quinta-feira, 30 de abril de 2009

Cleveland Cavaliers 4 X 0 Detroit Pistons

OBS: Estou pensando seriamente em mudar o endereço do blog. No último mês, o sistema para postagem de imagens ficou péssimo. Por isso, em muito posts, deixei de colocar imagens - muito mais por estes problemas do que por mim. Tenho boas experiências com hospedagens no wordpress.

O Pistons fez uma temporada absolutamente horrorosa. Como punição por este rendimento pífio, a equipe foi condenada a ter que jogar mais quatro jogos, contra o melhor time da conferência, para dar fim ao seu pesadelo. Esta é a minha síntese do que foi a série entre Cavs e Pistons.

Não foram apenas atuações apáticas do Pistons. Foi um time conformado com as derrotas e pouco esforçado em evitá-las. Na prática, eles queriam que acabasse logo - objetivo alcançado. Eu sabia que a série não passaria de quatro partidas, mas é impossível não ficar extremamente chateado com a forma como Detroit "jogou".

Nas entrevistas, é claro, todos vão dizer que se esforçaram. Mas, desde a metade da temporada, o elenco do Pistons sabia que o ano estava perdido. E, é claro, isso influencia. Ainda mais em um time que estava acostumado a brigar pelo título. Fora de quadra, você pode se preparar para o ano que vem. Mas, em quadra, ainda era a temporada 2008-09.

O Cavaliers fez o seu papel diante de um panorama tão desestimulador. Não deu chances, acabou rápido com a história. É até difícil avaliar um time quando enfrenta um adversário tão entregue, mas o Cavs está muito bem preparado. A defesa é bastante sólida e o ataque funciona. De fato, a equipe tem mais armas do que nunca e parece pronta para vencer.

O Cavaliers não precisa buscar mais legitimidade, mas seria legal vê-los enfrentando uma equipe que pudesse fazer-lhes frente. Com os rendimentos fracos de Magic e Celtics, parece que este time não existe no Leste.

quarta-feira, 29 de abril de 2009

Cobrir playoffs...

A pós-temporada é ótima de se assistir. Mas, para quem tem um blog ou site, eu não acho que seja tão divertido. Você fica quase obrigado a falar de todas as rodadas e criar postagens para cada uma das partidas. Por isso, eu prefiro fazer postagens para analisar o resultado final das séries, não para as parciais. No fim das contas, esta é a que conta mais, até porque não chego perto de assistir todos os confrontos de todas as séries. Se tivesse a chance de assistir, talvez pensasse diferente.

Três séries já terminaram e depois devo fazer postagens para cada uma delas.

 

sexta-feira, 24 de abril de 2009

Prêmios da Temporada - Parte 1

Nesta semana, a Liga começou a anunciar os vencedores dos prêmios individuais da temporada 2008-09. Até o momento, três já foram divulgados. Aqui estão os meus votos pessoais e visão sobre as escolhas da NBA:


Treinador do ano

Vencedor: Mike Brown (Cleveland Cavaliers)
Meu voto: Jerry Sloan (Utah Jazz)

Brown venceu com méritos, após comandar o time de melhor campanha desta temporada. Ele merece mais elogios do que recebe, até porque seu trabalho costuma ser ofuscado pela presença do astro LeBron James no time. No entanto, meu voto seria para Jerry Sloan, que administrou com muita habilidade as inúmeras contusões que o Jazz teve durante a temporada e conseguiu uma complicada classificação para a pós-temporada, mesmo que em oitavo lugar. A verdade é que a dificuldade do trabalho de Sloan impressiona. Afinal, o veterano treinador não contou com os dois principais atletas do time - o ala-pivô Carlos Boozer e o armador Deron Williams - em metade da temporada. Além disso, o fato de Sloan - que entrou no Hall da Fama há poucos dias - não ter um único prêmio de técnico do ano é a maior injutiça vigente nas premiações individuais da NBA.

Menção honrosa: Stan Van Gundy (Orlando Magic)
Perspectivas para o próximo ano: Sloan e Van Gundy são os dois nomes mais fortes, ainda mais se o Jazz sofrer uma mudança profunda em seu elenco.


Jogador Defensivo do ano

Vencedor: Dwight Howard (Orlando Magic)
Meu voto: Dwight Howard (Orlando Magic)

Howard não é apenas o quinto jogador da história a conseguir liderar uma temporada em rebotes e bloqueios, mas também a maior força defensiva da Liga. Sua escolha não oferece muita brecha para comentários porque era bastante óbvia. Hoje, o pivô é quem melhor utiliza seu vigor físico e atleticismo para o trabalho defensivo na NBA. A diferença de 394 pontos para o segundo mais votado (LeBron James - téorico "melhor defensor da melhor defesa", argumento que premiou Kevin Garnett, ano passado) prova sua superioridade. De 119 votantes, recebeu 105 seleções como melhor defensor.

Menção honrosa: Shane Battier (Houston Rockets) e Dwayne Wade (Miami Heat)
Perspectivas para o próximo ano: Em um mundo ideal, Howard é o principal favorito para este prêmio nos próximos sete anos. No entanto, acho que a popularidade de outros astros (LeBron James, Dwayne Wade, Kobe Bryant e Chris Paul) podem causar comoção que colocará em risco a supremacia de Dwight. Entre premiar pela enésima vez Howard e dar um prêmio para Wade ou LeBron...

Meu Time Defensivo 1: Dwight Howard (Magic) / Kevin Garnett (Celtics) / Shane Battier (Rockets) / Dwayne Wade (Heat) / Chris Paul (Hornets)
Meu Time Defensivo 2: Nene Hilário (Nuggets) / Tim Duncan (Spurs) / LeBron James (Cavaliers) / Kobe Bryant (Lakers) / Chauncey Billups (Nuggets)


Novato do ano

Vencedor: Derrick Rose (Chicago Bulls)
Meu voto: Derrick Rose (Chicago Bulls)

Pela falta do NBA Jumper, eu não fiz o ranking dos novatos. Mas, se tivesse feito, Derrick Rose teria liderado de ponta a ponta. Primeiro, ele venceu uma forte concorrência por uma vaga de titular no perímetro do Bulls. Depois, dentro de quadra, mostrou que merecia ser a primeira escolha do recrutamento. Durante uma temporada em que o Bulls foi mal comandado, Rose se solidificou como um dos poucos pontos de organização da equipe. No fim da temporada, apesar da forte concorrência, ele se confirmou como o melhor novato do ano, mesmo atuando com a maior responsabilidade e pressão entre os estreantes. E, por mais que isso não seja argumento válido para este prêmio em especial, ainda chegou nos playoffs - o que seus maiores oponentes não conseguiram.

Menção honrosa: Russell Westbrook (Oklahoma City Thunder), Brook Lopez (New Jersey Nets) e OJ Mayo (Memphis Grizzlies)
Perspectivas para o próximo ano: Muito nebuloso. Blake Griffin será a primeira escolha e, no escuro, o favorito para o prêmio.

Meu Time dos Calouros 1: Brook Lopez (Nets) / Jason Thompson (Kings) / OJ Mayo (Grizzlies) / Russell Westbrook (Thunder) / Derrick Rose (Bulls)
Meu Time dos Calouros 2: Marc Gasol (Grizzlies) / Kevin Love (Timberwolves) / Michael Beasley (Heat) / Courtney Lee (Magic) / Eric Gordon (Clippers)


Hoje, Jason Terry deve ser anunciado como o sexto jogador da temporada. Assim que saírem os últimos prêmios (jogador que mais evoluiu, MVP e o melhor executivo), analiso as escolhas. Até o momento, gostei das opções.

sexta-feira, 17 de abril de 2009

Análise - Orlando Magic vs. Philadelphia 76ers

Em um esforço coletivo com outros blogs à pedido da comunidade NBA Brasil do Orkut, aqui está uma análise da série de primeira rodada da pós-temporada entre Orlando Magic e Philadelphia 76ers. Em breve, estarei postando versões resumidas sobre minhas impressões de todas as séries:


Orlando Magic (59-23 – Terceiro colocado do Leste)

Pontos: Dwight Howard (20.6)
Rebotes: Dwight Howard (13.8)
Assistências: Rafer Alston (5.1)
Bloqueios: Dwight Howard (2.9)
Roubadas: Rafer Alston (1.8)
FG%: Dwight Howard (57.2%)
3p%: Courtney Lee (40.4%)
FT%: JJ Redick (87.1%)

Vitórias seguidas: Sete. Entre 13 e 27 de dezembro e entre 6 e 17 de janeiro.
Derrotas seguidas: Três. Entre 10 e 13 de abril.
Jogador mais velho: Anthony Johnson – 02/10/1974.
Jogador mais novo: Dwight Howard – 08/12/1985.
Jogadores nascidos fora dos EUA: Adonal Foyle (São Vicente e Granadinas), Marcin Gortat (Polônia), Mickael Pietrus (Ilha de Guadalupe) e Hedo Turkoglu (Turquia).
All Star Game: Três – Dwight Howard, Rashard Lewis e Jameer Nelson*.

*Não participou do jogo por contusão no ombro.

Time base:
Dwight Howard / Rashard Lewis / Hedo Turkoglu / Courtney Lee / Jameer Nelson

A Campanha – Na temporada 2008-09, o Orlando Magic deu continuidade ao processo de crescimento que vive nos últimos anos. Com um jogo baseado nas bolas de três pontos e na presença física do pivô Dwight Howard, a equipe comandada por Stan Van Gundy conseguiu 59 triunfos – sete a mais do que em 2007-08. Durante a temporada, o time sofreu um golpe forte com a lesão que tirou o armador titular Jameer Nelson das quadras pelo resto da campanha e dos playoffs. No entanto, através de uma troca, o Magic trouxe Rafer Alston do Houston Rockets para assumir a lacuna. Com Alston, a franquia manteve seu ritmo normal e garantiu o terceiro lugar da Conferência Leste sem maiores sustos ou concorrentes.


Philadelphia 76ers (41-41 – Sexto colocado do Leste)

Pontos: Andre Iguodala (18.8)
Rebotes: Elton Brand (8.8)
Assistências: Andre Miller (6.5)
Bloqueios: Samuel Dalembert (1.78)
Roubadas: Andre Iguodala (1.6)
FG%: Theo Ratliff (53.1%)
3p%: Donyell Marshall (45.5%)
FT%: Andre Miller (82.6%)

Vitórias seguidas: Sete. Entre 6 e 17 de janeiro.
Derrotas seguidas: Seis. Entre 5 e 14 de abril.
Jogador mais velho: Theo Ratliff – 17/04/1973.
Jogador mais novo: Marreese Speights – 04/08/1987.
Jogadores nascidos fora dos EUA: Samuel Dalembert (Haiti).

Time base:
Samuel Dalembert / Thaddeus Young / Andre Iguodala / Willie Green / Andre Miller

A Campanha – Depois de um bom final de temporada passada e a contratação do ala-pivô Elton Brand (o melhor agente livre disponível na off-season), esperava-se muito do Sixers em 2008-09. Muitos analistas projetavam que a equipe estaria entre as quatro melhores do Leste. No entanto, em quadra, as expectativas não se concretizaram. Com nove vitórias nos primeiros 23 confrontos, o treinador Maurice Cheeks foi demitido e o assistente da direção Tony DiLeo assumiu o posto. Com o interino, houve recuperação, mas, inesperadamente, o 76ers só voltou a jogar com efetividade parecida com a de 2007-08 após a contusão que tirou Elton Brand do resto da temporada. Sem o ala-pivô, o time viveu seus melhores momentos – inclusive, a maior série de vitórias da campanha. Ao fim da temporada, o Sixers garantiu a sexta vaga do Leste, com 41 vitórias e 41 derrotas – uma posição e um triunfo melhor do que os números de 2007-08.

Confronto direto na temporada

Orlando Magic 3 x 0 Philadelphia 76ers

6 de Novembro: PHI 88 x 98 ORL*
26 de Novembro: ORL 96 x 94 PHI*
28 de Fevereiro: ORL 106 x 100 PHI*

Horários dos jogos:

Jogo 1: dia 19 de abril, 18h30.
Jogo 2: dia 22 de abril, 20h.
Jogo 3: dia 24 de abril, 21h.
Jogo 4: dia 26 de abril, 19h30.
Jogo 5: dia 28 de abril*
Jogo 6: dia 30 de abril*
Jogo 7: dia 02 de maio*

*Se necessário

Previsão pessoal: Magic em cinco jogos.

quarta-feira, 15 de abril de 2009

Wall está vindo?

Muita gente diz que o draft de 2009 é fraco. Na minha opinião, esta é uma meia-verdade: não há grandes talentos individuais (Griffin, Rubio e?), mas há jogadores disponíveis para preencher 60 escolhas com atletas que vão ajudar suas equipes - é um recrutamento "profundo". De qualquer forma, os dois próximos drafts causam muito mais comoção entre os especialistas.

No entanto, o recrutamento pode estar prestes a receber uma "injeção" de talento individual. O colunista Chad Ford, da ESPN, descobriu que o armador John Wall - projetado para ser a primeira escolha do draft de 2010, segundo a maioria dos sites especializados - encontrou uma "brecha" na regra de elegibilidade da NBA e pode se tornar selecionável em 2009.

Sobre a elegibilidade de um jogador norte-americano ao draft, o estatuto da Liga diz:

"O jogador tem ou vai ter, no mínimo, 19 anos de idade durante o ano em que o draft é realizado, e, para os jogadores que não são estrangeiros, ao menos uma temporada da NBA deve ter se passado desde a sua graduação do colegial (ou, se não se formou, desde a graduação da classe com a qual ele se graduaria no colegial)”

A grande questão é que, tecnicamente, John Wall já é formado no colegial há um ano. Ele fez os quatro anos regulares do segundo grau norte-americano e, logo após, transferiu-se para um colégio preparatório religioso. Ou seja, embora ainda estivesse em uma instituição de ensino médio, Wall e sua turma formaram-se no ano anterior. E, como o armador completará 19 anos em setembro, já estaria apto para participar do recrutamento em 2009.

Os representantes do armador estariam estudando a situação e, por este motivo, Wall ainda não se comprometeu com nenhuma universidade. Se houver qualquer chance real de elegibilidade neste ano, a intenção do astro colegial é se tornar profissional imediatamente.

Chad Ford conversou com vários dirigentes de franquias da NBA e as opiniões são divergentes - alguns acham legítimo, outros não concordam. Nas próximas semanas, é esperado que Wall ao menos tente se inscrever no draft, forçando um posicionamento oficial da Liga. E, se avaliarmos os dizeres do estatuto, é possível que Wall consiga o cadastramento inicial. Assim, a única coisa que separaria o jovem do basquete profissional seria a contratação de um empresário.

John Wall direto do basquete colegial ainda não é risco para Blake Griffin e Ricky Rubio como potencial escolha TOP 2 do recrutamento. Mas, a partir daí, ele é o maior talento individual disponível. Eu tenho certeza que será um dos quatro primeiros selecionados - lógico, se ele chegar em 2009.

sábado, 11 de abril de 2009

Quem já está lá

Trinta e seis. Segundo a lista de entradas do Hoopsworld, este é o número de atletas universitários que se inscreveram no próximo draft, até o momento. Lógico, a quantidade de elegíveis já é muito maior, pois esta lista não conta os seniors, ou seja, os jogadores que terminaram a Universidade e estão cadastrados no recrutamento automaticamente - sem precisar de nenhum manifesto oficial.

O prazo para que os jogadores que ainda não terminaram o ciclo universitário possam se inscrever é 26 de abril. Então, existe tempo suficiente para que muitos outros atletas anunciem sua intenção de presença no recrutamento - o que deve acontecer. No entanto, como já disse em uma postagem anterior, apenas estar na lista não obriga ou garante a participação no draft. O jogador pode retirar seu nome da relação até 15 de junho. Aquele que realmente tiver interesse em ser recrutado, até a mesma data, precisa oficializar a contratação de um empresário.

Ao assinar com um empresário, sua possibilidade de rescindir sua elegibilidade acaba - você está, obrigatoriamente, no draft. Dos 36 jogadores relacionados pelo Hoopsworld, apenas 16 possuem agentes - ou seja, já estão lá. Aqui vai meus comentários sobre alguns deles:


Chase Budinger (Arizona - SF)
Junior - 21 anos

Budinger é um ala atlético, explosivo e um exímio arremessador, com um bom conhecimento de todos os fundamentos. No entanto, sua defesa é fraca até para o nível universitário e não é capaz de criar seus próprios arremessos. Os recrutadores gostam da inteligência que Budinger mostra em quadra, mas questionam até onde seu jogo pode ser traduzido entre os profissionais. Dúvida que compartilho com eles. Sua conduta voluntariosa é uma virtude, mas também acusa a falta de instinto agressivo de Chase em relação à cesta. Acredito que ele pode ter uma carreira sólida na NBA como um especialista em arremessos, mas nada muito além disso. As comparações com Brent Barry são bastante pertinentes. Deverá ser selecionado no final da primeira rodada.


Earl Clark (Louisville - SF)
Junior - 21 anos

Clark é atleta e jogador de basquete por excelência, combinando um excelente conhecimento dos fundamentos do esporte com a explosão, envergadura e atleticismo ideais para se destacar entre os profissionais. Seu jogo em transição e capacidade de assumir múltiplas funções e posições em quadra é impressionante. Os recrutadores enxergam real talento de elite em Clark e amam sua versatilidade. No entanto, se preocupam muito com a sua inconstância e seu aproveitamento nos arremessos de média e longa distância. Além disso, há divergências sobre em qual posição Clark se encaixaria na NBA - por este motivo, as comparações são diversas. Mantenho firme que Earl passa-me a impressão de um Boris Diaw melhorado, especialmente se melhorar seu arremesso. Deverá ser um dos 15 primeiros escolhidos do recrutamento.


Tyreke Evans (Memphis - SG/PG)
Freshman - 19 anos

Credenciado por ótimas atuações na NCAA, Evans está deixando Memphis em muito por causa da saída do treinador John Calipari, que vai para Kentucky. O que mais impressiona em Tyreke é seu instinto ofensivo, agressividade em relação à cesta, maximizado por atleticismo e condição física de elite. Além disso, é um defensor melhor do que recebe crédito e cria oportunidades para si e seus companheiros. Embora exista muito entusiasmo em torno dele, é evidente que mais um ano universitário seria muito importante. Evans não tem um bom arremesso e "perde o controle" em alguns momentos, precipitando ataques. Embora seja PG de formação e precise da bola nas mãos para ser efetivo, muitos recrutadores questionam a capacidade do garoto em armar uma equipe profissional. Os números sustentam a dúvida: em 29 minutos por noite, dá apenas 3.9 assistências, contrabalanceadas por absurdos 3.6 erros de ataque. Na minha opinião, Evans tem dois caminhos: desenvolver suas habilidades de armação ou um arremesso mais consistente. Talento e potencial não faltam, mas ele está preso entre duas posições (SG e PG) e isso sempre prejudica ótimos prospectos. Compará-lo com Larry Hughes - como muitos estão fazendo - é superestimar seu arremesso e subestimar seu potencial. Rodney Stuckey e uma versão bastante melhorada de Mardy Collins são paralelos mais realistas. Vai ser difícil passar das 15 primeiras seleções. 


Blake Griffin (Oklahoma - PF)
Sophomore - 20 anos

Neste momento, Blake Griffin é a indiscutível primeira escolha do recrutamento. O jogador mais dominante da temporada universitária (22.7 pontos e 14.4 rebotes) tem o pacote técnico, físico e atlético para causar impacto imediato entre os profissionais. Se existe um astro neste draft, ele é Blake Griffin. Ele possui um arsenal ofensivo vasto e muito eficiente, além de ser uma máquina de pegar rebotes. Áreas menos desenvolvidas do seu jogo, como a defesa e arremessos de média distância, mostraram evolução considerável durante a temporada. Como já disse, não vejo Blake anulando jogadores entre os profissionais, mas também não vejo ninguém anulando-o. Tem tudo para ser uma versão melhorada e mais agressiva de Carlos Boozer.


James Harden (Arizona State - SG)
Sophomore - 19 anos 

Harden é um jogador à moda antiga. Sua altura, envergadura e atleticismo são apenas medianos em comparação com outros jogadores universitários e prospectos. No entanto, o sophomore tem uma compreensão espetacular da dinâmica do jogo e qualidade técnica muito acima da média. Apesar de ser um dos scorers mais eficientes do basquete universitário - capaz de pontuar de todos os pontos da quadra - ele também é capaz de criar oportunidades para seus companheiros. Seu jogo sempre está à serviço do coletivo e a capacidade defensiva de Harden é subestimada. É, provavelmente, um dos jogadores mais inteligentes e com o melhor senso de decisão entre os universitários. A fraca atuação no Torneio da NCAA e o alto número de erros de ataque (3.4 por jogo, em grande parte por seu questionável controle de bola) são as maiores preocupações dos recrutadores, o que passa longe de torná-lo uma escolha arriscada. Um Brandon Roy menos talentoso é um bom paralelo para o ala-armador de 19 anos. Harden tem boas chances de ser uma das cinco primeiras escolhas do draft.


James Johnson (Wake Forest - SF/PF)
Sophomore - 22 anos

Atleta por excelência com bom conhecimento dos fundamentos do jogo, James Johnson é um ala capaz de jogar e pontuar dentro e fora do garrafão. Sua capacidade ofensiva é digna do basquete profissional, ajudada pela eficiência do seu trabalho de pernas e surpreendente versatilidade no perímetro. Apesar de mostrar intensidade e empenho, o instinto ofensivo de Johnson costuma levá-lo a tomar decisões precipitadas e seu QI dentro de quadra é bastante questionável. Muitos recrutadores gostam da versatilidade do ala, mas sua habilidade de marcar em nível profissional é duvidosa, pois baseia-se mais em atributos físicos do que em fundamentos defensivos. Johnson não me empolga. As comparações com Ryan Gomes (que também nunca me empolgou) são bem pertinentes. Ele está previsto para ser selecionado na segunda metade da primeira rodada.


BJ Mullens (Ohio State - C)
Freshman - 19 anos


BJ Mullens vai para o basquete profissional por dificuldades financeiras. Este é um dos poucos motivos para argumentar sua elegibilidade, pois ele não está preparado para a NBA. Após uma temporada, o pivô não conseguiu sair da reserva de Ohio State. Apesar de ter a envergadura, atleticismo e força física necessários para causar impacto imediato entre os profissionais, BJ carece de base técnica e um jogo mais polido, especialmente na defesa. Além disso, ele precisa adquirir maturidade - dentro e fora de quadra. Mas o pouco tempo de ação também não deu a chance para que o pivô mostrasse seus bons instintos ofensivos e alguns eficientes recursos que possui no ataque. A decisão de precipitar a saída do basquete universitário trouxe comparações com Robert Swift, mas BJ é mais talentoso e, fisicamente, está mais pronto para a NBA. A maioria dos sites comparam Mullens com Chris Kaman, mas ele ainda não jogou o bastante para fazer valer paralelos. Mesmo com todos os poréns, os recrutadores sabem que um talento como Mullens, em um draft pouco estrelar como este, ainda vale uma escolha de primeira rodada - para um time que tenha a paciência de deixá-lo alguns anos com um bom tutor. Ele pode ser muito bom. E, segundo muitos treinadores, a maioria dos pivôs altos saem do high school mais preparados para o basquete profissional do que para o universitário.


DaJuan Summers (Georgetown - SF)
Junior - 21 anos


DaJuan Summers é outro ala atlético, explosivo e com um físico pronto para a NBA que pode jogar dentro e fora do garrafão. No entanto, com sua precisão nos arremessos, ele é um atleta muito mais adequado para o jogo de perímetro. Além disso, DaJuan reboteia e assistencia com mais propriedade do que as estatísticas evidenciam (médias de 4.1 rebotes e 1.3 assistências). Defensivamente, Summers sabe utilizar sua envergadura para atrapalhar os adversários, mas não é um especialista, embora os recrutadores enxerguem nele a qualidade técnica para que torne-se um especialista em defesa entre os profissionais. Embora arremesse com excelência, DaJuan não tem apurada capacidade de criar seus arremessos e desperdiça muitas posses de bola. Quando bem marcado, ele também costuma forçar arremessos e jogadas de baixo acerto. Deverá ser escolhido entre as escolhas 25 e 35. Pelo pouco que vi jogar, ele me lembra Wilson Chandler - até mesmo pela capacidade (desperdiçada) de ser um grande defensor.


Jordan Hill (Arizona - PF)
Junior - 21 anos


O terceiro ano no basquete universitário trouxe o salto de qualidade que Jordan Hill precisava para se consolidar como um prospecto confiável. Os recrutadores estão impressionados com a sua capacidade de rebotear (foram 11 por jogo, na última temporada) e fazer o "trabalho sujo", mas questionam a falta de força física do ala-pivô. No entanto, o seu pacote de envergadura, atleticismo e intensidade dentro de quadra provou-se muito eficiente para compensá-la. Hill também é um defensor sólido e jogador bastante competitivo. Seu jogo ofensivo ainda é pouco desenvolvido, mas possui alguns movimentos muito efetivos e seu alto potencial para finalizar próximo da cesta é traduzido pela média de 18.3 pontos que conseguiu na última temporada. Entre os profissionais, só precisa tomar cuidado com as faltas. Uma versão melhorada de Chris Wilcox é uma previsão bastante realista. Deverá ser uma das sete primeiras escolhas do draft.


Na lista, também estão cinco prospectos internacionais: o armador francês Rodrigue Beaubouis, o pivô do Níger Aboubakar Zaki, o ala francês Fernando Raposo, o ala israelense Omri Casspi e o ala montenegrino Vladimir Dasic. Os dois últimos têm boas chances de serem selecionadas na segunda rodada. No entanto, os principais prospectos estrangeiros esperados são o armador espanhol Ricky Rubio e o ala-pivô lituano Donatas Motiejunas.

Outros dois jogadores universitários estão garantidos no recrutamento: o ala-pivô Brandon Costner (North Carolina State) e o armador Daniel Hackett (USC). Ambos não devem ser selecionados. Por ter tirado passaporte italiano recentemente, é provável que Hackett esteja visando o basquete europeu, não a NBA.

quinta-feira, 9 de abril de 2009

"Novidade" da Itália

Um dos técnicos mais respeitados da Europa. Quatro vezes campeão da Euroliga. Escolhido um dos 50 maiores contribuidores da história da Liga Européia de basquete. O currículo do italiano Ettore Messina é irretocável, quase perfeito para alguém com apenas 49 anos. No entanto, o maior desafio da carreira do treinador pode estar ainda por vir.

Com o final da temporada regular, as negociações esquentam entre franquias e técnicos. Neste ano, as conversas devem ser ainda mais intensas, por causa das seis demissões que aconteceram ainda na primeira metade da temporada. E o nome mais comentado no mercado não é de um americano, mas o de Ettore Messina.

Hoje, rumores deram conta que o New Jersey Nets tentará a contratação de Messina. O treinador atual da franquia, Lawrence Frank, sofre grande resistência interna e existe a real possibilidade de não continuar no cargo. Ettore é o favorito disparado do GM Kiki Vandeweghe, que deverá receber autonomia para a escolha de um possível novo técnico. O Sacramento Kings, que demitiu Reggie Theus no início da temporada, também cogitou o nome de Messina, mas o interesse não vingou.

No entanto, a equipe que sempre mostrou o maior interesse na contratação de Ettore Messina é o Toronto Raptors. O GM do time, Bryan Colangelo, é um grande fã do basquete europeu - o que pode ser verificado pelo alto números de atletas europeus que passaram pela equipe canadense, nos últimos anos. Colangelo também é fã incondicional de Messina, que considera um espetacular comandante e o homem ideal para trabalhar com um elenco cheio de europeus.

O que complica a contratação de Ettore Messina é, logicamente, a questão financeira. O treinador tem um contrato caro com o CSKA e precisaria encontrar uma forma de rescindí-lo. Além disso, é inevitável imaginar que o italiano vai receber menos dinheiro de uma equipe norte-americana média do que de um "gigante" do basquete do velho continente. Por este motivo, as três equipes também trabalham com outras alternativas.

O Kings, que passa por forte crise financeira, tem enorme interesse em contar com os serviços de Eddie Jordan (ex-Wizards) e, após a temporada, deve acerta com o treinador. O Raptors estuda a efetivação do interino Jay Triano, que recebe manifestações de apoio de todo o elenco, embora não tenha a confiança da maior parte da organização. Enquanto isso, o Nets pode se ver forçado a manter Lawrence Frank, uma vez que o técnico está sob contrato e, no caso de ser demitido, vai continuar sendo pago pelo Nets. Em tempos de crise, a franquia não quer pagar alguém apenas por força contratual.

Ainda não podemos esquecer que é muito difícil prever como será a adaptação de um treinador europeu na NBA, assim como sempre é a de um jogador. Ao invés de explicar esta parte, prefiro utilizar a explicação dada pelo técnico Mike Moreau, em um de seus recentes chats:

"Ele vai ter que se adaptar às regras e ao ritmo do jogo da NBA, assim como lidar com atletas de outros países e culturas. É um jogo diferente e a NBA é um mundo diferente".

De qualquer forma, se Ettore Messina disser que vai para a NBA, espere vários interessados - muito além de Nets, Kings e Raptors. Em uma Liga equilibrada, um comandante com vitalidade e vencedor pode fazer muita diferença. E este é o perfil de Messina.

quarta-feira, 8 de abril de 2009

Onde o futuro começa

Na última segunda-feira, o Torneio da NCAA teve a sua final. Infelizmente, um anti-climax. A Universidade de Carolina do Norte não encontrou problemas para derrotar a equipe de Michigan State, após um avassalador primeiro tempo.

Sobre o jogo, há pouco o que dizer. O treinador de MSU, Tom Izzo, chegou ao jogo final vencendo times superiores com estratégias de ação bastante sólidas, praticamente "moldando" sua equipe ao estilo de adversário. Contra Louisville - um time leve, cheio de alas e que joga com rapidez -, Michigan State utilizou o garrafão, truncou o confronto em ataques de meia quadra e encurralou o oponente com sua defesa impassível.

No final four, contra Connecticut, a equipe mudou de estratégia e atacou com muita velocidade, explorando a deficiência do adversário em partidas disputadas em transição. Sem aproveitar o contra-ataque, UCONN também ficou presa na marcação de meia quadra de Michigan State e caiu. Contra Carolina do Norte, que gosta de jogar em alta velocidade, era esperado que Izzo montasse um time que segurasse a bola e minasse a velocidade dos Tar Heels.

O esperado não aconteceu. Michigan State entrou no jogo com uma proposta de jogo rápido, na tentativa de explorar a questionável defesa de perímetro de Carolina do Norte. A estratégia não podia ser mais equivocada. UCONN impôs o seu ritmo e jogou da forma como gosta. Por outro lado, atuar com velocidade tirou a principal virtude da equipe de Izzo - a defesa de meia quadra. Com um dia particularmente ruim arremessando, Michigan State viu o adversário abrir mais de 20 pontos de diferença ainda no primeiro tempo. O jogo ficou definido.

Carolina do Norte campeã e Torneio da NCAA finalizado. Fim da história, certo? Errado.

Agora, os principais jogadores do basquete universitário começam a se posicionar sobre o draft da NBA - se vão ou não se inscrever no recrutamento. Os atletas têm até o dia 26 de abril para manifestarem sua decisão. No entanto, até o dia 15 de junho, existe a possibilidade de se tirar o nome da lista de elegíveis. Quem mantêm seu nome tem a data como prazo final para contratar um empresário - requisito necessário para se tornar profissional.

Muitos atletas colocam seu nome entre os elegíveis para conhecer o parecer dos recrutadores sobre seu jogo. Após ouvirem as opiniões, passam a trabalhar com base nos comentários, que sempre estão direcionados para sua preparação visando o basquete profissional. Ou seja, não há o que perder com o "blefe".

Como existem centenas de possíveis prospectos, dentro e fora dos Estados Unidos, é difícilimo acompanhar todos os rumores envolvendo cada atleta. A melhor forma de ficar atualizado sobre as decisões dos jogadores é pelo Hoopsworld, que fez uma postagem especial (e constantemente atualizada) com o nome dos universitários e estrangeiros que se inscreveram no recrutamento e se já possuem ou não empresário. Confira!

Já que estamos começando a falar de draft, vale a pena lembrar que o da WNBA acontece já nesta quinta-feira. Para ficar por dentro da situação do recrutamentos do basquete feminino, indico o blog WNBA Brasil - recentemente lançado por um grupo de meninas interessadas na Liga. Gosto de assistir a WNBA, mas não consigo ver sempre e não tenho o nível de informação que deveria ter. Com este novo blog, espero ficar mais atualizado...

quinta-feira, 2 de abril de 2009

Em algum lugar do Brooklyn

O New Jersey Nets fechou o ano fiscal de 2008 com um prejuízo de U$77.8 milhões. Em tempos de crise, não chega a ser um número alarmante - outras franquias, como o Sacramento Kings, tiveram perdas estimadas em mais de U$100 milhões. Além disso, a quantia foi quase igual aos prejuízos registrados pelo Nets nos dois anos anteriores. O grande problema não é quanto se perdeu, mas a forma como se perdeu tanto dinheiro.

A maior parte do prejuízo não foi resultante das derrotas em quadra, falta de público, fracassos de marketing ou contratos de jogadores, mas pelo Atlantic Yards. Este é o nome do projeto que envolve a nova arena do Nets, que será construída no famoso bairro do Brooklyn. A arena será nova, mas o projeto não é - tem, pelo menos, dois anos de existência. Dois anos em que não passou de um projeto, de um monte de idéias e planejamento estratégico.

A forte resistência da população local, trâmites legais mal resolvidos e a incapacidade da franquia em atender todos os preceitos para a construção fazem com que o projeto "Atlantic Yards" não saía do papel. Com valor total estimado em U$4 bilhões e passando por constantes alterações, a arena dá um prejuízo violento para a franquia, mesmo sem ter movimentado um único trabalhador ou tijolo. Como diz o velho ditado, tempo é dinheiro.

A pressão não é apenas externa. Parceiros e seguradoras da franquia também exigem mais agilidade do processo. Para piorar, a crise financeira fez com que diretores do Nets ficassem reticentes com a obra. A questão afeta ainda mais as finanças da equipe porque o grupo Forest City Ratner, que desenvolve o "Atlantic Yards", é dono de 23% das ações do time. Ou seja, o clima está ruim para todos.

Quando se tenta obter informações sobre o assunto, duas posições são bem marcantes. Bruce Ratner, líder da Forest City Ratner, e os dirigentes do New Jersey Nets dizem que o projeto continua de pé e as obras estão prestes a serem iniciadas. Por outro lado, a imprensa local afirma que o "Atlantic Yards" não saí tão cedo, se for construído. Hoje, com certeza, só pode-se dizer que a franquia pretende levantar uma nova arena em algum lugar do Brooklyn.

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