quarta-feira, 16 de julho de 2008

Reforço de campeão

O ala James Posey, campeão da NBA pelo Boston Celtics, anunciou seu acerto com o New Orleans Hornets. Com 31 anos, o jogador conseguiu um contrato de quatro anos, recebendo mais de seis milhões por temporada.

Posey tem o perfil de reforço para time que quer ser campeão. Voluntarioso, excelente defensor e arremessador de longa distância. Este tipo de atleta está se tornando uma presença fundamental em rotações de equipes vencedoras. Antes do Celtics, o ala já tinha ganhado um anel pelo Heat.

Sem dúvida, pensando em títulos, o Hornets contratou certo. O que preocupa é o contrato. Primeiramente, pela duração: por mais que Posey seja bom jogador e vencedor, ele já tem 31 anos e o Hornets se predispõe a bancá-lo até os 35. É muito difícil imaginar que ele manterá o alto nível até esta idade.

Em segundo plano, por causa do valor: Posey está valorizado, mas seis milhões de dólares ao ano é muito para um jogador que compõe grupo. O ala firmou-se na NBA como peça de rotação, nunca como atleta para tomar conta de posição, um titular.

Parece-me claro que as equipes da NBA sempre "usaram" Posey como uma ponte para se tornarem times vencedores. Agora, chegou a hora do ala aproveitar esta fama. Para o Posey, não resta dúvida que foi um bom contrato. Para o Hornets, neste momento, também parece ser. Mas, por via das dúvidas, esperaria uns três anos para avaliar.

sábado, 5 de julho de 2008

Passo em falso

Desde a chegada de Donnie Walsh, o Knicks iniciou um necessário processo de limpeza e renovação em seu elenco. Depois de selecionar o italiano Danilo Gallinari no draft - escolha questionável, mas inegavelmente útil ao sistema corrido do treinador Mike D'Antoni - a franquia fechou contrato com o armador Chris Duhon.

Duhon é um atleta talentoso. Eu, particularmente, gosto muito do seu estilo de jogo. Porém, o Knicks deu um passo em falso ao contratá-lo. A franquia de Nova York errou. E a questão a ser discutida aqui vai muito além da qualidade inquestionável de Duhon.

Hoje, o Knicks está em busca de mais do que talento. Precisa de atletas úteis ao sistema de run and gun que D'Antoni vai implantar. Gallinari não era o maior talento disponível na sexta escolha do recrutamento, mas era o jogador adequado para o sistema. Duhon não é o atleta para armar a "correria" típica do técnico.

O armador do run and gun precisa ser mais do que rápido e bom passador - precisa ter ímpeto ofensivo. Steve Nash e Baron Davis são bons exemplos, jogadores com uma ofensividade latente. Chris Duhon não é este tipo de armador. Não é um atleta incisivo, agressivo. Sempre destacou-se pela organização e defesa.

Para mim, colocar Duhon para orquestrar uma "correria" seria anular suas maiores virtudes como jogador. Ele funciona muito bem para acalmar uma partida, mas não me parece o ideal para acelerá-la. E vai ser isto que acontecerá em Nova York, onde será titular.

O Knicks tinha melhores opções. Jannero Pargo estava na lista de pretendidos da franquia e é muito mais indicado para armar o sistema de D'Antoni. Ele acelera mais o jogo, arremessa melhor e, acima de tudo, tem mais ímpeto ofensivo do que Duhon.

Tudo o que disse não torna impossível que Duhon adapte-se bem e arrebente. No entanto, não é a tendência. Meu julgamento inicial é que foi um erro. E, para ser sincero, não esperava que a dupla D'Antoni/Walsh desse o primeiro passo em falso tão cedo.