeBron James (Cavaliers) / Kobe Bryant (Lakers) / Chauncey Billups (Nuggets)


Novato do ano

Vencedor: Derrick Rose (Chicago Bulls)
Meu voto: Derrick Rose (Chicago Bulls)

Pela falta do NBA Jumper, eu não fiz o ranking dos novatos. Mas, se tivesse feito, Derrick Rose teria liderado de ponta a ponta. Primeiro, ele venceu uma forte concorrência por uma vaga de titular no perímetro do Bulls. Depois, dentro de quadra, mostrou que merecia ser a primeira escolha do recrutamento. Durante uma temporada em que o Bulls foi mal comandado, Rose se solidificou como um dos poucos pontos de organização da equipe. No fim da temporada, apesar da forte concorrência, ele se confirmou como o melhor novato do ano, mesmo atuando com a maior responsabilidade e pressão entre os estreantes. E, por mais que isso não seja argumento válido para este prêmio em especial, ainda chegou nos playoffs - o que seus maiores oponentes não conseguiram.

Menção honrosa: Russell Westbrook (Oklahoma City Thunder), Brook Lopez (New Jersey Nets) e OJ Mayo (Memphis Grizzlies)
Perspectivas para o próximo ano: Muito nebuloso. Blake Griffin será a primeira escolha e, no escuro, o favorito para o prêmio.

Meu Time dos Calouros 1: Brook Lopez (Nets) / Jason Thompson (Kings) / OJ Mayo (Grizzlies) / Russell Westbrook (Thunder) / Derrick Rose (Bulls)
Meu Time dos Calouros 2: Marc Gasol (Grizzlies) / Kevin Love (Timberwolves) / Michael Beasley (Heat) / Courtney Lee (Magic) / Eric Gordon (Clippers)


Hoje, Jason Terry deve ser anunciado como o sexto jogador da temporada. Assim que saírem os últimos prêmios (jogador que mais evoluiu, MVP e o melhor executivo), analiso as escolhas. Até o momento, gostei das opções.

sexta-feira, 17 de abril de 2009

Análise - Orlando Magic vs. Philadelphia 76ers

Em um esforço coletivo com outros blogs à pedido da comunidade NBA Brasil do Orkut, aqui está uma análise da série de primeira rodada da pós-temporada entre Orlando Magic e Philadelphia 76ers. Em breve, estarei postando versões resumidas sobre minhas impressões de todas as séries:


Orlando Magic (59-23 – Terceiro colocado do Leste)

Pontos: Dwight Howard (20.6)
Rebotes: Dwight Howard (13.8)
Assistências: Rafer Alston (5.1)
Bloqueios: Dwight Howard (2.9)
Roubadas: Rafer Alston (1.8)
FG%: Dwight Howard (57.2%)
3p%: Courtney Lee (40.4%)
FT%: JJ Redick (87.1%)

Vitórias seguidas: Sete. Entre 13 e 27 de dezembro e entre 6 e 17 de janeiro.
Derrotas seguidas: Três. Entre 10 e 13 de abril.
Jogador mais velho: Anthony Johnson – 02/10/1974.
Jogador mais novo: Dwight Howard – 08/12/1985.
Jogadores nascidos fora dos EUA: Adonal Foyle (São Vicente e Granadinas), Marcin Gortat (Polônia), Mickael Pietrus (Ilha de Guadalupe) e Hedo Turkoglu (Turquia).
All Star Game: Três – Dwight Howard, Rashard Lewis e Jameer Nelson*.

*Não participou do jogo por contusão no ombro.

Time base:
Dwight Howard / Rashard Lewis / Hedo Turkoglu / Courtney Lee / Jameer Nelson

A Campanha – Na temporada 2008-09, o Orlando Magic deu continuidade ao processo de crescimento que vive nos últimos anos. Com um jogo baseado nas bolas de três pontos e na presença física do pivô Dwight Howard, a equipe comandada por Stan Van Gundy conseguiu 59 triunfos – sete a mais do que em 2007-08. Durante a temporada, o time sofreu um golpe forte com a lesão que tirou o armador titular Jameer Nelson das quadras pelo resto da campanha e dos playoffs. No entanto, através de uma troca, o Magic trouxe Rafer Alston do Houston Rockets para assumir a lacuna. Com Alston, a franquia manteve seu ritmo normal e garantiu o terceiro lugar da Conferência Leste sem maiores sustos ou concorrentes.


Philadelphia 76ers (41-41 – Sexto colocado do Leste)

Pontos: Andre Iguodala (18.8)
Rebotes: Elton Brand (8.8)
Assistências: Andre Miller (6.5)
Bloqueios: Samuel Dalembert (1.78)
Roubadas: Andre Iguodala (1.6)
FG%: Theo Ratliff (53.1%)
3p%: Donyell Marshall (45.5%)
FT%: Andre Miller (82.6%)

Vitórias seguidas: Sete. Entre 6 e 17 de janeiro.
Derrotas seguidas: Seis. Entre 5 e 14 de abril.
Jogador mais velho: Theo Ratliff – 17/04/1973.
Jogador mais novo: Marreese Speights – 04/08/1987.
Jogadores nascidos fora dos EUA: Samuel Dalembert (Haiti).

Time base:
Samuel Dalembert / Thaddeus Young / Andre Iguodala / Willie Green / Andre Miller

A Campanha – Depois de um bom final de temporada passada e a contratação do ala-pivô Elton Brand (o melhor agente livre disponível na off-season), esperava-se muito do Sixers em 2008-09. Muitos analistas projetavam que a equipe estaria entre as quatro melhores do Leste. No entanto, em quadra, as expectativas não se concretizaram. Com nove vitórias nos primeiros 23 confrontos, o treinador Maurice Cheeks foi demitido e o assistente da direção Tony DiLeo assumiu o posto. Com o interino, houve recuperação, mas, inesperadamente, o 76ers só voltou a jogar com efetividade parecida com a de 2007-08 após a contusão que tirou Elton Brand do resto da temporada. Sem o ala-pivô, o time viveu seus melhores momentos – inclusive, a maior série de vitórias da campanha. Ao fim da temporada, o Sixers garantiu a sexta vaga do Leste, com 41 vitórias e 41 derrotas – uma posição e um triunfo melhor do que os números de 2007-08.

Confronto direto na temporada

Orlando Magic 3 x 0 Philadelphia 76ers

6 de Novembro: PHI 88 x 98 ORL*
26 de Novembro: ORL 96 x 94 PHI*
28 de Fevereiro: ORL 106 x 100 PHI*

Horários dos jogos:

Jogo 1: dia 19 de abril, 18h30.
Jogo 2: dia 22 de abril, 20h.
Jogo 3: dia 24 de abril, 21h.
Jogo 4: dia 26 de abril, 19h30.
Jogo 5: dia 28 de abril*
Jogo 6: dia 30 de abril*
Jogo 7: dia 02 de maio*

*Se necessário

Previsão pessoal: Magic em cinco jogos.

quarta-feira, 15 de abril de 2009

Wall está vindo?

Muita gente diz que o draft de 2009 é fraco. Na minha opinião, esta é uma meia-verdade: não há grandes talentos individuais (Griffin, Rubio e?), mas há jogadores disponíveis para preencher 60 escolhas com atletas que vão ajudar suas equipes - é um recrutamento "profundo". De qualquer forma, os dois próximos drafts causam muito mais comoção entre os especialistas.

No entanto, o recrutamento pode estar prestes a receber uma "injeção" de talento individual. O colunista Chad Ford, da ESPN, descobriu que o armador John Wall - projetado para ser a primeira escolha do draft de 2010, segundo a maioria dos sites especializados - encontrou uma "brecha" na regra de elegibilidade da NBA e pode se tornar selecionável em 2009.

Sobre a elegibilidade de um jogador norte-americano ao draft, o estatuto da Liga diz:

"O jogador tem ou vai ter, no mínimo, 19 anos de idade durante o ano em que o draft é realizado, e, para os jogadores que não são estrangeiros, ao menos uma temporada da NBA deve ter se passado desde a sua graduação do colegial (ou, se não se formou, desde a graduação da classe com a qual ele se graduaria no colegial)”

A grande questão é que, tecnicamente, John Wall já é formado no colegial há um ano. Ele fez os quatro anos regulares do segundo grau norte-americano e, logo após, transferiu-se para um colégio preparatório religioso. Ou seja, embora ainda estivesse em uma instituição de ensino médio, Wall e sua turma formaram-se no ano anterior. E, como o armador completará 19 anos em setembro, já estaria apto para participar do recrutamento em 2009.

Os representantes do armador estariam estudando a situação e, por este motivo, Wall ainda não se comprometeu com nenhuma universidade. Se houver qualquer chance real de elegibilidade neste ano, a intenção do astro colegial é se tornar profissional imediatamente.

Chad Ford conversou com vários dirigentes de franquias da NBA e as opiniões são divergentes - alguns acham legítimo, outros não concordam. Nas próximas semanas, é esperado que Wall ao menos tente se inscrever no draft, forçando um posicionamento oficial da Liga. E, se avaliarmos os dizeres do estatuto, é possível que Wall consiga o cadastramento inicial. Assim, a única coisa que separaria o jovem do basquete profissional seria a contratação de um empresário.

John Wall direto do basquete colegial ainda não é risco para Blake Griffin e Ricky Rubio como potencial escolha TOP 2 do recrutamento. Mas, a partir daí, ele é o maior talento individual disponível. Eu tenho certeza que será um dos quatro primeiros selecionados - lógico, se ele chegar em 2009.

sábado, 11 de abril de 2009

Quem já está lá

Trinta e seis. Segundo a lista de entradas do Hoopsworld, este é o número de atletas universitários que se inscreveram no próximo draft, até o momento. Lógico, a quantidade de elegíveis já é muito maior, pois esta lista não conta os seniors, ou seja, os jogadores que terminaram a Universidade e estão cadastrados no recrutamento automaticamente - sem precisar de nenhum manifesto oficial.

O prazo para que os jogadores que ainda não terminaram o ciclo universitário possam se inscrever é 26 de abril. Então, existe tempo suficiente para que muitos outros atletas anunciem sua intenção de presença no recrutamento - o que deve acontecer. No entanto, como já disse em uma postagem anterior, apenas estar na lista não obriga ou garante a participação no draft. O jogador pode retirar seu nome da relação até 15 de junho. Aquele que realmente tiver interesse em ser recrutado, até a mesma data, precisa oficializar a contratação de um empresário.

Ao assinar com um empresário, sua possibilidade de rescindir sua elegibilidade acaba - você está, obrigatoriamente, no draft. Dos 36 jogadores relacionados pelo Hoopsworld, apenas 16 possuem agentes - ou seja, já estão lá. Aqui vai meus comentários sobre alguns deles:


Chase Budinger (Arizona - SF)
Junior - 21 anos

Budinger é um ala atlético, explosivo e um exímio arremessador, com um bom conhecimento de todos os fundamentos. No entanto, sua defesa é fraca até para o nível universitário e não é capaz de criar seus próprios arremessos. Os recrutadores gostam da inteligência que Budinger mostra em quadra, mas questionam até onde seu jogo pode ser traduzido entre os profissionais. Dúvida que compartilho com eles. Sua conduta voluntariosa é uma virtude, mas também acusa a falta de instinto agressivo de Chase em relação à cesta. Acredito que ele pode ter uma carreira sólida na NBA como um especialista em arremessos, mas nada muito além disso. As comparações com Brent Barry são bastante pertinentes. Deverá ser selecionado no final da primeira rodada.


Earl Clark (Louisville - SF)
Junior - 21 anos

Clark é atleta e jogador de basquete por excelência, combinando um excelente conhecimento dos fundamentos do esporte com a explosão, envergadura e atleticismo ideais para se destacar entre os profissionais. Seu jogo em transição e capacidade de assumir múltiplas funções e posições em quadra é impressionante. Os recrutadores enxergam real talento de elite em Clark e amam sua versatilidade. No entanto, se preocupam muito com a sua inconstância e seu aproveitamento nos arremessos de média e longa distância. Além disso, há divergências sobre em qual posição Clark se encaixaria na NBA - por este motivo, as comparações são diversas. Mantenho firme que Earl passa-me a impressão de um Boris Diaw melhorado, especialmente se melhorar seu arremesso. Deverá ser um dos 15 primeiros escolhidos do recrutamento.


Tyreke Evans (Memphis - SG/PG)
Freshman - 19 anos

Credenciado por ótimas atuações na NCAA, Evans está deixando Memphis em muito por causa da saída do treinador John Calipari, que vai para Kentucky. O que mais impressiona em Tyreke é seu instinto ofensivo, agressividade em relação à cesta, maximizado por atleticismo e condição física de elite. Além disso, é um defensor melhor do que recebe crédito e cria oportunidades para si e seus companheiros. Embora exista muito entusiasmo em torno dele, é evidente que mais um ano universitário seria muito importante. Evans não tem um bom arremesso e "perde o controle" em alguns momentos, precipitando ataques. Embora seja PG de formação e precise da bola nas mãos para ser efetivo, muitos recrutadores questionam a capacidade do garoto em armar uma equipe profissional. Os números sustentam a dúvida: em 29 minutos por noite, dá apenas 3.9 assistências, contrabalanceadas por absurdos 3.6 erros de ataque. Na minha opinião, Evans tem dois caminhos: desenvolver suas habilidades de armação ou um arremesso mais consistente. Talento e potencial não faltam, mas ele está preso entre duas posições (SG e PG) e isso sempre prejudica ótimos prospectos. Compará-lo com Larry Hughes - como muitos estão fazendo - é superestimar seu arremesso e subestimar seu potencial. Rodney Stuckey e uma versão bastante melhorada de Mardy Collins são paralelos mais realistas. Vai ser difícil passar das 15 primeiras seleções. 


Blake Griffin (Oklahoma - PF)
Sophomore - 20 anos

Neste momento, Blake Griffin é a indiscutível primeira escolha do recrutamento. O jogador mais dominante da temporada universitária (22.7 pontos e 14.4 rebotes) tem o pacote técnico, físico e atlético para causar impacto imediato entre os profissionais. Se existe um astro neste draft, ele é Blake Griffin. Ele possui um arsenal ofensivo vasto e muito eficiente, além de ser uma máquina de pegar rebotes. Áreas menos desenvolvidas do seu jogo, como a defesa e arremessos de média distância, mostraram evolução considerável durante a temporada. Como já disse, não vejo Blake anulando jogadores entre os profissionais, mas também não vejo ninguém anulando-o. Tem tudo para ser uma versão melhorada e mais agressiva de Carlos Boozer.


James Harden (Arizona State - SG)
Sophomore - 19 anos 

Harden é um jogador à moda antiga. Sua altura, envergadura e atleticismo são apenas medianos em comparação com outros jogadores universitários e prospectos. No entanto, o sophomore tem uma compreensão espetacular da dinâmica do jogo e qualidade técnica muito acima da média. Apesar de ser um dos scorers mais eficientes do basquete universitário - capaz de pontuar de todos os pontos da quadra - ele também é capaz de criar oportunidades para seus companheiros. Seu jogo sempre está à serviço do coletivo e a capacidade defensiva de Harden é subestimada. É, provavelmente, um dos jogadores mais inteligentes e com o melhor senso de decisão entre os universitários. A fraca atuação no Torneio da NCAA e o alto número de erros de ataque (3.4 por jogo, em grande parte por seu questionável controle de bola) são as maiores preocupações dos recrutadores, o que passa longe de torná-lo uma escolha arriscada. Um Brandon Roy menos talentoso é um bom paralelo para o ala-armador de 19 anos. Harden tem boas chances de ser uma das cinco primeiras escolhas do draft.


James Johnson (Wake Forest - SF/PF)
Sophomore - 22 anos

Atleta por excelência com bom conhecimento dos fundamentos do jogo, James Johnson é um ala capaz de jogar e pontuar dentro e fora do garrafão. Sua capacidade ofensiva é digna do basquete profissional, ajudada pela eficiência do seu trabalho de pernas e surpreendente versatilidade no perímetro. Apesar de mostrar intensidade e empenho, o instinto ofensivo de Johnson costuma levá-lo a tomar decisões precipitadas e seu QI dentro de quadra é bastante questionável. Muitos recrutadores gostam da versatilidade do ala, mas sua habilidade de marcar em nível profissional é duvidosa, pois baseia-se mais em atributos físicos do que em fundamentos defensivos. Johnson não me empolga. As comparações com Ryan Gomes (que também nunca me empolgou) são bem pertinentes. Ele está previsto para ser selecionado na segunda metade da primeira rodada.


BJ Mullens (Ohio State - C)
Freshman - 19 anos


BJ Mullens vai para o basquete profissional por dificuldades financeiras. Este é um dos poucos motivos para argumentar sua elegibilidade, pois ele não está preparado para a NBA. Após uma temporada, o pivô não conseguiu sair da reserva de Ohio State. Apesar de ter a envergadura, atleticismo e força física necessários para causar impacto imediato entre os profissionais, BJ carece de base técnica e um jogo mais polido, especialmente na defesa. Além disso, ele precisa adquirir maturidade - dentro e fora de quadra. Mas o pouco tempo de ação também não deu a chance para que o pivô mostrasse seus bons instintos ofensivos e alguns eficientes recursos que possui no ataque. A decisão de precipitar a saída do basquete universitário trouxe comparações com Robert Swift, mas BJ é mais talentoso e, fisicamente, está mais pronto para a NBA. A maioria dos sites comparam Mullens com Chris Kaman, mas ele ainda não jogou o bastante para fazer valer paralelos. Mesmo com todos os poréns, os recrutadores sabem que um talento como Mullens, em um draft pouco estrelar como este, ainda vale uma escolha de primeira rodada - para um time que tenha a paciência de deixá-lo alguns anos com um bom tutor. Ele pode ser muito bom. E, segundo muitos treinadores, a maioria dos pivôs altos saem do high school mais preparados para o basquete profissional do que para o universitário.


DaJuan Summers (Georgetown - SF)
Junior - 21 anos


DaJuan Summers é outro ala atlético, explosivo e com um físico pronto para a NBA que pode jogar dentro e fora do garrafão. No entanto, com sua precisão nos arremessos, ele é um atleta muito mais adequado para o jogo de perímetro. Além disso, DaJuan reboteia e assistencia com mais propriedade do que as estatísticas evidenciam (médias de 4.1 rebotes e 1.3 assistências). Defensivamente, Summers sabe utilizar sua envergadura para atrapalhar os adversários, mas não é um especialista, embora os recrutadores enxerguem nele a qualidade técnica para que torne-se um especialista em defesa entre os profissionais. Embora arremesse com excelência, DaJuan não tem apurada capacidade de criar seus arremessos e desperdiça muitas posses de bola. Quando bem marcado, ele também costuma forçar arremessos e jogadas de baixo acerto. Deverá ser escolhido entre as escolhas 25 e 35. Pelo pouco que vi jogar, ele me lembra Wilson Chandler - até mesmo pela capacidade (desperdiçada) de ser um grande defensor.


Jordan Hill (Arizona - PF)
Junior - 21 anos


O terceiro ano no basquete universitário trouxe o salto de qualidade que Jordan Hill precisava para se consolidar como um prospecto confiável. Os recrutadores estão impressionados com a sua capacidade de rebotear (foram 11 por jogo, na última temporada) e fazer o "trabalho sujo", mas questionam a falta de força física do ala-pivô. No entanto, o seu pacote de envergadura, atleticismo e intensidade dentro de quadra provou-se muito eficiente para compensá-la. Hill também é um defensor sólido e jogador bastante competitivo. Seu jogo ofensivo ainda é pouco desenvolvido, mas possui alguns movimentos muito efetivos e seu alto potencial para finalizar próximo da cesta é traduzido pela média de 18.3 pontos que conseguiu na última temporada. Entre os profissionais, só precisa tomar cuidado com as faltas. Uma versão melhorada de Chris Wilcox é uma previsão bastante realista. Deverá ser uma das sete primeiras escolhas do draft.


Na lista, também estão cinco prospectos internacionais: o armador francês Rodrigue Beaubouis, o pivô do Níger Aboubakar Zaki, o ala francês Fernando Raposo, o ala israelense Omri Casspi e o ala montenegrino Vladimir Dasic. Os dois últimos têm boas chances de serem selecionadas na segunda rodada. No entanto, os principais prospectos estrangeiros esperados são o armador espanhol Ricky Rubio e o ala-pivô lituano Donatas Motiejunas.

Outros dois jogadores universitários estão garantidos no recrutamento: o ala-pivô Brandon Costner (North Carolina State) e o armador Daniel Hackett (USC). Ambos não devem ser selecionados. Por ter tirado passaporte italiano recentemente, é provável que Hackett esteja visando o basquete europeu, não a NBA.

quinta-feira, 9 de abril de 2009

"Novidade" da Itália

Um dos técnicos mais respeitados da Europa. Quatro vezes campeão da Euroliga. Escolhido um dos 50 maiores contribuidores da história da Liga Européia de basquete. O currículo do italiano Ettore Messina é irretocável, quase perfeito para alguém com apenas 49 anos. No entanto, o maior desafio da carreira do treinador pode estar ainda por vir.

Com o final da temporada regular, as negociações esquentam entre franquias e técnicos. Neste ano, as conversas devem ser ainda mais intensas, por causa das seis demissões que aconteceram ainda na primeira metade da temporada. E o nome mais comentado no mercado não é de um americano, mas o de Ettore Messina.

Hoje, rumores deram conta que o New Jersey Nets tentará a contratação de Messina. O treinador atual da franquia, Lawrence Frank, sofre grande resistência interna e existe a real possibilidade de não continuar no cargo. Ettore é o favorito disparado do GM Kiki Vandeweghe, que deverá receber autonomia para a escolha de um possível novo técnico. O Sacramento Kings, que demitiu Reggie Theus no início da temporada, também cogitou o nome de Messina, mas o interesse não vingou.

No entanto, a equipe que sempre mostrou o maior interesse na contratação de Ettore Messina é o Toronto Raptors. O GM do time, Bryan Colangelo, é um grande fã do basquete europeu - o que pode ser verificado pelo alto números de atletas europeus que passaram pela equipe canadense, nos últimos anos. Colangelo também é fã incondicional de Messina, que considera um espetacular comandante e o homem ideal para trabalhar com um elenco cheio de europeus.

O que complica a contratação de Ettore Messina é, logicamente, a questão financeira. O treinador tem um contrato caro com o CSKA e precisaria encontrar uma forma de rescindí-lo. Além disso, é inevitável imaginar que o italiano vai receber menos dinheiro de uma equipe norte-americana média do que de um "gigante" do basquete do velho continente. Por este motivo, as três equipes também trabalham com outras alternativas.

O Kings, que passa por forte crise financeira, tem enorme interesse em contar com os serviços de Eddie Jordan (ex-Wizards) e, após a temporada, deve acerta com o treinador. O Raptors estuda a efetivação do interino Jay Triano, que recebe manifestações de apoio de todo o elenco, embora não tenha a confiança da maior parte da organização. Enquanto isso, o Nets pode se ver forçado a manter Lawrence Frank, uma vez que o técnico está sob contrato e, no caso de ser demitido, vai continuar sendo pago pelo Nets. Em tempos de crise, a franquia não quer pagar alguém apenas por força contratual.

Ainda não podemos esquecer que é muito difícil prever como será a adaptação de um treinador europeu na NBA, assim como sempre é a de um jogador. Ao invés de explicar esta parte, prefiro utilizar a explicação dada pelo técnico Mike Moreau, em um de seus recentes chats:

"Ele vai ter que se adaptar às regras e ao ritmo do jogo da NBA, assim como lidar com atletas de outros países e culturas. É um jogo diferente e a NBA é um mundo diferente".

De qualquer forma, se Ettore Messina disser que vai para a NBA, espere vários interessados - muito além de Nets, Kings e Raptors. Em uma Liga equilibrada, um comandante com vitalidade e vencedor pode fazer muita diferença. E este é o perfil de Messina.

quarta-feira, 8 de abril de 2009

Onde o futuro começa

Na última segunda-feira, o Torneio da NCAA teve a sua final. Infelizmente, um anti-climax. A Universidade de Carolina do Norte não encontrou problemas para derrotar a equipe de Michigan State, após um avassalador primeiro tempo.

Sobre o jogo, há pouco o que dizer. O treinador de MSU, Tom Izzo, chegou ao jogo final vencendo times superiores com estratégias de ação bastante sólidas, praticamente "moldando" sua equipe ao estilo de adversário. Contra Louisville - um time leve, cheio de alas e que joga com rapidez -, Michigan State utilizou o garrafão, truncou o confronto em ataques de meia quadra e encurralou o oponente com sua defesa impassível.

No final four, contra Connecticut, a equipe mudou de estratégia e atacou com muita velocidade, explorando a deficiência do adversário em partidas disputadas em transição. Sem aproveitar o contra-ataque, UCONN também ficou presa na marcação de meia quadra de Michigan State e caiu. Contra Carolina do Norte, que gosta de jogar em alta velocidade, era esperado que Izzo montasse um time que segurasse a bola e minasse a velocidade dos Tar Heels.

O esperado não aconteceu. Michigan State entrou no jogo com uma proposta de jogo rápido, na tentativa de explorar a questionável defesa de perímetro de Carolina do Norte. A estratégia não podia ser mais equivocada. UCONN impôs o seu ritmo e jogou da forma como gosta. Por outro lado, atuar com velocidade tirou a principal virtude da equipe de Izzo - a defesa de meia quadra. Com um dia particularmente ruim arremessando, Michigan State viu o adversário abrir mais de 20 pontos de diferença ainda no primeiro tempo. O jogo ficou definido.

Carolina do Norte campeã e Torneio da NCAA finalizado. Fim da história, certo? Errado.

Agora, os principais jogadores do basquete universitário começam a se posicionar sobre o draft da NBA - se vão ou não se inscrever no recrutamento. Os atletas têm até o dia 26 de abril para manifestarem sua decisão. No entanto, até o dia 15 de junho, existe a possibilidade de se tirar o nome da lista de elegíveis. Quem mantêm seu nome tem a data como prazo final para contratar um empresário - requisito necessário para se tornar profissional.

Muitos atletas colocam seu nome entre os elegíveis para conhecer o parecer dos recrutadores sobre seu jogo. Após ouvirem as opiniões, passam a trabalhar com base nos comentários, que sempre estão direcionados para sua preparação visando o basquete profissional. Ou seja, não há o que perder com o "blefe".

Como existem centenas de possíveis prospectos, dentro e fora dos Estados Unidos, é difícilimo acompanhar todos os rumores envolvendo cada atleta. A melhor forma de ficar atualizado sobre as decisões dos jogadores é pelo Hoopsworld, que fez uma postagem especial (e constantemente atualizada) com o nome dos universitários e estrangeiros que se inscreveram no recrutamento e se já possuem ou não empresário. Confira!

Já que estamos começando a falar de draft, vale a pena lembrar que o da WNBA acontece já nesta quinta-feira. Para ficar por dentro da situação do recrutamentos do basquete feminino, indico o blog WNBA Brasil - recentemente lançado por um grupo de meninas interessadas na Liga. Gosto de assistir a WNBA, mas não consigo ver sempre e não tenho o nível de informação que deveria ter. Com este novo blog, espero ficar mais atualizado...

quinta-feira, 2 de abril de 2009

Em algum lugar do Brooklyn

O New Jersey Nets fechou o ano fiscal de 2008 com um prejuízo de U$77.8 milhões. Em tempos de crise, não chega a ser um número alarmante - outras franquias, como o Sacramento Kings, tiveram perdas estimadas em mais de U$100 milhões. Além disso, a quantia foi quase igual aos prejuízos registrados pelo Nets nos dois anos anteriores. O grande problema não é quanto se perdeu, mas a forma como se perdeu tanto dinheiro.

A maior parte do prejuízo não foi resultante das derrotas em quadra, falta de público, fracassos de marketing ou contratos de jogadores, mas pelo Atlantic Yards. Este é o nome do projeto que envolve a nova arena do Nets, que será construída no famoso bairro do Brooklyn. A arena será nova, mas o projeto não é - tem, pelo menos, dois anos de existência. Dois anos em que não passou de um projeto, de um monte de idéias e planejamento estratégico.

A forte resistência da população local, trâmites legais mal resolvidos e a incapacidade da franquia em atender todos os preceitos para a construção fazem com que o projeto "Atlantic Yards" não saía do papel. Com valor total estimado em U$4 bilhões e passando por constantes alterações, a arena dá um prejuízo violento para a franquia, mesmo sem ter movimentado um único trabalhador ou tijolo. Como diz o velho ditado, tempo é dinheiro.

A pressão não é apenas externa. Parceiros e seguradoras da franquia também exigem mais agilidade do processo. Para piorar, a crise financeira fez com que diretores do Nets ficassem reticentes com a obra. A questão afeta ainda mais as finanças da equipe porque o grupo Forest City Ratner, que desenvolve o "Atlantic Yards", é dono de 23% das ações do time. Ou seja, o clima está ruim para todos.

Quando se tenta obter informações sobre o assunto, duas posições são bem marcantes. Bruce Ratner, líder da Forest City Ratner, e os dirigentes do New Jersey Nets dizem que o projeto continua de pé e as obras estão prestes a serem iniciadas. Por outro lado, a imprensa local afirma que o "Atlantic Yards" não saí tão cedo, se for construído. Hoje, com certeza, só pode-se dizer que a franquia pretende levantar uma nova arena em algum lugar do Brooklyn.

Em tempo: Nova enquete no ar, sobre a briga para MVP da temporada. Dê seu voto!

sexta-feira, 27 de março de 2009

Sweet Sixteen – Primeiro dia

Ontem, o Torneio da NCAA iniciou as semifinais de divisão, com quatro partidas. Bons jogos e algumas situações surpreendentes marcaram o dia. Pude acompanhar todos os confrontos e aqui estão minhas impressões:

Divisão Oeste

(1) Connecticut 72
(5) Purdue 60

A trajetória da Universidade de Connecticut na temporada diz que, quando o gigante Hasheem Thabeet joga bem, a equipe vence. Ontem, Purdue não teve resposta para a grande noite do pivô e este foi um dos pontos fundamentais para o resultado final. Enquanto esteve em quadra, Thabeet foi soberano no garrafão e seu impacto foi muito além dos 15 pontos, 15 rebotes e quatro bloqueios que acumulou. Nos pouquíssimos momentos em que Purdue teve chances de emparelhar o confronto, acabou esbarrando no cárater de seu próprio ataque – muito intuitivo e pouco organizado.


(2) Memphis 91
(3) Missouri 102

Memphis era a minha aposta para ser campeão de divisão. No entanto, não há o que reclamar sobre a derrota de ontem, pois Missouri foi melhor em todos os aspectos do jogo – atacou e defendeu melhor, além de ter uma postura mais equilibrada em quadra. A defesa de Memphis encaixou-se em pouquíssimos momentos e os jogadores de Missouri (em especial, J.T. Tiller e DeMarre Carroll) atacaram a cesta com muita tranquilidade. Na ofensiva, a pouca distribuição de Memphis deixou a equipe nas mãos do ala-pivô Robert Dozier e do (ótimo) ala-armador Tyreke Evans – em contraste com o adversário, que teve seus cinco titulares com 13 ou mais pontos.


Divisão Leste

(1) Pittsburgh 60
(4) Xavier 55

Pittsburgh esteve muito próximo de perder para Xavier. No último minuto de jogo, duas cestas decisivas do armador Levance Fields proporcionaram a tomada de liderança e confirmação da vitória de Pittsburgh. A péssima atuação ofensiva de DeJuan Blair pode ser apontada como um dos motivos para os problemas contra o acertadinho, mas não ótimo, time de Xavier. Blair é o grande talento da equipe e não tem reservas de qualidade comparável. Quando ele não está bem, Pittsburgh perde considerável força. Sem Blair, Pittsburgh perde seu grande diferencial. No fim das contas, o excelente trabalho defensivo e o “gás” final de Fields deu a vitória para Pittsburgh. Mas, contra Villanova, outro baixo rendimento de Blair deverá marcar o fim da linha.


(2) Duke 54
(3) Villanova 77

No meu bracket, apostava que Villanova chegaria ao Elite Eight. Eu tinha sérias dúvidas sobre como Duke reagiria a um jogo como este: contra uma equipe que, efetivamente, agredisse sua defesa, forçando o time de Mike Krzyzewski a pontuar. Ontem, em quadra, Villanova disparou no placar, atacando com sua qualidade e ímpeto habituais. Duke foi forçada a pontuar e correr atrás, contra uma defesa sólida e bem postada, e seu elenco não teve de onde tirar forças. Os três principais jogadores do time (Gerald Henderson, John Scheyer e Kyle Singler) acertaram nove de 45 arremessos tentados, com quatro para 21 da linha de três. Os times de Coach K são fantásticos na defesa, mas ressentem de um ataque mais poderoso e insinuante, o que ficou claro na partida de ontem. Quinta vez consecutiva que Duke não chega ao Elite Eight.


Por outros compromissos, não poderei acompanhar as partidas de hoje, mas acredito que Louisville, Oklahoma, North Carolina e Michigan State saiam vencedores. Porém, o único em que apostaria minhas fichas de olhos fechados é North Carolina.

domingo, 22 de março de 2009

Torneio da NCAA - Sweet Sixteen

Depois dos jogos deste domingo, os 16 melhores times do Torneio da NCAA já foram definidos. Para uma edição em que se esperavam muitas surpresas, as coisas estão bem mornas. Das equipes classificadas, só uma não está entre as cinco melhores rankeadas de sua divisão – a Universidade do Arizona, 12ª colocada do ranking prévio do Meio-Oeste. Duas das quatro divisões (Sul e Leste) têm as quatro instituições melhores posicionadas no rankeamento prévio como semifinalistas. Ou seja, apesar de algumas “zebras” em rodadas anteriores (a vitória de Cleveland State sobre Wake Forest, Dayton sobre West Virginia), elas não conseguiram exercer grande influência na disputa com a chegada das etapas mais derradeiras.

Mesmo Arizona não pode ser considerada uma total surpresa, já que, embora não tenha tido uma temporada brilhante, sempre foi uma das equipes mais talentosas da NCAA. E, além disso, a surpreendente vitória de Cleveland State sobre Wake Forest evitou que Arizona confrontasse a terceira rankeada da divisão, na segunda rodada. Se há algo que posso me orgulhar nas minhas previsões, no bracket da ESPN, foi ter apontado Arizona como um dos times presentes no Sweet Sixteen – mesmo que, no meu encadeamento, teriam vencido Wake Forest para chegar a este ponto, não Cleveland State.

Desta forma, vamos aos confrontos das semifinais de divisão:


Meio-Oeste

(1) Louisville
(12) Arizona

(2) Michigan State
(3) Kansas


Oeste 

(1) Connecticut
(5) Purdue

(2) Memphis
(3) Missouri


Leste

(1) Pittsburgh
(4) Xavier

(2) Duke
(3) Villanova


Sul

(1) North Carolina
(4) Gonzaga

(2) Oklahoma
(3) Syracuse


Até quinta-feira, quando começam as partidas que definem o Elite Eight, pretendo aparecer por aqui para dar meus palpites. No entanto, não posso garantir nada. Meu computador deverá precisar de uma reformatação e odeio lan houses. Além disso, tenho alguns compromissos ligados à minha formatura. Mas espero aparecer por aqui para não ficar apenas “em cima do muro” sobre os jogos.

quinta-feira, 19 de março de 2009

Torneio da NCAA

Hoje, o Torneio da NCAA começa. Na verdade, já começou na terça-feira, quando a últimas das 64 vagas para o mata-mata foi definida: Morehouse State venceu Alabama State e garantiu a presença no "Grande Baile". Presença curta, pois deverá ser derrotado por Louisville, que é a melhor equipe geral dos emparelhamentos, na partida de amanhã.

Como são enxurradas de jogos, aqui estão todos os emparelhamentos, de todas as divisões. Os vencedores de cada chave participam do chamado "Final Four". Vamos lá:


Meio Oeste

(1) Louisville
(16) Morehouse State

(8) Ohio State
(9) Siena

(5) Utah
(12) Arizona

(4) Wake Forest
(13) Cleveland State

(6)West Virginia
(11) Dayton

(3) Kansas
(14) North Dakota State

(7) Boston College
(10) USC

(2) Michigan State
(15) Robert Morris


Oeste

(1) Connecticut
(16) Chattanooga

(8) BYU
(9) Texas A&M

(5) Purdue
(12) Northern Iowa

(4) Washington
(13) Mississippi State

(6) Marquette
(11) Utah State

(3) Missouri
(14) Cornell

(7) California
(10) Maryland

(2) Memphis
(15) Cal State-Northridge


Sul

(1) North Carolina
(16) Radford

(8) LSU
(9) Butler

(5) Illinois
(12) Western Kentucky

(4) Gonzaga
(13) Akron

(6) Arizona State
(11) Temple

(3) Syracuse
(14) Stephen F. Austin

(7) Clemson
(10) Michigan

(2) Oklahoma
(15) Morgan State


Leste

(1) Pittsburgh
(16) East Tennessee State

(8) Oklahoma State
(9) Tennessee

(5) Florida State
(12) Wisconsin

(4) Xavier
(13) Portland State

(6) UCLA
(11) VCU

(3) Villanova
(14) American

(7) Texas
(10) Minnesota

(2) Duke
(15) Binghamton


A cada final de fase, pretendo trazer novamente as chaves atualizadas e fazer comentários sobre alguns dos jogos, além dos torneios menores que também estão sendo disputados (como o NIT). No entanto, pretender não é poder. Espero que consiga!

terça-feira, 3 de março de 2009

Defesa

Defesa é algo essencial para qualquer time que pense em vencer um campeonato - não apenas da NBA, mas de qualquer disputa minimamente competitiva. E não é difícil entender o porquê. Uma marcação bem realizada, não raramente, se converte em contra-ataques e cestas fáceis. Ou seja, um trabalho de marcação eficiente facilita a ação ofensiva. No basquete, acima da maioria dos esportes, o melhor ataque é a defesa.

Há cerca de uma semana, em seu chat semanal no site Hoopsworld, o treinador universitário e analista Mike Moreau afirmou que defesa é muito mais comprometimento do que técnica. Algo aparentemente simples, mas brilhante, que só poderia ter vindo de alguém com a vivência do treinamento. Em contraponto ao aspecto ofensivo, querer defender é muito mais importante do que saber defender.

Duas situações bem diferentes me fizeram refletir sobre isso. A primeira foi um jogo de basquete com amigos. Em uma partida de 12 pontos, estava 10 a oito. Um dos jogadores da equipe que estava perdendo disse: "Vamos apertar a defesa, vamos marcar!". O time começou a defender como nunca anteriormente. Forçando um erro de arremesso e recuperando uma bola, viraram o placar e venceram por 12 a 10.

A outra situação foi a demissão do treinador Terry Porter, do Suns. Ele chegou em Phoenix com o objetivo de melhorar a defesa da equipe - estilo contrário ao do antigo técnico, Mike D'Antoni, que nunca foi um entusiasta da marcação. Com grandes jogadores no elenco, a franquia tinha o talento necessário para mudar de direção. No entanto, o que se viu foram atletas descontentes e pouco empenho. Porter pedia esforço defensivo e, em quadra, pareciam fazer questão de não obedecer. A demissão foi a única saída.

Moreau está certo: não adianta nada ter jogadores de qualidade e capazes, defesa é (acima de qualquer coisa) um compromisso. Trata-se de doação. Realmente, "querer defender" é muito mais importante do que "saber defender".

quarta-feira, 18 de fevereiro de 2009

Cenário final - Trade deadline

Com menos de 24 horas para o final do prazo para realização de trocas, aqui estão algumas observações finais sobre a situação e possibilidades das franquias:


Atlanta Hawks – Não esperem nada. O Hawks não tem moedas de troca e não está ativo no mercado. Não se ouve nada em Atlanta.

Boston Celtics – Os negócios do Celtics começam após o prazo terminar, quando veteranos recentemente negociados forem dispensados pelas franquias. 

Charlotte Bobcats – Raymond Felton atrai muitos interessados, mas o Bobcats está decidido a não trocá-lo. Mas os dirigentes de Charlotte ainda possuem pretensões. Existe forte interesse do Blazers em Gerald Wallace e as duas franquias estão conversando. A questão que estagna as conversas é que o Bobcats só aceita trocar Wallace em um pacote que inclua o pivô Nazr Mohammed, recentemente adquirido e dono de um contrato que vai até 2011, pagando cerca de U$20 milhões. Logicamente, Portland não quer assumir o péssimo contrato do pivô. Jamaal Tinsley é outro atleta em que o Bobcats tem interesse.

Chicago Bulls – A troca com o Sacramento Kings já foi um grande movimento para o Bulls, mas Paxson deverá continuar ativo nesta quinta-feira. Existem rumores sugerindo negociações que envolvem os dois contratos mais caros do elenco: Larry Hughes e Kirk Hinrich. O Wizards possui um interesse antigo em Hughes (que corre o risco de não entrar em quadra enquanto estiver em Chicago) e um suposto negócio pode acontecer pelo pivô Etan Thomas e o armador Mike James. Embora não haja ganho financeiro para nenhuma das duas equipes, a transação traz jogadores novos para as duas equipes em troca de atletas desgastados. Sobre Hinrich, o Bulls já conversou com diversas franquias. No negócio recém-fechado com o Kings, é dito que os dirigentes de Sacramento tentaram a inclusão do armador – ou no lugar de Nocioni, ou com a adição de Mikki Moore ao negócio – o que não aconteceu. O Bulls está conversando com o Minnesota Timberwolves para trocar Hinrich, mas os jogadores que chegariam a Chicago ainda são um mistério. Um nome certo é o contrato expirante do pivô Jason Collins. Neste momento, o rumor mais plausível é o que aponta a ida do ala-armador Rashad McCants. No entanto, há rumores que incluem o ala Brian Cardinal e escolhas futuras de draft no pacote oferecido pelo Twolves. Uma proposta com Cardinal e Collins exigiria a inserção de mais um jogador do Bulls, que seria o ala-armador Thabo Sefolosha.

Cleveland Cavaliers – Existem muitas informações divergentes em relação ao Cavaliers. Eu acredito que, neste momento, Danny Ferry está com o ouvido colado no telefone, recebendo e fazendo propostas. O contrato expirante de Wally Szczerbiak é muito valioso e nomes como os alas Richard Jefferson e Vince Carter, o ala-pivô Charlie Villanueva e os pivôs Chris Kaman e Marcus Camby são muito cogitados em Cleveland. Mas, neste momento, o favorito da corrida do Cavaliers é o ala-pivô Antawn Jamison, do Washington Wizards. Eu imagino que, se há um sinônimo para atividade, este é Danny Ferry.

Dallas Mavericks – O Mavericks está estudando possibilidades, mas, diferentes do que muitos (inclusive eu) imaginam, não parece estar realmente empenhado. Segundo Mark Cuban, Jason Kidd e Josh Howard não estão disponíveis. A equipe já perdeu a corrida por John Salmons e Brad Miller e não parece realmente interessada em mais nenhum cenário evidente. No entanto, o contrato de Jerry Stackhouse continua sendo oferecido e causa certa comoção entre a Liga, o que pode render uma troca para o Mavs. Ainda acho que o Mavericks é um forte candidato à major trade do ano, especialmente se o Suns colocar Shaquille O’Neal na mesa.

Denver Nuggets – O Nuggets pode fazer uma troca, mas não existe movimento ou rumores no Colorado. Se houver algum time interessado em oferecer um pivô pelo ala Linas Kleiza, que vai ser agente livre ao final da temporada, a franquia de Denver estará disposta a conversar. Mas não vejo nada de grande ou média proporção acontecendo.

Detroit Pistons – Muita gente está de olho no Pistons, pois tem contratos expirantes e jovens talentos para tentar uma grande troca. No entanto, os rumores estão diminuindo em Detroit e Joe Dumars parece satisfeito com o que tem em mãos. O plano do Pistons não é imediato e as perspectivas ruins para a pós-temporada não parecem incomodar. A vaga no elenco aberta na troca de Alex Acker deverá ficar guardada para a off-season.

Golden State Warriors – O Warriors está ativo, mas não recebe propostas. Existe uma grande vontade de trocar Corey Maggette – que é encarado como um grande erro –, mas não existem interessados a ponto de assumir o recém-assinado contrato de cinco anos e U$50 milhões. Eu estou atento, mas não focado, aos comentários em Oakland.

Houston Rockets – O Rockets está realmente empenhado em contar com o ala Vince Carter. E mesmo com McGrady fora da temporada, é possível que uma troca entre os dois primos aconteça, pois o Nets está mais interessado no contrato de T-Mac do que em seu rendimento. No entanto, é improvável. Se a transação por Carter não der certo, espero o Rockets indo atrás de alguma outra franquia e outros jogadores. Os dirigentes texanos parecem muito dispostos a realizar mudanças no elenco.

Indiana Pacers – O Pacers parece quieto, mas todos desconfiam. A franquia é dona de dois valiosos contratos expirantes – Rodoslav Nesterovic (U$8.4 milhões) e Marquis Daniels (U$6.8 milhões) – e possui várias peças medianas para complementar propostas de troca. Além disso, os dirigentes de Indiana trabalham em uma transação com o Bobcats, envolvendo o armador Jamaal Tinsley. Se o Pacers realmente fizer uma troca, Tinsley deverá estar no meio. Se não for com esta motivação, não vejo nenhum negócio no caminho da franquia.

Los Angeles Clippers – O Clippers segue dizendo que todos, exceto o novato Eric Gordon e o pivô Marcus Camby, estão disponíveis. O problema é que praticamente todos que procuram a equipe estão interessados em Camby. Chris Kaman, outro pivô que atrairia pretendentes, está machucado e não se ouve muitas informações sobre o andamento da sua recuperação. Se não for por um destes dois homens de garrafão, não vejo mais cenários possíveis para o Clippers.

Los Angeles Lakers – O Lakers está buscando algum interessado no ala Adam Morrison, que foi adquirido na troca que levou Vladimir Radmanovic para Charlotte. Mas será muito difícil encontrar alguém.

Memphis Grizzlies – Ouve-se muitos rumores sobre jogadores do Grizzlies, mas nada sobre a franquia. É uma incógnita, certamente. Adquirir Chris Mihm já foi mais do que o esperado.

Miami Heat – O Heat está em busca de um armador para fechar o seu elenco, mas o mercado não oferece tantas opções. Existe um forte rumor que indica a ida de Earl Watson, do Thunder, para o Heat, mas nada realmente confirmado. Um dos atletas que poderiam ser oferecidos pelo armador é o ala Dorell Wright. Outros nomes comentados em Miami são Kyle Lowry (Grizzlies) e Raymond Felton, mas nenhum deles parece realmente disponível. O Heat está recebendo diversos telefonemas de equipes interessadas no ala-armador Daequan Cook, mas Pat Riley afirmou que o jogador não está disponível.

Milwaukee Bucks – O Bucks estará com dois cenários em aberto para discussão. O primeiro e preferencial envolve negociar o ala Richard Jefferson – que atrai interesse de Cavs e Blazers. O time de Milwaukee quer contratos expirantes pelo jogador, já que a intenção da franquia é aliviar sua folha salarial para proporcionar a renovação dos vínculos do ala Charlie Villanueva e do armador Ramon Sessions. No caso de não terem nada de concreto envolvendo Jefferson, o time deve partir para negociar Villanueva e/ou Sessions, pois são agentes livres e podem sair da equipe quando a temporada terminar. Ou seja, o Bucks perderia ambos por nada. Qualquer dos dois panoramas que prevaleça, uma ou mais trocas acontecerão.  

Minnesota Timberwolves – Os dirigentes de Minnesota estão trabalhando com as chances de trocar um pacote envolvendo os contratos expirantes do pivô Jason Collins e do ala-armador Rashad McCants. A principal conversa é com o Bulls, em uma troca pelo armador Kirk Hinrich. Mas a teórica principal moeda de troca da franquia, o ala Mike Miller, não está disponível e isso faz com que o Twolves mantenha negociações com bem menos franquias do que poderia.

New Jersey Nets – O Nets está ativo e estuda várias possibilidades no mercado. Vince Carter atrai muito interesse ao redor da NBA e os executivos de Nova Jersey ouvem e estudam todos os negócios oferecidos. Além disso, a equipe está empenhada em trocar o ala-pivô mexicano Eduardo Najera e o contrato expirante do pivô Stromile Swift. Pode ser que não aconteça nada, mas existe ação em Jersey.

New Orleans Hornets – O cancelamento da troca de Tyson Chandler pode, mas não deve, fazer grande diferença para o Hornets – que adoraria e procura trocas, mas não tem as peças ideais para atrair interessados.

New York Knicks – A franquia está interessada em trocar Jerome James, Eddy Curry e Jared Jeffries. Boa sorte!

Oklahoma City Thunder – O cancelamento da troca de Tyson Chandler reforça a posição do Thunder como time hiper-ativo no mercado. O time volta a ter quatro contratos expirantes: os alas-pivôs Chris Wilcox (U$6.7 milhões) e Joe Smith (U$4.7 milhões), o pivô Saer Sene (U$2.2 milhões) e o ala Desmond Mason (U$5.3 milhões). Além disso, o armador Earl Watson está disponível para trocas, sendo uma das melhores opções que o mercado oferece na posição – e existe interesse forte do Heat. Mas, acima de tudo, a franquia possui três escolhas de primeira rodada do próximo recrutamento e está aberto para ceder uma ou duas para outras equipes. O Thunder, salvo uma absurda falta de interessados, deve acabar o dia com uma ou duas trocas realizadas. 

Orlando Magic – O único jogador realmente disponível do elenco do Magic é o ala-pivô Brian Cook. De qualquer forma, a franquia não parece interessada em realizar trocas.

Philadelphia 76ers – O Sixers parece ser o time mais calmo deste trade deadline. Uma troca de pequeno porte sempre é possível, mas nada é iminente.

Phoenix Suns – Com o aparente retorno do run and gun à Phoenix, os rumores de troca sobre Amare Stoudemire se dissiparam. As chances de trocá-lo abaixaram radicalmente. No entanto, a franquia continua interessada em diminuir sua folha salarial e uma negociação é necessária. As possibilidades de negócio caem, principalmente, sobre o pivô Shaquille O’Neal. É possível que o Suns passe a quinta-feira oferecendo o pivô para várias equipes da Liga – e existe um possível interesse em Dallas. Steve Kerr estará atento e trabalhando, mas não tão forte quanto se Amare ainda estivesse em vias de ir embora.

Portland Trail Blazers – O Blazers deverá fechar uma troca nesta quinta-feira. O compromisso expirante do ala Raef LaFrentz atrai muito interesse e a franquia está procurando um ala para solidificar seu quinteto titular. Vince Carter, Caron Butler, Richard Jefferson e Gerald Wallace são as quatro opções com as quais o Blazers está trabalhando, sendo que os dois últimos são os favoritos. Wallace parece ser o foco das atenções da equipe, mas a insistência do Bobcats em incluir o pivô Nazr Mohammed estagna as negociações. Neste caso, Jefferson é a principal opção e o Bucks está plenamente aberto a negociar o atleta apenas pelo contrato de LaFrentz. Existe um cenário de transação altamente divulgado (e já postado aqui), ainda em discussão, que levaria Raef LaFrentz, o ala Travis Outlaw e o armador Sergio Rodriguez para Milwaukee, em troca do armador Luke Ridnour e de Richard Jefferson. Com Bucks, Bobcats ou até mesmo com outra franquia, uma troca deve ser fechada.

Sacramento Kings – O objetivo principal do Kings foi alcançado com a troca de Brad Miller e John Salmons para o Bulls. Nesta quinta, os dirigentes da equipe devem continuar telefonando para todas as franquias da Liga, tentando conseguir interessados pelo armador Beno Udrih e os alas-pivôs Mikki Moore e Kenny Thomas – o que é bastante improvável. Sacramento já fez uma troca, mas o verdadeiro motivo de festa será se conseguirem fechar uma segunda.

San Antonio Spurs – O Spurs vem mostrando uma vontade incomum de realizar trocas, que está sendo frustrada apenas pela falta de peças no elenco. Eu acredito que o time texano vai continuar procurando uma troca, por mais difícil que seja imaginá-los fechando alguma.

Toronto Raptors – O Raptors ainda tem algumas moedas de trocas que serão oferecidas e despertam interesse, em especial o ala-armador Anthony Parker. Não devemos esperar mais uma troca da franquia canadense, mas se ela vier não será surpresa. E Parker deverá estar envolvido.

Utah Jazz – Pouquíssimos rumores em Utah. Até mesmo as conversas sobre Carlos Boozer cessaram. O Utah Jazz pode conversar com outras franquias, mas não parece interessado em negociar.

Washington Wizards – Nenhuma equipe na situação do Wizards (muitos gastos e derrotas) está totalmente fora das conversas, como os dirigentes de Washington dizem. Na verdade, há indícios fortes que apontam para o exato contrário: todos estão de prontidão nos telefones e com vários cenários de troca em discussão. E os telefones estão tocando. Existe um interesse bem documentado em Larry Hughes, do Bulls, e levando em conta o baixo prestígio do atleta em Illinois, o time da capital tem boas chances de adquiri-lo com um pacote que inclui o pivô Etan Thomas e o armador Mike James. O time ainda está sendo constantemente questionado sobre o ala-pivô Antawn Jamison e o ala Caron Butler – e existe uma grande possibilidade de um deles (Jamison, provavelmente) ser negociado. Os dirigentes do Wizards ainda trabalham e buscam cenários que possam promover a saída do ala Darius Songaila. Apesar das constantes negações, deverá ser uma quinta bastante movimentada em Washington.


Aqui estão as informações que consegui coletar nas últimas horas. Neste momento, às duas horas da manhã de quinta-feira, é isso que pode ser dito sobre a situação das franquias. No entanto, como já pudemos ver, tudo pode mudar em 10 minutos e toda esta lógica cai por terra. Esperemos por trocas – vou estar alerta!  

Muito movimento em Sacramento

O Kings é um dos times mais envolvidos em conversas de trocas. Como já disse em umas três postagens recentes, existem muitos jogadores disponíveis e muitos interessados. Aqui estão vários cenários possíveis envolvendo trocas entre diversas franquias da Liga e o Kings:

- Com a provável manutenção de Amare Stoudemire pelo Suns, o Bulls voltou a negociar com o Kings, interessado em adquirir Brad Miller. O contrato expirante do ala-pivô Drew Gooden é presença certa na troca. O problema é a composição complementar. O Kings tem interesse em Andres Nocioni e isso faz com que seja discutido um cenário que envolva Miller e Salmons por Gooden e Nocioni. No entanto, o Kings tem mais pretendentes por Salmons e utilizar as duas principais moedas de troca de uma vez não seja uma boa idéia. Além disso, o contrato do ala argentino é longo e vai comprometer (em média) U$7 milhões dos cofres de Sacramento por ano, até 2012. Se o Bulls quiser apenas Miller, um cenário possível para transação seria Drew Gooden e a trade exception de U$5.4 milhões que Chicago pode utilizar.

UPDATE: Segundo Sam Amick, do jornal Sacramento Bee, troca quase fechada entre Kings e Bulls: Salmons e Miller vão para Chicago em troca de Andres Nocioni e os contratos expirantes de Drew Gooden, Michael Ruffin e Cedric Simmons.

- O Mavericks tem grande interesse em contar com Salmons e também gosta da possibilidade de contar com Brad Miller. A franquia já ofereceu o ala Jerry Stackhouse – que possui contrato até 2010, mas só U$2 milhões garantidos na próxima temporada –, mas o Kings quer mais. Nas últimas horas, Dallas parece ter aumentado a oferta e ter incluído o ala-pivô Brandon Bass no pacote. Os dirigentes do Kings estão interessados, mas precisam incluir mais um atleta para que o negócio atenda todas as exigências financeiras da Liga. O problema está neste ponto: os únicos atletas que são oferecidos pela direção de Sacramento são Beno Udrih, Kenny Thomas e Mikki Moore. As conversações seguem com preferência para a inclusão de Udrih.

- O Spurs também estaria interessado em John Salmons, mas não tem muitas chances porque não possui as moedas de troca certas. O time estaria oferecendo o contrato expirante de Ime Udoka, o ala Bruce Bowen e considerações financeiras para possibilitar a dispensa de Bowen, que ainda tem dois anos de contrato. A proposta atende as exigências financeiras do Kings, mas não trazem o talento ou juventude que a franquia procura.

- Apesar de ter adquirido o pivô Tyson Chandler, o Thunder ainda tem interesse em adquirir Salmons. O time estaria disponibilizando o contrato expirante do ala-armador Desmond Mason e uma ou duas das três escolhas de primeira rodada que possuem no próximo recrutamento. As seleções são baixas (originalmente, do Nuggets e do Spurs) e, conhecendo os possíveis novatos, é uma aposta alta.

- O próprio Sam Amick, que quase confirmou a troca com o Bulls há poucos minutos, acabou de dizer que uma nova proposta, agora do New Jersey Nets, está sendo analisada pelo Kings. Por Miller e Salmons, vão para Sacramento o novato Ryan Anderson, o ala Trenton Hassell, o contrato expirante de Stromile Swift e o ala-pivô Eduardo Najera. Não traz, em nível ideal, nem talento e muito menos talento. Mas está sendo discutida.

- O Knicks é dos times que mais mantém conversas com o Kings. Os dirigentes de Nova York pretendem adquirir Miller ou Salmons. Os dois times ainda estão próximos de acertar uma troca pelo pivô, levando para Sacramento o ala Jared Jeffries e o contrato expirante de Malik Rose. No entanto, a equipe do Oeste também queria a inclusão do armador Nate Robinson, que não é aceita pelo Knicks. Considerando que Nate será agente livre restrito ao fim desta temporada, não é difícil ver o Knicks aceitando esta condição.  

segunda-feira, 16 de fevereiro de 2009

Rumores - Trade Deadline

O trade deadline é quinta-feira e existem muitas trocas em discussão. A grande maioria não vai sair do papel, mas todos os dirigentes estão procurando oportunidades para fortalecer seus times. Eis alguns rumores e fatos que venho lendo e ouvindo, nos últimos dias:


Amare Stoudemire

Como está sendo vastamente negociado, a próxima casa de Stoudemire deverá ser Chicago. Muitos cenários de troca estão sendo noticiados, com poucas mudanças substanciais. Mas um comentarista confiável que leio ficou sabendo, por meio de duas fontes ligadas à negociação, que um novo componente deverá ser adicionado ao negócio: uma trade exception de U$5.4 milhões pertencente ao Bulls. Assim, a troca estaria configurada com:

Suns cede Amare Stoudemire, além dos alas Louis Amundson e Jared Dudley.
Bulls cede a trade exception de U$5.4 milhões, o ala-armador Thabo Sefolosha e os alas-pivôs Tyrus Thomas e Drew Gooden (contrato expirante de pouco mais de U$7 milhões).

Ainda é possível (não exatamente provável) que o Bulls envolva o ala-pivô Cedric Simmons e/ou escolhas de draft para concretizar o negócio. Eu não sabia que Chicago possuía esta exceção salarial, mas sua inclusão na troca é quase certa, uma vez que a franquia do Arizona está realizando esta troca com o intuito de reduzir sua folha salarial e este é um modo bem simples de alcançar o objetivo.

É preciso citar também que, após o anúncio da demissão do técnico Terry Porter, cresceram os rumores dando conta que o Suns poderia manter Stoudemire no elenco. O novo treinador, Alvin Gentry, tem a intenção de reativar o run and gun em Phoenix e Amare novamente se tornaria peça-chave do projeto da equipe. No entanto, é um cenário ainda pouco possível, pois a relação entre jogador e dirigentes parece estar desgastada.

No caso da manutenção de Stoudemire, o Suns precisaria de um plano B para sua limpeza salarial. A opção óbvia para troca seria Shaquille O’Neal. Aparentemente, existe um interesse do Dallas Mavericks em contar com Diesel, mas Phoenix teria que aceitar o contrato do pivô Eric Dampier para que as conversações avançassem. Com poucos dias para o fechamento da temporada de transações, este é (mais um) panorama improvável.


Wally Szczerbiak

Após muitas idas e vindas, o ala-armador Wally Szczerbiak deverá permanecer em Cleveland. O GM do Cavaliers, Danny Ferry, teria fechado as possibilidades de troca após um novo contato com o Los Angeles Clippers, que confirmou novamente a indisponibilidade do pivô Marcus Camby. Mas ainda existe uma pequena chance do dirigente mudar de idéia: com o ala Richard Jefferson reportadamente disponível para trocas, é possível que Ferry tente um último contato com o Bucks.


Richard Jefferson

Após quase dois meses negando que o ala Richard Jefferson seria trocado, o Milwaukee Bucks voltou atrás. Jefferson está disponível para trocas. A franquia procura contratos expirantes, que permitam a renovação com o armador Ramon Sessions e do ala Charlie Villanueva – os dois principais jogadores do Bucks, após o início do ciclo de contusões que assola a equipe, e, a partir de julho, agentes livres restritos.

O Blazers, que sempre foi o principal interessado no ala, já está em conversações avançadas com os executivos de Milwaukee e uma troca entre os dois times é provável:

Bucks cede Richard Jefferson e o armador Luke Ridnour.
Blazers cede Raef LaFrentz (contrato expirante de U$12.7 milhões), o ala Travis Outlaw e o armador Sergio Rodriguez.

Eu não costumo acreditar em qualquer rumor que colocam na minha frente, mas este faz muito sentido. Durante as últimas semanas, era de conhecimento geral que o Blazers procurava um titular mais sólido para a posição de ala – e Jefferson sempre foi um dos favoritos do GM Kevin Pritchard. Neste momento, a presença de Ridnour é um empecilho para que o Bucks promova o promissor Ramon Sessions para uma das cinco vagas iniciais. Mas, em Oregon, ele seria uma peça consistente para uma rotação igualitária com Steve Blake.

Pelos lados de Portland, Outlaw, Rodriguez e LaFrentz sempre foram os atletas mais cogitados para serem trocados. Rodriguez viria para recompor a rotação de armação do Bucks e Outlaw compensaria a saída de Jefferson. É bem lógico e um movimento muito inteligente das duas partes.


Vince Carter

Eu sempre acreditei que o Nets não estava interessado em trocar Vince Carter e reforço esta impressão. Existe quem goste e queira Carter, mas seu contrato é longo (vai até 2011) e mina qualquer chance de agir ativamente no verão de 2010. Como já disse, acho que o Nets vai ser esperto o bastante para esperar até a off-season, quando deverão se definir quem está e quem não está visando 2010, para buscar cenários e propostas. Quando esta divisão ficar bem clara, o Nets poderá conseguir uma oferta muito mais sólida por um jogador da qualidade de Vince. Mas não sou apenas eu quem diz isso. Nas últimas horas, muitos especialistas afirmaram que Carter ficará em New Jersey, pois o Spurs retirou-se oficialmente das conversas pelo atleta.


Detroit Pistons

Hoje, o Pistons trocou o novato Alex Acker com o Los Angeles Clippers, por uma futura troca de escolhas de draft de segunda rodada. O tipo de movimento que não dá para ser previsto, mas que pode significar bem mais do que a qualidade dos envolvidos sugere. Com esta troca, o Pistons abre uma vaga no seu elenco. Logo após o anúncio do negócio, a opinião geral é que o GM do time, Joe Dumars, tem outra transação encaminhada. Apesar de todos os indícios apontarem para esta conclusão, eu não acredito muito em algo engatilhado já para esta trade deadline, a não ser um negócio de pequeno porte ou uma troca de contratos expirantes (Iverson ou Rasheed Wallace). Muito mais plausível é imaginar que Dumars planeja assinar com dois agentes livres na próxima off-season.


Tyson Chandler

Um recente rumor está apontando para a ida do pivô Tyson Chandler, do New Orleans Hornets, para o Oklahoma City Thunder, em troca dos alas-pivôs Joe Smith e Chris Wilcox – contratos expirantes que somam U$11.5 milhões – e uma escolha de primeira rodada do próximo draft. Se esta proposta for efetivamente oferecida para o Hornets, acho muito difícil que não seja aceita.

Atualmente, o Hornets é dono de uma das folhas salariais mais saturadas da Liga. O time tem, no mínimo, U$64 milhões por temporada comprometidos até 2011-12. Na próxima temporada, são mais de U$76 milhões em vencimentos. Ou seja, se o time assumir todos os contratos que tem, não terá flexibilidade econômica para melhorar substancialmente sua equipe. Neste caso, New Orleans precisa (desesperadamente) de alívio salarial de grande porte.

As três peças que podem trazer este tipo de alívio são Chandler e os alas Peja Stojakovic e Morris Peterson. Stojakovic tem U$42.6 milhões a receber até 2011, quando terá 34 anos – o que faz com que seja um atleta de custo-benefício questionável, muito difícil de ser negociado. Peterson e seu longo contrato não têm valor nenhum de mercado. Quem resta é Chandler.

A dúvida que fica é qual escolha de draft das três de primeira rodada pertencentes ao Thunder será cedida. A primeira, provavelmente TOP 5, não sai das mãos da franquia. As outras duas são de Nuggets e Spurs, que estão fixadas no final da lista.


Sacramento Kings

O Kings não vai sair deste trade deadline sem realizar uma troca. Qualquer jogador que não se chame Kevin Martin, Spencer Hawes ou Jason Thompson está disponível. A franquia parece ter interessados em adquirir o pivô Brad Miller e o ala John Salmons. O armador Beno Udrih e os alas-pivôs Kenny Thomas e Mikki Moore estão sendo agressivamente oferecidos para as equipes da Liga, sem muito sucesso.

O grande problema do Kings é que todos os seus jogadores – inclusive Miller e Salmons – são encarados como “segundas opções” para as franquias interessadas. Miller é a segunda opção do Bulls, caso o Suns decida não trocar Amare Stoudemire. Salmons é a segunda opção do Blazers, caso não consiga Richard Jefferson. Logicamente, o Kings também tem “segunda opções” de interesse, mas com propostas bem menos substanciais do que as oferecidas por Chicago e Portland.

Miller pode ser trocado para o Knicks, em um pacote formado por Malik Rose e Nate Robinson. Já Salmons, atrai interesse do Thunder (pelo contrato expirante de Joe Smith ou Chris Wilcox) e Mavericks (pelo contrato em vias de término de Jerry Stackhouse). No entanto, o Kings deverá esperar até o fim dos negócios entre Bulls-Suns e Blazers-Bucks para fechar qualquer troca por Miller e Salmons. Devemos esperar trocas de Sacramento, mas nada até quarta-feira.

quarta-feira, 11 de fevereiro de 2009

Draft 2009 - Uma primeira visão

O aspecto ruim advindo de uma excelente turma de novatos (como a de 2008) é a expectativa criada em torno da seguinte – raramente correspondida. Este ano não parece ser diferente. O nível geral dos calouros está bem abaixo dos selecionáveis do ano passado, o que leva grande parte dos especialistas a dizer que as franquias não devem procurar astros, mas atletas que possam ser bons componentes de rotação. Sabendo da mobilização que jovens talentos costumam causar, isso nunca é um sinal positivo.

Logicamente, existem talentos, mas longe da abundância e obviedade de 2008. Para acertar, os recrutadores vão ter que trabalhar mais do que em anos anteriores. E é neste momento em que se conhecem os bons recrutadores e observadores – quando as chances de sucesso são incertas e a escolha certa se esconde atrás de várias potencialmente erradas.

Eu confesso que não acompanho o basquete universitário como gostaria. Com transmissões em horários e dias aleatórios, as emissoras que exibem as partidas (BandSports e ESPN) não ajudam. Em especial no BandSports, existe o problema extra da falta de critério para seleção de confrontos, que, muitas vezes, não envolvem sequer instituições rankeadas. Ou seja, o nível técnico sofrível é um repelente de audiência e um teste para a paciência (e sou reprovado).

Esta primeira visão traz alguns jogadores que já vi atuar (não muitas vezes, como já deixei claro) e deverão figurar entre os 30 selecionados da primeira rodada do próximo draft, a não ser que optem por ficar mais um ano na NCAA. As observações são baseadas nos jogos, vídeos, box scores recentes e artigos de diversos sites especializados, que me ajudaram a ter uma percepção mais ampla dos jovens.

Lembro que, no caso do basquete universitário norte-americano, a última impressão é a que fica. Ou seja, não esperem impressões definitivas antes do torneio da NCAA – quando as 64 melhores instituições se encontram e chegam os momentos de decisão.


Blake Griffin (PF – Oklahoma) – Sophomore, 19 anos

Médias: 33 minutos, 22.1 pontos, 14.1 rebotes, 1.3 bloqueios, 1.3 roubos de bola e 62.6% de aproveitamento nos arremessos de quadra.

Neste momento, o ala-pivô Blake Griffin é a primeira escolha indiscutível do draft. Indiscutível porque reúne talento e produção dentro de quadra como nenhum outro atleta universitário. Ele é forte, atlético, pega rebotes com facilidade e tem a envergadura necessária para se tornar um dos melhores jogadores de garrafão da Liga. Ofensivamente, Griffin já possui um arsenal mais do que digno para o basquete profissional. Sua defesa ainda pode melhorar muito, embora já tenha melhorado consideravelmente, em comparação ao seu primeiro ano universitário. Eu não o imagino anulando oponentes, mas também não o vejo sendo totalmente anulado. Buscando um comparativo ou projeção, Griffin parece muito com Carlos Boozer, com potencial para ser melhor defensor.


James Harden (SG – Arizona State) – Sophomore, 19 anos

Médias: 34.7 minutos, 21.9 pontos, 5.4 rebotes, 4.0 assistências, 1.8 roubos de bola e 51.6% de aproveitamento nos arremessos de quadra.

Harden é um jogador à moda antiga. Ele não é explosivo, rápido ou alto para sua posição, mas possui uma compreensão espetacular do jogo e qualidade técnica muito acima da média. Cria oportunidades para seus companheiros e para si mesmo (aproveitadas por sua capacidade de pontuar de qualquer lugar da quadra). O ala-armador é o maior cestinha de Arizona State e tem potencial para ser um bom scorer entre os profissionais, mas sempre está mais comprometido com a equipe do que com seu rendimento individual. Apesar de cometer muitos desperdícios de posse (o seu controle de bola ainda precisa ser mais desenvolvido), Harden sabe conciliar a capacidade de passar a bola e finalizar, raramente tomando decisões equivocadas. Não tenho dúvidas que o ala-armador está pronto para o basquete profissional. A eficiência, simplicidade e aspecto coletivo do seu jogo lembram muito Brandon Roy, embora não acredite que tenha potencial para chegar a tal nível.
 

Hasheem Thabeet (C – Connecticut) – Junior, 21 anos

Médias: 30.5 minutos, 13.0 pontos, 10.1 rebotes, 4.0 bloqueios e 64.5% de aproveitamento nos arremessos de quadra.

Thabeet é uma daquelas escolhas que farão um GM parecer bestial ou uma besta. Do alto dos seus 2.21 metros de altura, o jogador originário da Tanzânia é a resposta óbvia para um tempo de escassez de pivôs. E, defensivamente, Thabeet pode ser chamado de um “monstro” – uma combinação de envergadura e atleticismo que atrapalha qualquer atacante, culminando em médias de quatro bloqueios e 10 rebotes por jogo. Mas ele ainda passa longe de ser um primor técnico. No aspecto ofensivo, em especial, Thabeet está muito cru: seu arsenal e movimentos próximos da cesta são quase nulos. Some-se também a dificuldade que ele sempre encontra nos confrontos com pivôs mais leves e técnicos. Os recrutadores amam jogadores altos, mas Hasheem não é uma certeza. Existem chances de ser o novo Dikembe Mutombo, assim como também pode ser o novo Michael Olowokandi.  


Greg Monroe (PF – Georgetown) – Freshman, 18 anos

Médias: 30.4 minutos, 13.1 pontos, 6.4 rebotes, 2.9 assistências, 1.7 bloqueios, 1.8 roubos de bola e 56.1% de aproveitamento nos arremessos de quadra.

Neste momento, Greg Monroe é o melhor freshman do país e um dos meus jogadores favoritos da NCAA. Ele é um pivô extremamente técnico, inteligente e com maturidade sensacional para sua idade. Possui um repertório surpreendente tanto na defesa, quanto no ataque, trabalho de pernas exemplar e capacidade para jogar de frente e costas para a cesta. A falta de vontade e entusiasmo, o grande motivo de desconfiança dos recrutadores, não foi perceptível em nenhum momento da temporada. As duas grandes preocupações em torno de Monroe são as atuações irregulares, que são comuns entre os freshmen, e o atleticismo abaixo da (alta) média atual. No entanto, seus recursos estão se provando mais eficientes do que o atleticismo dos oponentes. Em uma época de raros pivôs técnicos, o potencial de Monroe é absolutamente assustador. E, entre os atletas de garrafão universitários, não existe melhor credencial do que ter atuado na Universidade de Georgetown.


Stephen Curry (PG – Davidson) – Junior, 20 anos

Médias: 34.0 minutos, 28.7 pontos, 4.3 rebotes, 6.2 assistências, 2.9 roubos de bola e 45.5% de aproveitamento nos arremessos de quadra.

Curry é o melhor scorer da NCAA e o jogador que coloca Davidson no mapa do basquete universitário. Ele é o atleta com a combinação mais efetiva de habilidade, instinto e criatividade ofensiva do país – o que pode ter herdado do seu pai, o ex-jogador e exímio arremessador Dell Curry. Apesar de ter momentos de descontrole e precipitar alguns tiros, não é individualista e está se revelando cada vez mais voluntarioso. A falta de altura, força física, explosão e o atleticismo abaixo da média fizeram com que fosse remanejado para a armação principal do time, onde faz um excelente trabalho e comprova seu potencial. As 6.2 assistências por partida são uma média impressionante – ainda mais quando se percebe que a equipe de Davidson joga esperando que Curry resolva as jogadas. Entre os armadores, o jovem também se revela um bom defensor. Com o crescente desenvolvimento da sua visão de jogo e capacidade de passar a bola, demonstra um entendimento superior da dinâmica de quadra. Os recrutadores têm dúvidas sobre a real capacidade que Curry possui de atuar como PG entre os profissionais (armando e defendendo), mas é muito difícil ignorar que Stephen carrega o talento necessário para o basquete profissional.


Jrue Holliday (PG – UCLA) – Freshman, 18 anos

Médias: 26.8 minutos, 9.9 pontos, 4.0 rebotes, 3.6 assistências, 1.6 bolas roubadas e 51.2% de aproveitamento nos arremessos de quadra.

Em muitas instâncias, Jrue Holliday lembra Russell Westbrook quando estava no basquete universitário. Ambos são muito atléticos, não possuem um estilo de jogo espetacular, precisam aprimorar seus arremessos de média e longa distância e tem uma combinação muito eficiente de inteligência e visão de jogo. Mas, acima de tudo, os dois são excelentes defensores – e este aspecto encanta os recrutadores. Assim como Westbrook, o freshman consegue aplicar seu atleticismo aos bem desenvolvidos fundamentos defensivos que possui para se tornar um atleta capaz de anular os armadores adversários. Se estiver disposto, ele pode se inscrever no draft e será selecionado entre as 15 primeiras escolhas. Mas, se ficar mais um ano na NCAA, não há dúvidas de que Holliday chegará ao nível profissional com maior capacidade ofensiva e mais provado – o que, reunido com sua habilidade defensiva, fará dele um dos cinco primeiros selecionados de 2010. 


Brandon Jennings (PG – Itália) – 19 anos

Jennings foi pioneiro em quebrar o curso natural do jogador colegial norte-americano e sair da high school para o basquete profissional europeu. A decisão pode não ter sido excelente, mas traz algumas inegáveis vantagens e aprimoramentos ao seu jogo. Por mais que exista uma má vontade por parte dos recrutadores, o talento do armador é indiscutível e, há pouco menos de um ano, Jennings era o melhor jogador colegial dos Estados Unidos com sobras. Ele continua com uma das mais impressionantes combinações de arsenal ofensivo e atleticismo que muitos já viram. Apesar de arremessar mais do que um armador tradicional, também assistencia em um nível muito acima da média, apresentando qualidade de passe e visão de jogo necessário para comandar um time da NBA. Logicamente, Jennings ainda precisa amadurecer e tornar-se mais ponderado dentro de quadra – algo que os recrutadores gostariam de julgar na NCAA. Ele precisa evoluir o aspecto defensivo de seu jogo e, em especial, adquirir massa muscular e força física, pois é “franzino” demais para o basquete profissional norte-americano. Mas trata-se de um talento extraordinário (para mim, um dos três maiores deste draft), que necessita ser um pouco mais trabalhado. 


Al-Farouq Aminu (SF – Wake Forest) – Freshman, 18 anos

Médias: 29.3 minutos, 13.2 pontos, 8.5 rebotes, 1.4 bloqueios e 53.8% de aproveitamento nos arremessos de quadra.

Um dos melhores freshmen do país, Aminu também é um dos jogadores mais versáteis deste recrutamento. Em Wake Forest, atua em três posições (ala, ala-pivô e pivô), ajudado pela sua impressionante combinação de atleticismo, explosão física e envergadura, que fazem com que tenha um alcance muito maior do que permitiria seus 2.04 metros. Apesar de não ter um jogo polido (reflexo da juventude), Aminu compensa com entusiasmo e personalidade, ajudando no ataque e na defesa. Para um ala, ele possui um timing de rebotes incomum. O problema é que Al-Farouq carece de força física e um jogo de perímetro mais desenvolvido – ter mais recursos técnicos e arremessar melhor de média e longa distância –, o que acaba realçado por seus momentos de imaturidade (reflexo da juventude novamente). Eu ainda não sei em que posição Aminu atuaria na NBA, mas o ala Thaddeus Young (Sixers) é uma boa comparação.


Jordan Hill (PF – Arizona) – Junior, 21 anos

Médias: 34.6 minutos, 18.0 pontos, 11.7 rebotes, 2.1 bloqueios e 55.0% de aproveitamento nos arremessos de quadra.

Em seu terceiro ano no basquete universitário, Jordan Hill está dando o salto de qualidade que ensaia há algum tempo. Seus números aumentaram de forma sensível e se consolidou como um dos melhores reboteiros da NCAA. É conhecido como um atleta esforçado, que treina com afinco e se movimenta muito sem a bola, em busca de espaços. A falta de força física é uma legítima preocupação dos recrutadores, mas seu atleticismo, envergadura e intensidade dentro de quadra mostram potencial para compensá-la. Se não conseguir atuar como pivô na NBA (caso parecido com o de Michael Beasley, do Heat), a mobilidade e capacidade de arremessar de curta e média distância são trunfos que garantem boas chances de sucesso como ala. Ele me passa a sensação de que pode se tornar uma versão mais modesta tecnicamente do Chris Bosh, do Raptors. Mas, independente de atingir esta expectativa ou não, Hill parece preparado para entrar no basquete profissional.  


Jeff Teague (PG – Wake Forest) – Sophomore, 20 anos

Médias: 31.6 minutos, 20.9 pontos, 3.8 rebotes, 3.8 assistências, 2.1 roubos de bola e 51.3% de aproveitamento nos arremessos de quadra.

Teague é dono de um dos arsenais ofensivos mais completos do basquete universitário, o que ajudou em sua meteórica trajetória de escolha de segunda rodada para TOP 10 do draft deste ano. Com sua velocidade e atleticismo, é capaz de superar marcações e infiltrar no garrafão para uma cesta fácil. Com sua pontaria, converte arremessos de qualquer ponto da quadra. Defensivamente, Teague não compromete e, apesar de não ser um marcador por excelência, consegue trazer dificuldades. O grande problema do jovem é que sua altura, envergadura e pouca força física quase o obrigam a atuar como um armador principal e os recrutadores questionam seriamente sua capacidade de comandar uma equipe. Teague não é um grande assistenciador e comete muitos desperdícios de bola (3.4 por jogo). Suas decisões dentro de quadra sugerem que seja muito mais um SG no corpo de um PG do que um combo guard ou armador principal. Atualmente, o sophomore de Wake Forest parece uma versão menos atlética, porém mais habilidosa ofensivamente, de Nate Robinson – mas pode ser melhor.  


DeMar DeRozan (SG – USC) – Freshman, 19 anos

Médias: 31.0 minutos, 12.5 pontos, 5.2 rebotes, 1.0 roubos de bola e 51.8% de aproveitamento nos arremessos de quadra.

Decepção. Assim pode ser definido o primeiro ano universitário de DeRozan, que chegou como um dos mais talentosos atletas colegiais do país e sucessor de OJ Mayo na USC. Física e atleticamente, DeRozan está pronto para jogar entre os profissionais: é um ala-armador alto, forte, explosivo. No entanto, necessita trabalhar alguns aspectos técnicos do seu jogo. Apesar de ter um grande arsenal ofensivo, não mostra desenvoltura para criar seus próprios arremessos e agressividade para controlar as ações de uma partida. Os recrutadores esperam que, com seus atributos técnicos e físicos, ele domine o jogo, o que não está acontecendo. Além disso, o freshman precisa arremessar melhor de média e longa distância e evitar algumas decisões precipitadas. Por outro lado, ele não é individualista como outros candidatos a astros e está se revelando um grande defensor na NCAA. Isso sem contar que, por mais que não esteja brilhando, o seu talento é inquestionável. Com mais um ano entre os universitários, terá tudo para se converter em uma versão melhorada (mais completa, voluntariosa e inteligente) do ala Gerald Green, na pior das hipóteses.


Earl Clark (SF – Louisville) – Junior, 21 anos

Médias: 33.8 minutos, 13.0 pontos, 8.5 rebotes, 3.0 assistências, 1.7 bloqueios e 42.1% de aproveitamento nos arremessos de quadra.

Entre os principais prospectos do próximo draft, Earl Clark é uma das maiores incógnitas. Atleta e jogador de basquete por excelência, ele combina um bom conhecimento dos fundamentos do jogo com a envergadura, explosão e agilidade necessárias para entrar na NBA. Em quadra, ainda mostra-se altamente inteligente e voluntarioso, com qualidade de passe que o coloca como um candidato à futuro point forward (lateral que pode assumir a função de um armador). No entanto, apesar de parecer promissor, Clark é muito inconstante. Em certas noites, é capaz de dominar uma partida. Em outras, é dominado facilmente. Um possível causador desta inconstância é o seu arremesso, que nunca foi ótimo ou bem selecionado (acerta 46% para dois pontos e apenas 26% de três). Entre os recrutadores, questiona-se em que posição atuará entre os profissionais. No esquema homogêneo e versátil de Louisville, ele pode jogar nos cinco postos. Na NBA, só sabe-se que será um ala (armador, convencional ou pivô?). Se aprimorar os tiros de média e longa distância, seria uma escolha muito mais fácil e segura para as equipes. Apesar de ser um candidato em potencial a bust, tenho certeza de que Clark tem as qualidades e talento para se tornar uma versão melhorada de Boris Diaw.  


Ty Lawson (PG – North Carolina) – Junior, 21 anos

Médias: 27.9 minutos, 15.3 pontos, 6.6 assistências, 2.2 roubos de bola e 54.5% de aproveitamento nos arremessos de quadra.

Jogando bem desde o seu primeiro dia com North Carolina, Lawson é uma presença constante nos mock drafts, mas nunca colocou seu nome no recrutamento. Na temporada passada, um problema disciplinar fez com que não se elegesse. Este ano, salvo algum problema de última hora, Ty vai estar entre os elegíveis. Ele tem tudo para ser um armador consistente entre os profissionais, com a possibilidade de contribuir imediatamente. Apesar de ser baixo, Lawson é forte e veloz. É um marcador sólido e um atacante voluntarioso, com um bom arremesso de média distância e altíssimo aproveitamento nos tiros de três pontos (48.5%). Trata-se também de um armador puro por excelência, dono de controle de bola, visão de quadra e qualidade de passe dignas do basquete profissional. Como bônus, desperdiça pouquíssimas bolas. Não há dúvidas, porém, que Lawson é muito mais efetivo quando se aproveita de sua alta velocidade do que quando precisa armar em ritmo cadenciado. Sua estatura limitada vai trazer problemas quando enfrentar armadores mais altos e atléticos, mas eu acredito que tem um grande futuro na NBA. 


BJ Mullens (C – Ohio State) – Freshman, 19 anos

Médias: 20.2 minutos, 9.3 pontos, 4.6 rebotes, 1.2 bloqueios e 62.6% de aproveitamento nos arremessos de quadra.

BJ Mullens tem a envergadura, atleticismo e força física para se tornar um jogador profissional imediatamente. Só que, visivelmente, ainda não está preparado para a NBA. BJ sequer é titular em Ohio State. Apesar de apresentar alguns bons recursos ofensivos, ainda precisa adquirir a maturidade que só mais anos de NCAA vão trazer. Defensivamente, suas noções são básicas e está totalmente cru. Adicione o fato de tomar decisões precipitadas e perder muitas bolas. Mullens tem instintos e estrutura física de um ótimo jogador, mas precisa de base técnica. Os recrutadores acreditam no potencial a longo prazo do jovem, mas muitos questionam se ele é efetivamente capaz de desenvolver o seu jogo. Neste momento, BJ é um atleta de colegial no basquete universitário. No entanto, com a falta de pivôs talentosos, não vão faltar franquias dispostas a apostar em Mullens. É sempre muito difícil traçar uma comparação para alguém tão despreparado. Grande parte dos sites especializados comparam-no com Chris Kaman – o que acho uma previsão otimista demais.


Tyler Hansbrough (PF – North Carolina) – Senior, 23 anos 

Médias: 29.2 minutos, 22.1 pontos, 7.8 rebotes e 52.2% de aproveitamento nos arremessos de quadra. 

A NCAA é bem diferente da NBA. Hansbrough é um dos três melhores jogadores do basquete universitário norte-americano e está tecnicamente preparado para se tornar profissional. Mas os recrutadores têm muitas dúvidas sobre seu possível sucesso na NBA, uma vez que ele não tem a altura, o atleticismo e a envergadura convencional de um ala-pivô da Liga. Logicamente, Tyler compensa suas deficiências físicas com outras grandes virtudes. Dentro de quadra, ele tem capacidade ofensiva excelente e é um jogador extremamente inteligente e competitivo. A energia com a qual atua é o que todo o treinador espera de um atleta. Já fora de quadra, é um exemplo de profissionalismo e empenho. Embora muita coisa conspire a favor de Hansbrough, ainda pesa contra o fato de que, aos 23 anos, ele não pode ser considerado um prospecto para grande evolução. Eu vejo o senior como um jogador muito similar ao argentino Luis Scola. 


Darren Collison (PG – UCLA) – Senior, 21 anos

Médias: 30.9 minutos, 14.3 pontos, 5.0 assistências, 1.7 roubos de bola e 53.3% de aproveitamento nos arremessos de quadra.

Completar o ciclo universitário foi uma boa decisão para Collison. Nestes quatro anos, Collison se tornou um arremessador mais capaz e um armador mais completo. Apesar de baixo, pouco atlético e explosivo, ele é rápido e possui bom instinto dentro de quadra. Não se trata de um armador criativo, mas com uma boa qualidade de passe, controle de bola e inteligente. Se não é um defensor brilhante, mostra afinco e consegue encurtar a produção dos oponentes. Até por já ter ficado quatro anos no basquete universitário, os recrutadores não vêem grande espaço para evolução, o que deve colocá-lo na segunda metade do primeiro round do recrutamento. A melhoria em seu arremesso não é o bastante para torná-lo uma opção ofensiva consistente e sua capacidade de pontuação é baixa. Collison deverá ter uma carreira segura como armador reserva, mas nada muito maior. O estilo de jogo de Darren parece muito com Chris Duhon.