sexta-feira, 27 de março de 2009

Sweet Sixteen – Primeiro dia

Ontem, o Torneio da NCAA iniciou as semifinais de divisão, com quatro partidas. Bons jogos e algumas situações surpreendentes marcaram o dia. Pude acompanhar todos os confrontos e aqui estão minhas impressões:

Divisão Oeste

(1) Connecticut 72
(5) Purdue 60

A trajetória da Universidade de Connecticut na temporada diz que, quando o gigante Hasheem Thabeet joga bem, a equipe vence. Ontem, Purdue não teve resposta para a grande noite do pivô e este foi um dos pontos fundamentais para o resultado final. Enquanto esteve em quadra, Thabeet foi soberano no garrafão e seu impacto foi muito além dos 15 pontos, 15 rebotes e quatro bloqueios que acumulou. Nos pouquíssimos momentos em que Purdue teve chances de emparelhar o confronto, acabou esbarrando no cárater de seu próprio ataque – muito intuitivo e pouco organizado.


(2) Memphis 91
(3) Missouri 102

Memphis era a minha aposta para ser campeão de divisão. No entanto, não há o que reclamar sobre a derrota de ontem, pois Missouri foi melhor em todos os aspectos do jogo – atacou e defendeu melhor, além de ter uma postura mais equilibrada em quadra. A defesa de Memphis encaixou-se em pouquíssimos momentos e os jogadores de Missouri (em especial, J.T. Tiller e DeMarre Carroll) atacaram a cesta com muita tranquilidade. Na ofensiva, a pouca distribuição de Memphis deixou a equipe nas mãos do ala-pivô Robert Dozier e do (ótimo) ala-armador Tyreke Evans – em contraste com o adversário, que teve seus cinco titulares com 13 ou mais pontos.


Divisão Leste

(1) Pittsburgh 60
(4) Xavier 55

Pittsburgh esteve muito próximo de perder para Xavier. No último minuto de jogo, duas cestas decisivas do armador Levance Fields proporcionaram a tomada de liderança e confirmação da vitória de Pittsburgh. A péssima atuação ofensiva de DeJuan Blair pode ser apontada como um dos motivos para os problemas contra o acertadinho, mas não ótimo, time de Xavier. Blair é o grande talento da equipe e não tem reservas de qualidade comparável. Quando ele não está bem, Pittsburgh perde considerável força. Sem Blair, Pittsburgh perde seu grande diferencial. No fim das contas, o excelente trabalho defensivo e o “gás” final de Fields deu a vitória para Pittsburgh. Mas, contra Villanova, outro baixo rendimento de Blair deverá marcar o fim da linha.


(2) Duke 54
(3) Villanova 77

No meu bracket, apostava que Villanova chegaria ao Elite Eight. Eu tinha sérias dúvidas sobre como Duke reagiria a um jogo como este: contra uma equipe que, efetivamente, agredisse sua defesa, forçando o time de Mike Krzyzewski a pontuar. Ontem, em quadra, Villanova disparou no placar, atacando com sua qualidade e ímpeto habituais. Duke foi forçada a pontuar e correr atrás, contra uma defesa sólida e bem postada, e seu elenco não teve de onde tirar forças. Os três principais jogadores do time (Gerald Henderson, John Scheyer e Kyle Singler) acertaram nove de 45 arremessos tentados, com quatro para 21 da linha de três. Os times de Coach K são fantásticos na defesa, mas ressentem de um ataque mais poderoso e insinuante, o que ficou claro na partida de ontem. Quinta vez consecutiva que Duke não chega ao Elite Eight.


Por outros compromissos, não poderei acompanhar as partidas de hoje, mas acredito que Louisville, Oklahoma, North Carolina e Michigan State saiam vencedores. Porém, o único em que apostaria minhas fichas de olhos fechados é North Carolina.

domingo, 22 de março de 2009

Torneio da NCAA - Sweet Sixteen

Depois dos jogos deste domingo, os 16 melhores times do Torneio da NCAA já foram definidos. Para uma edição em que se esperavam muitas surpresas, as coisas estão bem mornas. Das equipes classificadas, só uma não está entre as cinco melhores rankeadas de sua divisão – a Universidade do Arizona, 12ª colocada do ranking prévio do Meio-Oeste. Duas das quatro divisões (Sul e Leste) têm as quatro instituições melhores posicionadas no rankeamento prévio como semifinalistas. Ou seja, apesar de algumas “zebras” em rodadas anteriores (a vitória de Cleveland State sobre Wake Forest, Dayton sobre West Virginia), elas não conseguiram exercer grande influência na disputa com a chegada das etapas mais derradeiras.

Mesmo Arizona não pode ser considerada uma total surpresa, já que, embora não tenha tido uma temporada brilhante, sempre foi uma das equipes mais talentosas da NCAA. E, além disso, a surpreendente vitória de Cleveland State sobre Wake Forest evitou que Arizona confrontasse a terceira rankeada da divisão, na segunda rodada. Se há algo que posso me orgulhar nas minhas previsões, no bracket da ESPN, foi ter apontado Arizona como um dos times presentes no Sweet Sixteen – mesmo que, no meu encadeamento, teriam vencido Wake Forest para chegar a este ponto, não Cleveland State.

Desta forma, vamos aos confrontos das semifinais de divisão:


Meio-Oeste

(1) Louisville
(12) Arizona

(2) Michigan State
(3) Kansas


Oeste 

(1) Connecticut
(5) Purdue

(2) Memphis
(3) Missouri


Leste

(1) Pittsburgh
(4) Xavier

(2) Duke
(3) Villanova


Sul

(1) North Carolina
(4) Gonzaga

(2) Oklahoma
(3) Syracuse


Até quinta-feira, quando começam as partidas que definem o Elite Eight, pretendo aparecer por aqui para dar meus palpites. No entanto, não posso garantir nada. Meu computador deverá precisar de uma reformatação e odeio lan houses. Além disso, tenho alguns compromissos ligados à minha formatura. Mas espero aparecer por aqui para não ficar apenas “em cima do muro” sobre os jogos.

quinta-feira, 19 de março de 2009

Torneio da NCAA

Hoje, o Torneio da NCAA começa. Na verdade, já começou na terça-feira, quando a últimas das 64 vagas para o mata-mata foi definida: Morehouse State venceu Alabama State e garantiu a presença no "Grande Baile". Presença curta, pois deverá ser derrotado por Louisville, que é a melhor equipe geral dos emparelhamentos, na partida de amanhã.

Como são enxurradas de jogos, aqui estão todos os emparelhamentos, de todas as divisões. Os vencedores de cada chave participam do chamado "Final Four". Vamos lá:


Meio Oeste

(1) Louisville
(16) Morehouse State

(8) Ohio State
(9) Siena

(5) Utah
(12) Arizona

(4) Wake Forest
(13) Cleveland State

(6)West Virginia
(11) Dayton

(3) Kansas
(14) North Dakota State

(7) Boston College
(10) USC

(2) Michigan State
(15) Robert Morris


Oeste

(1) Connecticut
(16) Chattanooga

(8) BYU
(9) Texas A&M

(5) Purdue
(12) Northern Iowa

(4) Washington
(13) Mississippi State

(6) Marquette
(11) Utah State

(3) Missouri
(14) Cornell

(7) California
(10) Maryland

(2) Memphis
(15) Cal State-Northridge


Sul

(1) North Carolina
(16) Radford

(8) LSU
(9) Butler

(5) Illinois
(12) Western Kentucky

(4) Gonzaga
(13) Akron

(6) Arizona State
(11) Temple

(3) Syracuse
(14) Stephen F. Austin

(7) Clemson
(10) Michigan

(2) Oklahoma
(15) Morgan State


Leste

(1) Pittsburgh
(16) East Tennessee State

(8) Oklahoma State
(9) Tennessee

(5) Florida State
(12) Wisconsin

(4) Xavier
(13) Portland State

(6) UCLA
(11) VCU

(3) Villanova
(14) American

(7) Texas
(10) Minnesota

(2) Duke
(15) Binghamton


A cada final de fase, pretendo trazer novamente as chaves atualizadas e fazer comentários sobre alguns dos jogos, além dos torneios menores que também estão sendo disputados (como o NIT). No entanto, pretender não é poder. Espero que consiga!

terça-feira, 3 de março de 2009

Defesa

Defesa é algo essencial para qualquer time que pense em vencer um campeonato - não apenas da NBA, mas de qualquer disputa minimamente competitiva. E não é difícil entender o porquê. Uma marcação bem realizada, não raramente, se converte em contra-ataques e cestas fáceis. Ou seja, um trabalho de marcação eficiente facilita a ação ofensiva. No basquete, acima da maioria dos esportes, o melhor ataque é a defesa.

Há cerca de uma semana, em seu chat semanal no site Hoopsworld, o treinador universitário e analista Mike Moreau afirmou que defesa é muito mais comprometimento do que técnica. Algo aparentemente simples, mas brilhante, que só poderia ter vindo de alguém com a vivência do treinamento. Em contraponto ao aspecto ofensivo, querer defender é muito mais importante do que saber defender.

Duas situações bem diferentes me fizeram refletir sobre isso. A primeira foi um jogo de basquete com amigos. Em uma partida de 12 pontos, estava 10 a oito. Um dos jogadores da equipe que estava perdendo disse: "Vamos apertar a defesa, vamos marcar!". O time começou a defender como nunca anteriormente. Forçando um erro de arremesso e recuperando uma bola, viraram o placar e venceram por 12 a 10.

A outra situação foi a demissão do treinador Terry Porter, do Suns. Ele chegou em Phoenix com o objetivo de melhorar a defesa da equipe - estilo contrário ao do antigo técnico, Mike D'Antoni, que nunca foi um entusiasta da marcação. Com grandes jogadores no elenco, a franquia tinha o talento necessário para mudar de direção. No entanto, o que se viu foram atletas descontentes e pouco empenho. Porter pedia esforço defensivo e, em quadra, pareciam fazer questão de não obedecer. A demissão foi a única saída.

Moreau está certo: não adianta nada ter jogadores de qualidade e capazes, defesa é (acima de qualquer coisa) um compromisso. Trata-se de doação. Realmente, "querer defender" é muito mais importante do que "saber defender".