segunda-feira, 27 de outubro de 2008

Série Premiações - Sexto jogador


Basicamente, escolhi a premiação de sexto jogador para começar a série porque a de novato do ano (outra sugestão) ainda me deixa com várias dúvidas. Apostar em calouros é complicado, muito mais tranqüilo começar falando de atletas que já vimos jogar, mesmo que por uma temporada. O último vencedor do prêmio foi o argentino Manu Ginobili.

Neste ano, a temporada regular começa com vários ex-titulares saindo do banco de reservas: Ron Artest, Lamar Odom, Andrei Kirilenko e, provavelmente, Udonis Haslem. Particularmente, eu não coloco muita fé em algumas destas mudanças para a reserva. As presenças de Odom e Kirilenko nos bancos do Lakers e Jazz trazem melhores opções para os treinadores, mas tenho sérias dúvidas sobre a efetividade dos dois atletas na nova função. Isso sem contar que não vejo ambos com impacto em quadra para acumular números que os credenciem a lutar pelo prêmio de sexto jogador.

Apesar de também não ter este tipo de impacto “numérico”, acredito que Haslem é um atleta que pode contribuir mais do que os outros dois citados, vindo do banco de reservas. Além disso, seu contrato não é monstruoso e pode abrir brecha para uma negociação. Ron Artest é aquele que mais me agrada na nova função e ainda falarei mais sobre isso.

Mas, antes de qualquer palpite, pergunto: o que é preciso fazer para ganhar o prêmio de sexto jogador da temporada? Os vencedores dos últimos cinco anos respondem:


2003-2004 – Antawn Jamison (Dallas Mavericks)
29.0 minutos, 14.8 pontos, 6.3 rebotes e 53.5% de aproveitamento nos arremessos.
O Mavericks foi o quinto colocado do Oeste e eliminado na primeira fase dos playoffs.


2004-2005 – Ben Gordon (Chicago Bulls)
24.4 minutos, 15.1 pontos, 2.6 rebotes e 2.0 assistências.
O Bulls foi quarto colocado do Leste e eliminado na primeira fase dos playoffs.


2005-2006 – Mike Miller (Memphis Grizzlies)
30.6 minutos, 13.7 pontos, 5.4 rebotes e 2.7 assistências.
O Grizzlies foi quinto colocado do Oeste e eliminado na primeira fase dos playoffs.


2006-2007 – Leandro Barbosa (Phoenix Suns)
32.7 minutos, 18.1 pontos, 2.7 rebotes e 4.0 assistências.
O Suns foi o segundo colocado do Oeste e semifinalista de conferência.


2007-2008 – Manu Ginobili (San Antonio Spurs)
31.0 minutos, 19.5 pontos, 4.8 rebotes, 4.5 assistências e 1.5 bolas roubadas.
O Spurs foi o terceiro colocado do Oeste e finalista de conferência.



Nos últimos anos, o nível estatístico dos sextos jogadores premiados cresceu de forma muito significativa. A dificuldade para vencer fica representada nos números espetaculares marcados por Leandrinho e Ginobili, nos dois últimos anos.

Minha lista aponta 11 jogadores que podem ser considerados para este prêmio, divididos entre favoritos, quem corre por fora e as possíveis zebras. Além deles, já deixo menção para atletas como Eric Gordon, Francisco Garcia, Jason Kapono e Daniel Gibson – que (ainda) não deverão lutar pelo troféu, mas que acredito que farão bons trabalhos nesta função. Então, vamos ao ranking de candidatos ao prêmio:


OS FAVORITOS


1. Ron Artest (Houston Rockets)

Temporada passada: Titular do Sacramento Kings – 38.1 minutos, 20.5 pontos, 5.8 rebotes, 3.5 assistências e 2.3 bolas roubadas.

Artest sabe atacar, defender e jogar duro. Ele é um jogador de elite, um dos mais completos da Liga, saindo do banco de um time favorito ao título. Em Houston, além de formar uma das rotações de SFs mais fortes da NBA, com o especialista em defesa Shane Battier, vai ser o jogador que permitirá ao técnico Rick Adelman poupar o astro Tracy McGrady, nos momentos oportunos. Não faltarão minutos para que o ala materialize em quadra seu favoritismo.

O que pode atrapalhar?
Com as prováveis ausências de McGrady – contundido ou sendo poupado – e a capacidade de atuar em três posições, Ron Artest é um dos reservas da temporada com maiores chances de ser “efetivado” ao posto de titular, perdendo sua condição de sexto jogador.


2. Ben Gordon (Chicago Bulls)

Temporada passada: Reserva do Chicago Bulls – 31.8 minutos, 18.6 pontos, 3.1 rebotes e 3.0 assistências.

Desde que entrou na NBA, Ben Gordon é o sexto jogador do Chicago Bulls. Ganhou o prêmio na temporada de estréia como profissional. Foi o cestinha da equipe, na última temporada. Ele é o que se pode chamar de um especialista na função. Ele tem um excelente arremesso, já está entrosado com os companheiros e, acima de tudo, joga pela renovação de seu contrato. Na próxima off-season, Gordon será agente livre irrestrito e precisa despertar o interesse do mercado.

O que pode atrapalhar?
Gordon passou por um tempo de “turbulência” com a franquia por causa de sua renovação contratual e o impasse desgastou os dois lados. Com uma rotação muito congestionada nas posições de armação, é possível que o time dê preferência pelo desenvolvimento do novato Derrick Rose e do jovem Thabo Sefolosha, tirando tempo de quadra de Gordon. Repetir os quase 32 minutos de média da temporada passada é uma meta muito improvável.


3. JR Smith (Denver Nuggets)

Temporada passada: Reserva do Denver Nuggets – 19.2 minutos, 12.3 pontos, 2.1 rebotes e 1.7 assistências.

JR Smith é muito atlético e dono de um ímpeto ofensivo impressionante. Ele é uma máquina de fazer pontos, de todas as formas e de todos os pontos da quadra. Com o tempo, o ala-armador acostumou-se com seu papel de sexto jogador e melhorou sua seleção de arremessos, parando de atirar a bola para cima na primeira oportunidade. Nos 30 jogos finais da temporada passada, mostrou que é capaz de causar impacto sempre que sai do banco de reservas e está preparado para ser um dos melhores na função. E a fluidez ofensiva do Nuggets ajuda Smith a potencializar seus números.

O que pode atrapalhar?
Durante a última temporada, o treinador George Karl percebeu que é impraticável um perímetro composto por Allen Iverson, Carmelo Anthony e JR Smith. Os dois primeiros são titulares absolutos com, no mínimo, 30 minutos por partida. Neste panorama, a não ser que Melo seja utilizado como ala-pivô em momentos da partida, o tempo de quadra do ala-armador tende a estagnar. Isso sem contar a falta de pretensões reais do Nuggets.


4. Leandro Barbosa (Phoenix Suns)

Temporada passada: Reserva do Phoenix Suns – 29.5 minutos, 15.6 pontos, 2.8 rebotes e 2.6 assistências.

Ex-ganhador do prêmio, Leandrinho sempre é um dos favoritos na disputa de sexto homem. Basicamente, porque sintetiza o armador que pode mudar o ritmo de uma partida, a partir da velocidade e agilidade. O brasileiro é, provavelmente, um dos atletas mais rápidos da Liga e tem uma ótima pontaria de longa distância. No sistema de Mike D’Antoni, era o reserva ideal. E a mudança de treinador não muda o fato de ser perfeito para a função.

O que pode atrapalhar:
Na época de D’Antoni, quando o Suns via-se forçado a jogar de forma mais lenta, Leandrinho ficava perdido em quadra e “desaparecia” do jogo. Com o novo treinador, Terry Porter, o time vai perder velocidade e focar esforços na defesa. Como Barbosa se adaptará a esta nova realidade?


5. Manu Ginobili (San Antonio Spurs)

Temporada passada: Reserva do San Antonio Spurs – 31.0 minutos, 19.5 pontos, 4.8 rebotes e 4.5 assistências.

O argentino é o atual detentor do prêmio. Suas ótimas médias são os números nos quais os outros concorrentes devem mirar, pois Manu pode repetir tais estatísticas. Sua experiência e a solidez tática do Spurs fazem com que tenha uma clara noção de seu papel e importância, quando está em quadra. Ele sabe o que precisa fazer – uma percepção muito válida para um sexto jogador – e geralmente o faz, porque é um atleta dificílimo de ser marcado.

O que pode atrapalhar:
A lesão que vai deixá-lo de fora do começo da temporada atrapalhará a corrida pelo segundo troféu. Os votantes dos prêmios prezam a presença do jogador na maior parte da temporada e não costumam perdoar ausências significativas. Além disso, quando se recuperar, Ginobili terá que ganhar ritmo de jogo em uma competição já em andamento, o que é sempre complicado.


CORRENDO POR FORA

6. Jason Terry (Dallas Mavericks)

Temporada passada: Reserva do Dallas Mavericks – 31.5 minutos, 15.5 pontos, 2.5 rebotes e 3.2 assistências.

Jason Terry encontrou sua melhor função como pontuador que sai do banco. Definitivamente, ele encaixa-se melhor dentro desta realidade do que como um armador titular – sempre foi mais criativo para si mesmo do que servindo os companheiros. Embora não tenha tido uma de suas melhores temporadas arremessando, Terry esteve entre os candidatos pelo prêmio, na maior parte da campanha passada. É um dos poucos reservas da Liga que, para mim, podem alcançar média de 20 pontos por partida.

O que pode atrapalhar?
O Mavericks é visto como um time em decadência no Oeste e esta percepção costuma prejuducar as chances de atletas do time. Além disso, a participação ofensiva de Terry pode sofrer influência do sistema implantado pelo novo técnico, Rick Carlisle.


7. Rashad McCants (Minnesota Timberwolves)

Temporada passada: Reserva do Minnesota Timberwolves – 26.9 minutos, 14.9 pontos, 2.7 rebotes e 2.2 assistências.

Por jogar em Minnesota, um time sem destaque, McCants é freqüentemente esquecido. No entanto, é um dos melhores e mais expressivos suplentes em atividade na Liga. Ele me intriga por sua agressividade. Muitos atletas possuem refinamento ofensivo, mas não atacam a cesta tanto quanto deveriam. O ala-armador do Twolves é o contrário: não é o mais refinado dos atacantes, mas é agressivo sempre que pode. E, com a experiência de três temporadas, aprendeu a não se precipitar.

O que pode atrapalhar?
Apesar dos reforços de Kevin Love e Mike Miller, o Timberwolves continua sendo um time cotado para ficar nas três últimas posições do Oeste. A falta de pretensões da equipe eliminará as chances dele. Rashad é pouco lembrado nas votações, embora tenha ótimos rendimentos, por causa disso.


8. Kelenna Azubuike (Golden State Warriors)

Temporada passada: Reserva do Golden State Warriors – 21.4 minutos, 8.5 pontos e 4.0 rebotes.

Nas duas primeiras temporadas como profissional, Kelenna Azubuike foi um dos vários alas que saíam do banco do Warriors para manter o ritmo frenético em quadra. Agora, chegou a sua vez. Ganhou um contrato seguro e deverá ser o sexto jogador do time comandado por Don Nelson. Ele tem as qualidades necessárias para ser este atleta: é rápido, atlético, com um forte ímpeto ofensivo e bom arremessador. O alto número de pontos que a equipe faz também conta a favor dele. A contusão de Monta Ellis também tende a dar mais minutos para ele.

O que pode atrapalhar?
Como acontece com Jason Terry e JR Smith, as chances de Azubuike deverão ser limitadas pela equipe em que joga, que é encarada como um time em decadência no Oeste e sem ambições maiores do que alcançar os playoffs.


ZEBRAS

9. Louis Williams (Philadelphia 76ers)

Temporada passada: Reserva do Philadelphia 76ers – 23.3 minutos, 11.5 pontos, 2.1 rebotes e 3.2 assistências.

A saída de Allen Iverson trouxe muitos benefícios para o Sixers. Um deles foi a entrada do garoto Louis Williams na rotação, algo impensável quando AI jogava 40 minutos por noite. É um dos maiores talentos da leva de armadores pontuadores que saíram do fim da era dos novatos de high school. Na verdade, ele me remete muito a uma versão jovem do atual Jason Terry – com maior atleticismo, mas pontaria menos efetiva. Williams mostra evolução constante e é um dos poucos arremessadores de longa distância do elenco da franquia. Com Andre Miller entrando na reta final da carreira, a tendência é que seu tempo de quadra aumente.

O que pode atrapalhar?
Embora o Sixers tenha pretensões reais dentro da competição e deva figurar entre os cinco primeiros do Leste, o trio Elton Brand, Andre Iguodala e Andre Miller somará entre 50 a 60 pontos de média, por jogo. Em vista disso, é difícil imaginar que Louis Williams consiga médias maiores do que 15 pontos – número que, provavelmente, será batido pelos principais favoritos, como Leandrinho, Manu Ginobili, JR Smith e Ben Gordon. Uma vez que a pontuação é o maior fator de desequilibro na corrida, isso faz grande diferença.


10. Nate Robinson (New York Knicks)

Temporada passada: Reserva do New York Knicks – 26.2 minutos, 12.7 pontos, 3.1 rebotes e 2.9 assistências.

Aparentemente, a intenção de D’Antoni é transformar Nate Robinson no “Leandrinho de Nova York”. Os dois possuem similaridades de estilo de jogo, o que sugere que o jovem atleta do Knicks pode ter sucesso na função. Acima de tudo, ambos são rápidos e explosivos – o que deve “aproximá-los” na concepção do treinador. O armador já exerceu o papel de sexto jogador na temporada passada, com bons números, que poderiam ter sido mais considerados na votação final, caso a franquia não tivesse tido campanha pífia. Com o aumento do número de pontos da equipe, a pontuação de Robinson tende a crescer.

O que pode atrapalhar?
Salvo alguma grande mudança, D’Antoni e Walsh ainda vão precisar de mais alguns anos para colocar o Knicks no caminho das vitórias. Como disse para tantos outros, isso limita as chances de Robinson. Além disso, existem outros jogadores que podem ganhar muito espaço saindo do banco de reservas. Gallinari, Marbury e Chandler são alguns deles.


PONTO DE INTERROGAÇÃO


James Posey (New Orleans Hornets)

Temporada passada: Reserva do Boston Celtics – 24.6 minutos, 7.4 pontos, 4.4 rebotes e 1.5 assistências.

Nos últimos cinco anos, nenhum sexto jogador foi mais decisivo para os títulos que ganhou do que James Posey. Em condições normais, ele entraria na minha lista como um dos favoritos ao prêmio – até porque, se estiver na briga, acredito que deverá receber expressiva votação pelos dois anéis que conquistou. No entanto, existe uma forte possibilidade de Byron Scott utilizá-lo como titular, no lugar de Morris Peterson, para dar mais combatividade ao time na defesa. E, para mim, a mudança faz muito sentido, uma vez que Peterson é prejudicado pela presença de outro arremessador entre os cinco iniciais (Peja Stojakovic) e terá maior relevância e espaço para atuar no tempo em que o sérvio, já veterano, estiver no banco de reservas.

O que pode atrapalhar?
Como pode ser visto pelas suas médias da temporada regular, Posey não é um jogador de grandes números. Na verdade, ele costuma aparecer com mais intensidade nos playoffs, quando os jogos são mais disputados e sua habilidade como marcador – que não é captada pelos números – torna-se imprescindível.


Em resumo: minha aposta para o prêmio de sexto jogador é Ron Artest, do Houston Rockets, sendo que os principais concorrentes dele deverão ser o ex-vencedor Ben Gordon e JR Smith. No entanto, atletas com experiência na função, como o brasileiro Leandro Barbosa e o argentino Manu Ginobili também estão entre os mais bem cotados para a premiação.

Deixem suas opiniões ou comentários na caixinha, dizendo se concordam ou discordam das apostas. A próxima previsão será sobre o jogador defensivo da temporada. Espero vocês novamente!

terça-feira, 21 de outubro de 2008

Jogo rápido

Não ando escrevendo por estar atarefado com o meu TCC. Agora, que terminei um capítulo do trabalho, espero ter alguns dias de descanso para escrever um pouco por aqui. Vamos lá:

- Nos comentários da última postagem, o leitor e amigo Leandro Matos lamentou a falta dos "exercícios de pré-temporada", comuns no NBA Jumper, que continua ausente. Sem eu saber, o resto do pessoal de basquete do Newsport iniciou as previsões de temporada das franquias. Provavelmente, deverei ser escalado para fazer a análise das últimas cinco equipes.

Vale a pena dar uma conferida no arquivo de notícias do site. Os títulos são auto-explicativos: Previsão da Temporada - Franquia.


- Andei dando uma lida em vários textos de previsão de desempenho de jogadores e prêmios, no site da ESPN norte-americana. Na falta do Jumper, deverei fazer por aqui as postagens especiais sobre cada prêmio entregue pela NBA, dizendo quem são os meus favoritos. O primeiro texto da série, espero, consigo postar ainda nesta semana.

Ainda não sei por qual começar. Logicamente, o MVP fecha a série. Alguém tem alguma sugestão para o inicial?


- Sobre a situação do NBA Jumper, posso adiantar que o site está dependendo de uma liberação de ordem jurídica para atuar. Ao que parece, ele está à liberação de um advogado para entrar no ar novamente. Infelizmente, ainda não temos previsão de retorno.

Reforçando o pedido, indico o site Newport, que é do grupo Jumper, para informar-se sobre as principais notícias do basquete norte-americano e mundial.

sexta-feira, 10 de outubro de 2008

NBA Jumper e mais...

A pré-temporada não me empolga. Os jogos são verdadeiras "peladas" e o nível de competição ainda está muito aquém do da temporada regular. Na maioria das oportunidades, as defesas são frouxas e jogadores jovens arremessam bolas sem critérios, querendo mostrar serviço.

De qualquer forma, ainda existem um ou outro motivo que ainda valem alguns comentários, por menores que sejam:


Hoje, o Indiana Pacers teve uma grande vitória ao trocar o ala Shawne Williams para o Dallas Mavericks, pelo veterano Eddie Jones, duas escolhas de segunda rodada de drafts futuros e considerações financeiras. O atleta estava na lista negra da franquia, com o armador Jamaal Tinsley.

Para ser sincero, Williams é um protótipo de desastre para uma equipe séria. Aos 22 anos, é um atleta com um nível de maturidade comparável ao de um astro do basquete colegial e incapaz de manter-se longe de problemas extra-quadra. Tecnicamente, é limitado e tem pouca presença de quadra, limitando-se a pontuar.

No Mavericks, Shawne se une ao veterano Devean George, como jogadores que terão a função de preservar os atletas de perímetro mais importantes do elenco (Stackhouse, Howard, Kidd). Um passo para trás, tratando-se de alguém que já foi tratado como jovem talento e participava da rotação efetiva do Pacers.

O Pacers utilizará o dinheiro para dar buyout em Jones a abrir espaço na folha salarial. O pessoal de Indiana recruta bem, acertando mais do que errando. Com duas seleções de segunda rodada, conseguem trazer um bom jogador ou um prospecto estrangeiro considerável - que já serão mais proveitosos do que Shawne Williams. Larry Bird pode deitar a cabeça no travesseiro com um problema a menos.


Na quinta-feira, tive a oportunidade de acompanhar a partida entre Miami Heat e New Jersey Nets, pela ESPN. Mantendo o nível da pré-temporada, o jogo foi uma "pelada" de luxo, com franceses aplaudindo a cada boa jogada. Um jogo que passou longe da seriedade que a competição exigirá.

Sobre o Heat, fica claro que a armação está em aberto. Banks foi uma surpresa, pois até fez uma boa partida, apesar de estar em péssima fase. Chalmers sabe marcar, é bom jogador, mas precisa de mais tempo. Acreditar em Quinn ou numa recuperação imediata de Livingston é utopia.

Eu gosto do Daequan Cook, mas ele continua despreparado, com uma seleção de arremessos questionável. Yakhouba Diawara apareceu muito, nem sempre bem e não consegue convencer-me. Michael Beasley terá que conter um pouco a ânsia de finalizar, mas fez uma ótima partida e é um jogador diferente, especial. Para minha surpresa, Mark Blount também foi muito bem.

Pelo Nets, gostei da atuação do Chris Douglas-Roberts - o grande candidato a "steal" deste draft. Pelas suas atuações, fica evidente que ficou umas 20 escolhas aquém do que deveria. Também fui surpreendido positivamente pelo veterano Eddie Gill, que ainda tem espaço na NBA. Impressão contrária tive de Trenton Hassell, que continua uma nulidade em termos ofensivos.

A briga no garrafão da franquia é complicada. Boone e Sean Williams continuam sendo dignos de aposta e devem estar na rotação - o segundo, talvez, como titular. Ryan Anderson e Jianlian tem estilos de jogo muito parecidos e um deles não deve ter papel efetivo na rotação. O novato Lopez deverá ser titular, enquanto Stromile Swift ainda me parece mais valioso do que outros que citei.

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Muita gente vem questionando quando o NBA Jumper volta. A verdade é que nem eu mesmo sei. Mas, como muitos, sinto saudades do site. Passar meu dia sem visitar umas dez vezes o Jumper ainda é estranho, pois foi um exercício constante, até porque escrevo lá.

Assim como o resto do grupo, peço que acompanhem as notícias pelo portal Newsport, que é outro projeto do nosso pessoal. Sei que é diferente, pois é mesmo. Sinto falta de um espaço fechado, que reunia a comunidade brasileira da NBA e proporcionava a discussão franca - como o Jumper. Este era um espaço mais específico, enquanto o Newsport é bem mais generalista.

As notícias que são postadas no Newsport são as mesmas do NBA Jumper. As mesmas pessoas escrevem. As informações são as mesmas. Não serei hipócrita: a diferença vai além da aparência, senão não sentiríamos falta. No entanto, neste momento, o Newsport é o canal de comunicação do Jumper com o público.

Posso adiantar que o site passa por manutenção, para oferecer mais e melhores serviços. E, quando retornar, todos perceberão que as coisas melhoraram. Mais e melhores formas de comunicação. Nós, que escrevemos, vocês, leitores, e a informação vão ganhar. Fico empolgado de pensar nas possibilidades, realmente, possíveis.

Eu realmente não sei quando o NBA Jumper volta ao ar. Mas, posso garantir, ficarei tão feliz quanto vocês quando isso acontecer, pois está fazendo muita falta.

quinta-feira, 2 de outubro de 2008

O que esperar dos novatos (Parte 2)

Dando seqüência ao trabalho iniciado neste domingo, posto a segunda parte da lista de novatos. Aqui, logicamente, as projeções de participação melhoram consideravelmente. Em alguns casos, já podemos falar em titularidade – baseado na fragilidade dos times, pois nenhuma equipe em condição confortável colocaria seu calouro entre no quinteto inicial.

Esta é a segunda parte da análise:


15. Robin Lopez (Phoenix Suns)
Lopez chega com um papel bem definido no Suns: ser o reserva de Shaquille O’Neal. Hoje, a função de Shaq na dinâmica da equipe é dar mais liberdade para Amare Stoudemire atacar a cesta, além de reforçar a defesa e força do garrafão. Como um especialista na realização do “trabalho sujo”, o calouro responde perfeitamente a esta necessidade. Levando em conta que o veterano costuma machucar-se com freqüência e precisa ser poupado para chegar 100% nos playoffs, é provável que vejamos Lopez muito tempo em quadra.

14. Anthony Randolph (Golden State Warriors)
Difícil dizer algo sobre a situação de Randolph. Na temporada passada, Don Nelson teve dois dos 20 primeiros selecionados do draft e pouco os utilizou. Ele tem muito talento e atleticismo, mas não acho que esteja 100% preparado para tornar-se profissional. Teve uma Liga de Verão boa – onde seu talento ficou claro, mas foi muito exigido. A situação toda vai ser definida durante a pré-temporada. Randolph lutará por um lugar na rotação com Brandan Wright, um jogador com virtudes muito parecidas com as dele, mas que tem um ano de experiência na Liga. Os dois são alas altos, jovens e atléticos, que carecem de mais pontaria nos arremesso para o run and gun. O calouro ainda tem mais um problema: descobrir se, com Nelson e entre os profissionais, será PF ou SF.

13. Brandon Rush (Indiana Pacers)
Rush foi uma ótima cartada para o Pacers. Ele é um ala que pode fazer de tudo em quadra e está absolutamente preparado para o basquete profissional. Será o reserva imediato dos titulares Danny Granger e Mike Dunleavy – algo que a franquia não tinha, na temporada passada. Acima de tudo, ele dá a segurança necessária para a equipe despachar o ruim contrato de Dunleavy, caso a proposta certa apareça. No mínimo, veremos o novato atuando 18 minutos por noite. E sempre veremos Rush ajudando sua equipe.

12. Jason Thompson (Sacramento Kings)
O Kings sabe surpreender nos recrutamentos e fazer escolhas contestadas se tornarem bons atletas. E, pelo que andei vendo, a história deve se repetir com Thompson – jogador explosivo, guerreiro e regular. O ala-pivô fez uma Liga de Verão sólida, com médias de 16.2 pontos e 8.6 rebotes por partida. No time, vai brigar por espaço com atletas em baixa, como Kenny Thomas e Mikki Moore, além do sub-aproveitado Shelden Williams. Thompson deverá ter muito tempo de quadra e acho que começará a temporada como titular.

11. Jerryd Bayless (Portland Trail Blazers)
Bayless teve um rendimento extraordinário na Liga de Verão, anotando média de quase 30 pontos por partida. Por um lado, isso foi ótimo, porque mostra ao Blazers que adquiriu um dos melhores pontuadores da turma. Por outro lado, deixa claro que Bayless, além de não ser um armador puro, será desperdiçado ofensivamente se tiver que distribuir o jogo. A tendência é que Blake continue sendo o armador titular e o calouro saia do banco de reservas para dar mais agressividade ao perímetro de Nate McMillan. Ele e Rudy Fernandez serão os sexto e sétimo jogadores da rotação.

10. Brook Lopez (New Jersey Nets)
Lopez não será um all-star, mas é um pivô seguro, esforçado e regular. Só isso já faz dele melhor do que os outros seis homens de garrafão do elenco de New Jersey. Em minha opinião, não havia melhor calouro para conferir a presença de força da qual tanto o Nets sentiu falta, nas últimas temporadas. Sua Liga de Verão não foi excelente, mas mostrou o necessário. Dificilmente, Lopez não vai ser titular. E, se não for, deverá ter mais tempo de quadra do que um dos dois pivôs do quinteto inicial.

9. DJ Augustin (Charlotte Bobcats)
Augustin é um armador que sabe finalizar e colocar os seus companheiros em condições de finalização. Foram médias de 16.9 pontos e 6.2 assistências, em dois anos de basquete universitário. Na Liga de Verão, anotou quase 20 pontos por partida. Inicialmente, DJ chega para ser reserva de Raymond Felton, atual titular. No entanto, o calouro atende melhor à concepção de jogo do treinador Larry Brown. Para mim, a temporada do Bobcats começa com Felton no quinteto titular e termina com Augustin.

8. Joe Alexander (Milwaukee Bucks)
Alexander é um ala atlético e técnico. Seu rendimento na Liga de Verão foi bem decepcionante, com 9.2 pontos de média e apenas 34% de aproveitamento nos arremessos. No entanto, o Bucks tem muita confiança no novato, a ponto de tê-lo selecionado no mesmo dia em que adquiriu Richard Jefferson. Alexander vai começar a temporada como reserva do ex-jogador do Nets e, se continuar mal, a franquia ainda deve insistir um pouco na sua permanência. Mas, sinceramente, acredito que Alexander entrará no ritmo rapidamente. Ele é um atleta esforçado e o comando da equipe está nas mãos de um treinador que sabe trabalhar com bons jovens – Scott Skiles.

7. Eric Gordon (Los Angeles Clippers)
Quando assisto Gordon jogar, vejo um futuro astro em quadra. Ele tem extremo talento, capacidade defensiva, um vastíssimo arsenal ofensivo e muita, mas muita personalidade. Eu só não vejo a maturidade para o basquete profissional. Nas duas partidas que fez na Liga de Verão, anotou média de 19 pontos, mas acertou 32% das suas tentativas. Em primeiro lugar, para atuar em um time de Mike Dunleavy, o novato terá que trabalhar sua seleção de chutes e levar a participação ofensiva além dos arremessos. Ele tem a chance de ser titular do Clippers, lutando por posição com o veterano Cuttino Mobley e, talvez, com o ala Ricky Davis. Provavelmente, sairá do banco de reservas. Muito ou pouco, vai depender de como seu estilo de jogo vai evoluir. De qualquer forma, é um grandíssimo talento.

6. Danilo Gallinari (New York Knicks)
O italiano Gallinari é perfeito para o sistema de jogo do treinador D’Antoni – um ala móvel, alto, que pode “ir e voltar” pela quadra e tem um ótimo arremesso. O problema é sua contusão nas costas, que causou a retirada da Liga de Verão e deve fazê-lo perder parte da pré-temporada. Na teoria, brigaria por tempo com Quentin Richardson, Jared Jeffries e Wilson Chandler, e acho que as chances do calouro ser titular eram grandes, pelo perfil ideal para o run and gun. Agora, ele começa a luta um passo atrás dos outros. Embora, sinceramente, D’Antoni tenha mostrado ter confiança no italiano ao bancar a sua escolha no draft.

5. Kevin Love (Minnesota Timberwolves)
Love foi escolhido pelo Grizzlies e trocado para o Timberwolves. Chega para trazer força e qualidade a um garrafão que, na prática, só tinha um jogador – Al Jefferson. Qualquer dúvida sobre sua titularidade foi dissipada após um ótimo rendimento na Liga de Verão (médias de 18 pontos e 13.5 rebotes). Jogando deste jeito e com reservas do calibre de Jason Collins, Mark Madsen e Calvin Booth, atuará por 30 minutos por noite e, em tais circunstâncias, tenha chances na briga pelo prêmio de novato do ano. Não sou grande fã do Love, mas ele é um bom jogador de basquete e um pivô com alta versatilidade e técnica (chuta para três, passa bem a bola, sabe jogar fora do garrafão).

4. Russell Westbrook (Oklahoma City Thunder)
Muitos analistas elogiam Westbrook. Certamente, trata-se do melhor armador defensivo deste draft. Está claro que começará a temporada como reserva do veterano Earl Watson, o que significa algo entre 15 e 24 minutos por partida. Segundo a maioria, a campanha do Thunder termina com o novato no quinteto titular. Eu não faço parte desta maioria. Questiono a capacidade ofensiva de Westbrook – não tem um bom arremesso e também não é um assistenciador, o tal do playmaker. Para mim, o caso dele lembra muito o de Corey Brewer, no último recrutamento, também defensor de elite com ofensiva razoável na NCAA e que teve uma estréia decepcionante como profissional, por causa da ineficácia no ataque.

3. OJ Mayo (Memphis Grizzlies)
Mayo tem boas chances de iniciar sua carreira profissional como titular. Ele é o melhor ala-armador do elenco (limitado) do Grizzlies, além de ser um jogador em quem a franquia deposita grande esperança – a ponto de abrir mão de Mike Miller e Kevin Love. Veteranos como Greg Buckner e Quinton Ross não tirarão a vaga no quinteto inicial de um calouro que anotou média de 20 pontos na temporada de estréia na NCAA e quase 19 na Liga de Verão. Suas maiores ameaças são Kyle Lowry e Javaris Crittenton, os dois talentosos reservas da armação principal. Se Mayo realmente for titular, jogará 25 ou 30 minutos como a segunda opção ofensiva do time (atrás de Rudy Gay) e, mesmo perdendo jogo após jogo, torna-se favorito ao prêmio de melhor novato do ano.

2. Michael Beasley (Miami Heat)
Beasley é mais um jogador que, salvo alguma grande mudança, começará sua carreira profissional como titular. Eu não considero estatísticas incontestáveis, mas um atleta que acumula médias de 26.2 pontos e 12.4 rebotes, no ano de estréia na NCAA, só pode ser um fenômeno. Ele pontua e reboteia com muita facilidade. Na NBA, existem boas chances de Beasley ser convertido em SF – por sua altura e porte físico –, o que pode dificultar o processo de adaptação e diminuir seu número de rebotes. No entanto, nada que preocupe. A segunda escolha do draft é mais um forte candidato ao prêmio de novato do ano.

1. Derrick Rose (Chicago Bulls)
O tempo muda tudo. Antes do recrutamento, diziam que o Bulls ia selecionar Rose e trocar Hinrich. Hoje, iniciados os treinos de pré-temporada, a franquia não só desistiu de negociar o titular da temporada passada como deve mantê-lo no quinteto inicial, deixando a primeira escolha no banco. Além disso, a rotação de armadores da franquia está congestionada, com cinco atletas, ou seja, mais um pouco de tempo que deve ser dissipado. Atualmente, a tendência é que Rose comece a temporada jogando 15 minutos por partida. Não tenho dúvidas de que o Bulls pegou o atleta mais talentoso da loteria e ter pouco espaço não faz do seu potencial maior ou menor. No entanto, a previsão realista para a primeira seleção de 2008 não é das melhores. No panorama atual, o novato é azarão na luta pelo prêmio de calouro do ano e, para a torcida, vale espelhar-se no exemplo de Deron Williams, que não “explodiu” na primeira temporada e só mostrou todo o seu talento nas campanhas seguintes.


Os casos de alguns novatos são mais interessantes de serem observados. O que mais chamou a minha atenção é o de Anthony Randolph, que chegou a ser apontado por um dos 25 principais analistas da ESPN norte-americana como principal candidato ao prêmio de melhor novato do ano.

Eu reconheço o talento do garoto, mas acho muito difícil que um calouro tenha tanto espaço no time de Don Nelson. Some-se a isto o fato de Randolph não ser um arremessador de elite ou um especialista em três pontos. O ala-pivô Brandan Wright, principal adversário do novato por tempo de quadra, passou o verão inteiro treinando seus arremessos. Eu acho complicado entender como pode haver tanta confiança em cima de Randolph.

Este foi o meu esforço para entender um pouco como os principais novatos desta temporada vão ser utilizados. A partir do segundo quarto da temporada, planejo continuar com as edições semanais do ranking dos novatos, no NBA Jumper, para manter a observação sobre os possíveis futuros astros da Liga.

Estes jogadores são talentosos. No entanto, o atleta também está inserido no panorama da equipe que defende – indo além de sua capacidade individual. Assim, existem aqueles que terão melhores ou piores oportunidades. Derrick Rose, primeira escolha, deve ter problemas para jogar em Chicago. Jason Thompson, grande “azarão” do recrutamento, tem boas chances de iniciar a temporada como titular do Kings. É assim que as coisas funcionam.