quarta-feira, 18 de fevereiro de 2009

Cenário final - Trade deadline

Com menos de 24 horas para o final do prazo para realização de trocas, aqui estão algumas observações finais sobre a situação e possibilidades das franquias:


Atlanta Hawks – Não esperem nada. O Hawks não tem moedas de troca e não está ativo no mercado. Não se ouve nada em Atlanta.

Boston Celtics – Os negócios do Celtics começam após o prazo terminar, quando veteranos recentemente negociados forem dispensados pelas franquias. 

Charlotte Bobcats – Raymond Felton atrai muitos interessados, mas o Bobcats está decidido a não trocá-lo. Mas os dirigentes de Charlotte ainda possuem pretensões. Existe forte interesse do Blazers em Gerald Wallace e as duas franquias estão conversando. A questão que estagna as conversas é que o Bobcats só aceita trocar Wallace em um pacote que inclua o pivô Nazr Mohammed, recentemente adquirido e dono de um contrato que vai até 2011, pagando cerca de U$20 milhões. Logicamente, Portland não quer assumir o péssimo contrato do pivô. Jamaal Tinsley é outro atleta em que o Bobcats tem interesse.

Chicago Bulls – A troca com o Sacramento Kings já foi um grande movimento para o Bulls, mas Paxson deverá continuar ativo nesta quinta-feira. Existem rumores sugerindo negociações que envolvem os dois contratos mais caros do elenco: Larry Hughes e Kirk Hinrich. O Wizards possui um interesse antigo em Hughes (que corre o risco de não entrar em quadra enquanto estiver em Chicago) e um suposto negócio pode acontecer pelo pivô Etan Thomas e o armador Mike James. Embora não haja ganho financeiro para nenhuma das duas equipes, a transação traz jogadores novos para as duas equipes em troca de atletas desgastados. Sobre Hinrich, o Bulls já conversou com diversas franquias. No negócio recém-fechado com o Kings, é dito que os dirigentes de Sacramento tentaram a inclusão do armador – ou no lugar de Nocioni, ou com a adição de Mikki Moore ao negócio – o que não aconteceu. O Bulls está conversando com o Minnesota Timberwolves para trocar Hinrich, mas os jogadores que chegariam a Chicago ainda são um mistério. Um nome certo é o contrato expirante do pivô Jason Collins. Neste momento, o rumor mais plausível é o que aponta a ida do ala-armador Rashad McCants. No entanto, há rumores que incluem o ala Brian Cardinal e escolhas futuras de draft no pacote oferecido pelo Twolves. Uma proposta com Cardinal e Collins exigiria a inserção de mais um jogador do Bulls, que seria o ala-armador Thabo Sefolosha.

Cleveland Cavaliers – Existem muitas informações divergentes em relação ao Cavaliers. Eu acredito que, neste momento, Danny Ferry está com o ouvido colado no telefone, recebendo e fazendo propostas. O contrato expirante de Wally Szczerbiak é muito valioso e nomes como os alas Richard Jefferson e Vince Carter, o ala-pivô Charlie Villanueva e os pivôs Chris Kaman e Marcus Camby são muito cogitados em Cleveland. Mas, neste momento, o favorito da corrida do Cavaliers é o ala-pivô Antawn Jamison, do Washington Wizards. Eu imagino que, se há um sinônimo para atividade, este é Danny Ferry.

Dallas Mavericks – O Mavericks está estudando possibilidades, mas, diferentes do que muitos (inclusive eu) imaginam, não parece estar realmente empenhado. Segundo Mark Cuban, Jason Kidd e Josh Howard não estão disponíveis. A equipe já perdeu a corrida por John Salmons e Brad Miller e não parece realmente interessada em mais nenhum cenário evidente. No entanto, o contrato de Jerry Stackhouse continua sendo oferecido e causa certa comoção entre a Liga, o que pode render uma troca para o Mavs. Ainda acho que o Mavericks é um forte candidato à major trade do ano, especialmente se o Suns colocar Shaquille O’Neal na mesa.

Denver Nuggets – O Nuggets pode fazer uma troca, mas não existe movimento ou rumores no Colorado. Se houver algum time interessado em oferecer um pivô pelo ala Linas Kleiza, que vai ser agente livre ao final da temporada, a franquia de Denver estará disposta a conversar. Mas não vejo nada de grande ou média proporção acontecendo.

Detroit Pistons – Muita gente está de olho no Pistons, pois tem contratos expirantes e jovens talentos para tentar uma grande troca. No entanto, os rumores estão diminuindo em Detroit e Joe Dumars parece satisfeito com o que tem em mãos. O plano do Pistons não é imediato e as perspectivas ruins para a pós-temporada não parecem incomodar. A vaga no elenco aberta na troca de Alex Acker deverá ficar guardada para a off-season.

Golden State Warriors – O Warriors está ativo, mas não recebe propostas. Existe uma grande vontade de trocar Corey Maggette – que é encarado como um grande erro –, mas não existem interessados a ponto de assumir o recém-assinado contrato de cinco anos e U$50 milhões. Eu estou atento, mas não focado, aos comentários em Oakland.

Houston Rockets – O Rockets está realmente empenhado em contar com o ala Vince Carter. E mesmo com McGrady fora da temporada, é possível que uma troca entre os dois primos aconteça, pois o Nets está mais interessado no contrato de T-Mac do que em seu rendimento. No entanto, é improvável. Se a transação por Carter não der certo, espero o Rockets indo atrás de alguma outra franquia e outros jogadores. Os dirigentes texanos parecem muito dispostos a realizar mudanças no elenco.

Indiana Pacers – O Pacers parece quieto, mas todos desconfiam. A franquia é dona de dois valiosos contratos expirantes – Rodoslav Nesterovic (U$8.4 milhões) e Marquis Daniels (U$6.8 milhões) – e possui várias peças medianas para complementar propostas de troca. Além disso, os dirigentes de Indiana trabalham em uma transação com o Bobcats, envolvendo o armador Jamaal Tinsley. Se o Pacers realmente fizer uma troca, Tinsley deverá estar no meio. Se não for com esta motivação, não vejo nenhum negócio no caminho da franquia.

Los Angeles Clippers – O Clippers segue dizendo que todos, exceto o novato Eric Gordon e o pivô Marcus Camby, estão disponíveis. O problema é que praticamente todos que procuram a equipe estão interessados em Camby. Chris Kaman, outro pivô que atrairia pretendentes, está machucado e não se ouve muitas informações sobre o andamento da sua recuperação. Se não for por um destes dois homens de garrafão, não vejo mais cenários possíveis para o Clippers.

Los Angeles Lakers – O Lakers está buscando algum interessado no ala Adam Morrison, que foi adquirido na troca que levou Vladimir Radmanovic para Charlotte. Mas será muito difícil encontrar alguém.

Memphis Grizzlies – Ouve-se muitos rumores sobre jogadores do Grizzlies, mas nada sobre a franquia. É uma incógnita, certamente. Adquirir Chris Mihm já foi mais do que o esperado.

Miami Heat – O Heat está em busca de um armador para fechar o seu elenco, mas o mercado não oferece tantas opções. Existe um forte rumor que indica a ida de Earl Watson, do Thunder, para o Heat, mas nada realmente confirmado. Um dos atletas que poderiam ser oferecidos pelo armador é o ala Dorell Wright. Outros nomes comentados em Miami são Kyle Lowry (Grizzlies) e Raymond Felton, mas nenhum deles parece realmente disponível. O Heat está recebendo diversos telefonemas de equipes interessadas no ala-armador Daequan Cook, mas Pat Riley afirmou que o jogador não está disponível.

Milwaukee Bucks – O Bucks estará com dois cenários em aberto para discussão. O primeiro e preferencial envolve negociar o ala Richard Jefferson – que atrai interesse de Cavs e Blazers. O time de Milwaukee quer contratos expirantes pelo jogador, já que a intenção da franquia é aliviar sua folha salarial para proporcionar a renovação dos vínculos do ala Charlie Villanueva e do armador Ramon Sessions. No caso de não terem nada de concreto envolvendo Jefferson, o time deve partir para negociar Villanueva e/ou Sessions, pois são agentes livres e podem sair da equipe quando a temporada terminar. Ou seja, o Bucks perderia ambos por nada. Qualquer dos dois panoramas que prevaleça, uma ou mais trocas acontecerão.  

Minnesota Timberwolves – Os dirigentes de Minnesota estão trabalhando com as chances de trocar um pacote envolvendo os contratos expirantes do pivô Jason Collins e do ala-armador Rashad McCants. A principal conversa é com o Bulls, em uma troca pelo armador Kirk Hinrich. Mas a teórica principal moeda de troca da franquia, o ala Mike Miller, não está disponível e isso faz com que o Twolves mantenha negociações com bem menos franquias do que poderia.

New Jersey Nets – O Nets está ativo e estuda várias possibilidades no mercado. Vince Carter atrai muito interesse ao redor da NBA e os executivos de Nova Jersey ouvem e estudam todos os negócios oferecidos. Além disso, a equipe está empenhada em trocar o ala-pivô mexicano Eduardo Najera e o contrato expirante do pivô Stromile Swift. Pode ser que não aconteça nada, mas existe ação em Jersey.

New Orleans Hornets – O cancelamento da troca de Tyson Chandler pode, mas não deve, fazer grande diferença para o Hornets – que adoraria e procura trocas, mas não tem as peças ideais para atrair interessados.

New York Knicks – A franquia está interessada em trocar Jerome James, Eddy Curry e Jared Jeffries. Boa sorte!

Oklahoma City Thunder – O cancelamento da troca de Tyson Chandler reforça a posição do Thunder como time hiper-ativo no mercado. O time volta a ter quatro contratos expirantes: os alas-pivôs Chris Wilcox (U$6.7 milhões) e Joe Smith (U$4.7 milhões), o pivô Saer Sene (U$2.2 milhões) e o ala Desmond Mason (U$5.3 milhões). Além disso, o armador Earl Watson está disponível para trocas, sendo uma das melhores opções que o mercado oferece na posição – e existe interesse forte do Heat. Mas, acima de tudo, a franquia possui três escolhas de primeira rodada do próximo recrutamento e está aberto para ceder uma ou duas para outras equipes. O Thunder, salvo uma absurda falta de interessados, deve acabar o dia com uma ou duas trocas realizadas. 

Orlando Magic – O único jogador realmente disponível do elenco do Magic é o ala-pivô Brian Cook. De qualquer forma, a franquia não parece interessada em realizar trocas.

Philadelphia 76ers – O Sixers parece ser o time mais calmo deste trade deadline. Uma troca de pequeno porte sempre é possível, mas nada é iminente.

Phoenix Suns – Com o aparente retorno do run and gun à Phoenix, os rumores de troca sobre Amare Stoudemire se dissiparam. As chances de trocá-lo abaixaram radicalmente. No entanto, a franquia continua interessada em diminuir sua folha salarial e uma negociação é necessária. As possibilidades de negócio caem, principalmente, sobre o pivô Shaquille O’Neal. É possível que o Suns passe a quinta-feira oferecendo o pivô para várias equipes da Liga – e existe um possível interesse em Dallas. Steve Kerr estará atento e trabalhando, mas não tão forte quanto se Amare ainda estivesse em vias de ir embora.

Portland Trail Blazers – O Blazers deverá fechar uma troca nesta quinta-feira. O compromisso expirante do ala Raef LaFrentz atrai muito interesse e a franquia está procurando um ala para solidificar seu quinteto titular. Vince Carter, Caron Butler, Richard Jefferson e Gerald Wallace são as quatro opções com as quais o Blazers está trabalhando, sendo que os dois últimos são os favoritos. Wallace parece ser o foco das atenções da equipe, mas a insistência do Bobcats em incluir o pivô Nazr Mohammed estagna as negociações. Neste caso, Jefferson é a principal opção e o Bucks está plenamente aberto a negociar o atleta apenas pelo contrato de LaFrentz. Existe um cenário de transação altamente divulgado (e já postado aqui), ainda em discussão, que levaria Raef LaFrentz, o ala Travis Outlaw e o armador Sergio Rodriguez para Milwaukee, em troca do armador Luke Ridnour e de Richard Jefferson. Com Bucks, Bobcats ou até mesmo com outra franquia, uma troca deve ser fechada.

Sacramento Kings – O objetivo principal do Kings foi alcançado com a troca de Brad Miller e John Salmons para o Bulls. Nesta quinta, os dirigentes da equipe devem continuar telefonando para todas as franquias da Liga, tentando conseguir interessados pelo armador Beno Udrih e os alas-pivôs Mikki Moore e Kenny Thomas – o que é bastante improvável. Sacramento já fez uma troca, mas o verdadeiro motivo de festa será se conseguirem fechar uma segunda.

San Antonio Spurs – O Spurs vem mostrando uma vontade incomum de realizar trocas, que está sendo frustrada apenas pela falta de peças no elenco. Eu acredito que o time texano vai continuar procurando uma troca, por mais difícil que seja imaginá-los fechando alguma.

Toronto Raptors – O Raptors ainda tem algumas moedas de trocas que serão oferecidas e despertam interesse, em especial o ala-armador Anthony Parker. Não devemos esperar mais uma troca da franquia canadense, mas se ela vier não será surpresa. E Parker deverá estar envolvido.

Utah Jazz – Pouquíssimos rumores em Utah. Até mesmo as conversas sobre Carlos Boozer cessaram. O Utah Jazz pode conversar com outras franquias, mas não parece interessado em negociar.

Washington Wizards – Nenhuma equipe na situação do Wizards (muitos gastos e derrotas) está totalmente fora das conversas, como os dirigentes de Washington dizem. Na verdade, há indícios fortes que apontam para o exato contrário: todos estão de prontidão nos telefones e com vários cenários de troca em discussão. E os telefones estão tocando. Existe um interesse bem documentado em Larry Hughes, do Bulls, e levando em conta o baixo prestígio do atleta em Illinois, o time da capital tem boas chances de adquiri-lo com um pacote que inclui o pivô Etan Thomas e o armador Mike James. O time ainda está sendo constantemente questionado sobre o ala-pivô Antawn Jamison e o ala Caron Butler – e existe uma grande possibilidade de um deles (Jamison, provavelmente) ser negociado. Os dirigentes do Wizards ainda trabalham e buscam cenários que possam promover a saída do ala Darius Songaila. Apesar das constantes negações, deverá ser uma quinta bastante movimentada em Washington.


Aqui estão as informações que consegui coletar nas últimas horas. Neste momento, às duas horas da manhã de quinta-feira, é isso que pode ser dito sobre a situação das franquias. No entanto, como já pudemos ver, tudo pode mudar em 10 minutos e toda esta lógica cai por terra. Esperemos por trocas – vou estar alerta!  

Muito movimento em Sacramento

O Kings é um dos times mais envolvidos em conversas de trocas. Como já disse em umas três postagens recentes, existem muitos jogadores disponíveis e muitos interessados. Aqui estão vários cenários possíveis envolvendo trocas entre diversas franquias da Liga e o Kings:

- Com a provável manutenção de Amare Stoudemire pelo Suns, o Bulls voltou a negociar com o Kings, interessado em adquirir Brad Miller. O contrato expirante do ala-pivô Drew Gooden é presença certa na troca. O problema é a composição complementar. O Kings tem interesse em Andres Nocioni e isso faz com que seja discutido um cenário que envolva Miller e Salmons por Gooden e Nocioni. No entanto, o Kings tem mais pretendentes por Salmons e utilizar as duas principais moedas de troca de uma vez não seja uma boa idéia. Além disso, o contrato do ala argentino é longo e vai comprometer (em média) U$7 milhões dos cofres de Sacramento por ano, até 2012. Se o Bulls quiser apenas Miller, um cenário possível para transação seria Drew Gooden e a trade exception de U$5.4 milhões que Chicago pode utilizar.

UPDATE: Segundo Sam Amick, do jornal Sacramento Bee, troca quase fechada entre Kings e Bulls: Salmons e Miller vão para Chicago em troca de Andres Nocioni e os contratos expirantes de Drew Gooden, Michael Ruffin e Cedric Simmons.

- O Mavericks tem grande interesse em contar com Salmons e também gosta da possibilidade de contar com Brad Miller. A franquia já ofereceu o ala Jerry Stackhouse – que possui contrato até 2010, mas só U$2 milhões garantidos na próxima temporada –, mas o Kings quer mais. Nas últimas horas, Dallas parece ter aumentado a oferta e ter incluído o ala-pivô Brandon Bass no pacote. Os dirigentes do Kings estão interessados, mas precisam incluir mais um atleta para que o negócio atenda todas as exigências financeiras da Liga. O problema está neste ponto: os únicos atletas que são oferecidos pela direção de Sacramento são Beno Udrih, Kenny Thomas e Mikki Moore. As conversações seguem com preferência para a inclusão de Udrih.

- O Spurs também estaria interessado em John Salmons, mas não tem muitas chances porque não possui as moedas de troca certas. O time estaria oferecendo o contrato expirante de Ime Udoka, o ala Bruce Bowen e considerações financeiras para possibilitar a dispensa de Bowen, que ainda tem dois anos de contrato. A proposta atende as exigências financeiras do Kings, mas não trazem o talento ou juventude que a franquia procura.

- Apesar de ter adquirido o pivô Tyson Chandler, o Thunder ainda tem interesse em adquirir Salmons. O time estaria disponibilizando o contrato expirante do ala-armador Desmond Mason e uma ou duas das três escolhas de primeira rodada que possuem no próximo recrutamento. As seleções são baixas (originalmente, do Nuggets e do Spurs) e, conhecendo os possíveis novatos, é uma aposta alta.

- O próprio Sam Amick, que quase confirmou a troca com o Bulls há poucos minutos, acabou de dizer que uma nova proposta, agora do New Jersey Nets, está sendo analisada pelo Kings. Por Miller e Salmons, vão para Sacramento o novato Ryan Anderson, o ala Trenton Hassell, o contrato expirante de Stromile Swift e o ala-pivô Eduardo Najera. Não traz, em nível ideal, nem talento e muito menos talento. Mas está sendo discutida.

- O Knicks é dos times que mais mantém conversas com o Kings. Os dirigentes de Nova York pretendem adquirir Miller ou Salmons. Os dois times ainda estão próximos de acertar uma troca pelo pivô, levando para Sacramento o ala Jared Jeffries e o contrato expirante de Malik Rose. No entanto, a equipe do Oeste também queria a inclusão do armador Nate Robinson, que não é aceita pelo Knicks. Considerando que Nate será agente livre restrito ao fim desta temporada, não é difícil ver o Knicks aceitando esta condição.  

segunda-feira, 16 de fevereiro de 2009

Rumores - Trade Deadline

O trade deadline é quinta-feira e existem muitas trocas em discussão. A grande maioria não vai sair do papel, mas todos os dirigentes estão procurando oportunidades para fortalecer seus times. Eis alguns rumores e fatos que venho lendo e ouvindo, nos últimos dias:


Amare Stoudemire

Como está sendo vastamente negociado, a próxima casa de Stoudemire deverá ser Chicago. Muitos cenários de troca estão sendo noticiados, com poucas mudanças substanciais. Mas um comentarista confiável que leio ficou sabendo, por meio de duas fontes ligadas à negociação, que um novo componente deverá ser adicionado ao negócio: uma trade exception de U$5.4 milhões pertencente ao Bulls. Assim, a troca estaria configurada com:

Suns cede Amare Stoudemire, além dos alas Louis Amundson e Jared Dudley.
Bulls cede a trade exception de U$5.4 milhões, o ala-armador Thabo Sefolosha e os alas-pivôs Tyrus Thomas e Drew Gooden (contrato expirante de pouco mais de U$7 milhões).

Ainda é possível (não exatamente provável) que o Bulls envolva o ala-pivô Cedric Simmons e/ou escolhas de draft para concretizar o negócio. Eu não sabia que Chicago possuía esta exceção salarial, mas sua inclusão na troca é quase certa, uma vez que a franquia do Arizona está realizando esta troca com o intuito de reduzir sua folha salarial e este é um modo bem simples de alcançar o objetivo.

É preciso citar também que, após o anúncio da demissão do técnico Terry Porter, cresceram os rumores dando conta que o Suns poderia manter Stoudemire no elenco. O novo treinador, Alvin Gentry, tem a intenção de reativar o run and gun em Phoenix e Amare novamente se tornaria peça-chave do projeto da equipe. No entanto, é um cenário ainda pouco possível, pois a relação entre jogador e dirigentes parece estar desgastada.

No caso da manutenção de Stoudemire, o Suns precisaria de um plano B para sua limpeza salarial. A opção óbvia para troca seria Shaquille O’Neal. Aparentemente, existe um interesse do Dallas Mavericks em contar com Diesel, mas Phoenix teria que aceitar o contrato do pivô Eric Dampier para que as conversações avançassem. Com poucos dias para o fechamento da temporada de transações, este é (mais um) panorama improvável.


Wally Szczerbiak

Após muitas idas e vindas, o ala-armador Wally Szczerbiak deverá permanecer em Cleveland. O GM do Cavaliers, Danny Ferry, teria fechado as possibilidades de troca após um novo contato com o Los Angeles Clippers, que confirmou novamente a indisponibilidade do pivô Marcus Camby. Mas ainda existe uma pequena chance do dirigente mudar de idéia: com o ala Richard Jefferson reportadamente disponível para trocas, é possível que Ferry tente um último contato com o Bucks.


Richard Jefferson

Após quase dois meses negando que o ala Richard Jefferson seria trocado, o Milwaukee Bucks voltou atrás. Jefferson está disponível para trocas. A franquia procura contratos expirantes, que permitam a renovação com o armador Ramon Sessions e do ala Charlie Villanueva – os dois principais jogadores do Bucks, após o início do ciclo de contusões que assola a equipe, e, a partir de julho, agentes livres restritos.

O Blazers, que sempre foi o principal interessado no ala, já está em conversações avançadas com os executivos de Milwaukee e uma troca entre os dois times é provável:

Bucks cede Richard Jefferson e o armador Luke Ridnour.
Blazers cede Raef LaFrentz (contrato expirante de U$12.7 milhões), o ala Travis Outlaw e o armador Sergio Rodriguez.

Eu não costumo acreditar em qualquer rumor que colocam na minha frente, mas este faz muito sentido. Durante as últimas semanas, era de conhecimento geral que o Blazers procurava um titular mais sólido para a posição de ala – e Jefferson sempre foi um dos favoritos do GM Kevin Pritchard. Neste momento, a presença de Ridnour é um empecilho para que o Bucks promova o promissor Ramon Sessions para uma das cinco vagas iniciais. Mas, em Oregon, ele seria uma peça consistente para uma rotação igualitária com Steve Blake.

Pelos lados de Portland, Outlaw, Rodriguez e LaFrentz sempre foram os atletas mais cogitados para serem trocados. Rodriguez viria para recompor a rotação de armação do Bucks e Outlaw compensaria a saída de Jefferson. É bem lógico e um movimento muito inteligente das duas partes.


Vince Carter

Eu sempre acreditei que o Nets não estava interessado em trocar Vince Carter e reforço esta impressão. Existe quem goste e queira Carter, mas seu contrato é longo (vai até 2011) e mina qualquer chance de agir ativamente no verão de 2010. Como já disse, acho que o Nets vai ser esperto o bastante para esperar até a off-season, quando deverão se definir quem está e quem não está visando 2010, para buscar cenários e propostas. Quando esta divisão ficar bem clara, o Nets poderá conseguir uma oferta muito mais sólida por um jogador da qualidade de Vince. Mas não sou apenas eu quem diz isso. Nas últimas horas, muitos especialistas afirmaram que Carter ficará em New Jersey, pois o Spurs retirou-se oficialmente das conversas pelo atleta.


Detroit Pistons

Hoje, o Pistons trocou o novato Alex Acker com o Los Angeles Clippers, por uma futura troca de escolhas de draft de segunda rodada. O tipo de movimento que não dá para ser previsto, mas que pode significar bem mais do que a qualidade dos envolvidos sugere. Com esta troca, o Pistons abre uma vaga no seu elenco. Logo após o anúncio do negócio, a opinião geral é que o GM do time, Joe Dumars, tem outra transação encaminhada. Apesar de todos os indícios apontarem para esta conclusão, eu não acredito muito em algo engatilhado já para esta trade deadline, a não ser um negócio de pequeno porte ou uma troca de contratos expirantes (Iverson ou Rasheed Wallace). Muito mais plausível é imaginar que Dumars planeja assinar com dois agentes livres na próxima off-season.


Tyson Chandler

Um recente rumor está apontando para a ida do pivô Tyson Chandler, do New Orleans Hornets, para o Oklahoma City Thunder, em troca dos alas-pivôs Joe Smith e Chris Wilcox – contratos expirantes que somam U$11.5 milhões – e uma escolha de primeira rodada do próximo draft. Se esta proposta for efetivamente oferecida para o Hornets, acho muito difícil que não seja aceita.

Atualmente, o Hornets é dono de uma das folhas salariais mais saturadas da Liga. O time tem, no mínimo, U$64 milhões por temporada comprometidos até 2011-12. Na próxima temporada, são mais de U$76 milhões em vencimentos. Ou seja, se o time assumir todos os contratos que tem, não terá flexibilidade econômica para melhorar substancialmente sua equipe. Neste caso, New Orleans precisa (desesperadamente) de alívio salarial de grande porte.

As três peças que podem trazer este tipo de alívio são Chandler e os alas Peja Stojakovic e Morris Peterson. Stojakovic tem U$42.6 milhões a receber até 2011, quando terá 34 anos – o que faz com que seja um atleta de custo-benefício questionável, muito difícil de ser negociado. Peterson e seu longo contrato não têm valor nenhum de mercado. Quem resta é Chandler.

A dúvida que fica é qual escolha de draft das três de primeira rodada pertencentes ao Thunder será cedida. A primeira, provavelmente TOP 5, não sai das mãos da franquia. As outras duas são de Nuggets e Spurs, que estão fixadas no final da lista.


Sacramento Kings

O Kings não vai sair deste trade deadline sem realizar uma troca. Qualquer jogador que não se chame Kevin Martin, Spencer Hawes ou Jason Thompson está disponível. A franquia parece ter interessados em adquirir o pivô Brad Miller e o ala John Salmons. O armador Beno Udrih e os alas-pivôs Kenny Thomas e Mikki Moore estão sendo agressivamente oferecidos para as equipes da Liga, sem muito sucesso.

O grande problema do Kings é que todos os seus jogadores – inclusive Miller e Salmons – são encarados como “segundas opções” para as franquias interessadas. Miller é a segunda opção do Bulls, caso o Suns decida não trocar Amare Stoudemire. Salmons é a segunda opção do Blazers, caso não consiga Richard Jefferson. Logicamente, o Kings também tem “segunda opções” de interesse, mas com propostas bem menos substanciais do que as oferecidas por Chicago e Portland.

Miller pode ser trocado para o Knicks, em um pacote formado por Malik Rose e Nate Robinson. Já Salmons, atrai interesse do Thunder (pelo contrato expirante de Joe Smith ou Chris Wilcox) e Mavericks (pelo contrato em vias de término de Jerry Stackhouse). No entanto, o Kings deverá esperar até o fim dos negócios entre Bulls-Suns e Blazers-Bucks para fechar qualquer troca por Miller e Salmons. Devemos esperar trocas de Sacramento, mas nada até quarta-feira.

quarta-feira, 11 de fevereiro de 2009

Draft 2009 - Uma primeira visão

O aspecto ruim advindo de uma excelente turma de novatos (como a de 2008) é a expectativa criada em torno da seguinte – raramente correspondida. Este ano não parece ser diferente. O nível geral dos calouros está bem abaixo dos selecionáveis do ano passado, o que leva grande parte dos especialistas a dizer que as franquias não devem procurar astros, mas atletas que possam ser bons componentes de rotação. Sabendo da mobilização que jovens talentos costumam causar, isso nunca é um sinal positivo.

Logicamente, existem talentos, mas longe da abundância e obviedade de 2008. Para acertar, os recrutadores vão ter que trabalhar mais do que em anos anteriores. E é neste momento em que se conhecem os bons recrutadores e observadores – quando as chances de sucesso são incertas e a escolha certa se esconde atrás de várias potencialmente erradas.

Eu confesso que não acompanho o basquete universitário como gostaria. Com transmissões em horários e dias aleatórios, as emissoras que exibem as partidas (BandSports e ESPN) não ajudam. Em especial no BandSports, existe o problema extra da falta de critério para seleção de confrontos, que, muitas vezes, não envolvem sequer instituições rankeadas. Ou seja, o nível técnico sofrível é um repelente de audiência e um teste para a paciência (e sou reprovado).

Esta primeira visão traz alguns jogadores que já vi atuar (não muitas vezes, como já deixei claro) e deverão figurar entre os 30 selecionados da primeira rodada do próximo draft, a não ser que optem por ficar mais um ano na NCAA. As observações são baseadas nos jogos, vídeos, box scores recentes e artigos de diversos sites especializados, que me ajudaram a ter uma percepção mais ampla dos jovens.

Lembro que, no caso do basquete universitário norte-americano, a última impressão é a que fica. Ou seja, não esperem impressões definitivas antes do torneio da NCAA – quando as 64 melhores instituições se encontram e chegam os momentos de decisão.


Blake Griffin (PF – Oklahoma) – Sophomore, 19 anos

Médias: 33 minutos, 22.1 pontos, 14.1 rebotes, 1.3 bloqueios, 1.3 roubos de bola e 62.6% de aproveitamento nos arremessos de quadra.

Neste momento, o ala-pivô Blake Griffin é a primeira escolha indiscutível do draft. Indiscutível porque reúne talento e produção dentro de quadra como nenhum outro atleta universitário. Ele é forte, atlético, pega rebotes com facilidade e tem a envergadura necessária para se tornar um dos melhores jogadores de garrafão da Liga. Ofensivamente, Griffin já possui um arsenal mais do que digno para o basquete profissional. Sua defesa ainda pode melhorar muito, embora já tenha melhorado consideravelmente, em comparação ao seu primeiro ano universitário. Eu não o imagino anulando oponentes, mas também não o vejo sendo totalmente anulado. Buscando um comparativo ou projeção, Griffin parece muito com Carlos Boozer, com potencial para ser melhor defensor.


James Harden (SG – Arizona State) – Sophomore, 19 anos

Médias: 34.7 minutos, 21.9 pontos, 5.4 rebotes, 4.0 assistências, 1.8 roubos de bola e 51.6% de aproveitamento nos arremessos de quadra.

Harden é um jogador à moda antiga. Ele não é explosivo, rápido ou alto para sua posição, mas possui uma compreensão espetacular do jogo e qualidade técnica muito acima da média. Cria oportunidades para seus companheiros e para si mesmo (aproveitadas por sua capacidade de pontuar de qualquer lugar da quadra). O ala-armador é o maior cestinha de Arizona State e tem potencial para ser um bom scorer entre os profissionais, mas sempre está mais comprometido com a equipe do que com seu rendimento individual. Apesar de cometer muitos desperdícios de posse (o seu controle de bola ainda precisa ser mais desenvolvido), Harden sabe conciliar a capacidade de passar a bola e finalizar, raramente tomando decisões equivocadas. Não tenho dúvidas que o ala-armador está pronto para o basquete profissional. A eficiência, simplicidade e aspecto coletivo do seu jogo lembram muito Brandon Roy, embora não acredite que tenha potencial para chegar a tal nível.
 

Hasheem Thabeet (C – Connecticut) – Junior, 21 anos

Médias: 30.5 minutos, 13.0 pontos, 10.1 rebotes, 4.0 bloqueios e 64.5% de aproveitamento nos arremessos de quadra.

Thabeet é uma daquelas escolhas que farão um GM parecer bestial ou uma besta. Do alto dos seus 2.21 metros de altura, o jogador originário da Tanzânia é a resposta óbvia para um tempo de escassez de pivôs. E, defensivamente, Thabeet pode ser chamado de um “monstro” – uma combinação de envergadura e atleticismo que atrapalha qualquer atacante, culminando em médias de quatro bloqueios e 10 rebotes por jogo. Mas ele ainda passa longe de ser um primor técnico. No aspecto ofensivo, em especial, Thabeet está muito cru: seu arsenal e movimentos próximos da cesta são quase nulos. Some-se também a dificuldade que ele sempre encontra nos confrontos com pivôs mais leves e técnicos. Os recrutadores amam jogadores altos, mas Hasheem não é uma certeza. Existem chances de ser o novo Dikembe Mutombo, assim como também pode ser o novo Michael Olowokandi.  


Greg Monroe (PF – Georgetown) – Freshman, 18 anos

Médias: 30.4 minutos, 13.1 pontos, 6.4 rebotes, 2.9 assistências, 1.7 bloqueios, 1.8 roubos de bola e 56.1% de aproveitamento nos arremessos de quadra.

Neste momento, Greg Monroe é o melhor freshman do país e um dos meus jogadores favoritos da NCAA. Ele é um pivô extremamente técnico, inteligente e com maturidade sensacional para sua idade. Possui um repertório surpreendente tanto na defesa, quanto no ataque, trabalho de pernas exemplar e capacidade para jogar de frente e costas para a cesta. A falta de vontade e entusiasmo, o grande motivo de desconfiança dos recrutadores, não foi perceptível em nenhum momento da temporada. As duas grandes preocupações em torno de Monroe são as atuações irregulares, que são comuns entre os freshmen, e o atleticismo abaixo da (alta) média atual. No entanto, seus recursos estão se provando mais eficientes do que o atleticismo dos oponentes. Em uma época de raros pivôs técnicos, o potencial de Monroe é absolutamente assustador. E, entre os atletas de garrafão universitários, não existe melhor credencial do que ter atuado na Universidade de Georgetown.


Stephen Curry (PG – Davidson) – Junior, 20 anos

Médias: 34.0 minutos, 28.7 pontos, 4.3 rebotes, 6.2 assistências, 2.9 roubos de bola e 45.5% de aproveitamento nos arremessos de quadra.

Curry é o melhor scorer da NCAA e o jogador que coloca Davidson no mapa do basquete universitário. Ele é o atleta com a combinação mais efetiva de habilidade, instinto e criatividade ofensiva do país – o que pode ter herdado do seu pai, o ex-jogador e exímio arremessador Dell Curry. Apesar de ter momentos de descontrole e precipitar alguns tiros, não é individualista e está se revelando cada vez mais voluntarioso. A falta de altura, força física, explosão e o atleticismo abaixo da média fizeram com que fosse remanejado para a armação principal do time, onde faz um excelente trabalho e comprova seu potencial. As 6.2 assistências por partida são uma média impressionante – ainda mais quando se percebe que a equipe de Davidson joga esperando que Curry resolva as jogadas. Entre os armadores, o jovem também se revela um bom defensor. Com o crescente desenvolvimento da sua visão de jogo e capacidade de passar a bola, demonstra um entendimento superior da dinâmica de quadra. Os recrutadores têm dúvidas sobre a real capacidade que Curry possui de atuar como PG entre os profissionais (armando e defendendo), mas é muito difícil ignorar que Stephen carrega o talento necessário para o basquete profissional.


Jrue Holliday (PG – UCLA) – Freshman, 18 anos

Médias: 26.8 minutos, 9.9 pontos, 4.0 rebotes, 3.6 assistências, 1.6 bolas roubadas e 51.2% de aproveitamento nos arremessos de quadra.

Em muitas instâncias, Jrue Holliday lembra Russell Westbrook quando estava no basquete universitário. Ambos são muito atléticos, não possuem um estilo de jogo espetacular, precisam aprimorar seus arremessos de média e longa distância e tem uma combinação muito eficiente de inteligência e visão de jogo. Mas, acima de tudo, os dois são excelentes defensores – e este aspecto encanta os recrutadores. Assim como Westbrook, o freshman consegue aplicar seu atleticismo aos bem desenvolvidos fundamentos defensivos que possui para se tornar um atleta capaz de anular os armadores adversários. Se estiver disposto, ele pode se inscrever no draft e será selecionado entre as 15 primeiras escolhas. Mas, se ficar mais um ano na NCAA, não há dúvidas de que Holliday chegará ao nível profissional com maior capacidade ofensiva e mais provado – o que, reunido com sua habilidade defensiva, fará dele um dos cinco primeiros selecionados de 2010. 


Brandon Jennings (PG – Itália) – 19 anos

Jennings foi pioneiro em quebrar o curso natural do jogador colegial norte-americano e sair da high school para o basquete profissional europeu. A decisão pode não ter sido excelente, mas traz algumas inegáveis vantagens e aprimoramentos ao seu jogo. Por mais que exista uma má vontade por parte dos recrutadores, o talento do armador é indiscutível e, há pouco menos de um ano, Jennings era o melhor jogador colegial dos Estados Unidos com sobras. Ele continua com uma das mais impressionantes combinações de arsenal ofensivo e atleticismo que muitos já viram. Apesar de arremessar mais do que um armador tradicional, também assistencia em um nível muito acima da média, apresentando qualidade de passe e visão de jogo necessário para comandar um time da NBA. Logicamente, Jennings ainda precisa amadurecer e tornar-se mais ponderado dentro de quadra – algo que os recrutadores gostariam de julgar na NCAA. Ele precisa evoluir o aspecto defensivo de seu jogo e, em especial, adquirir massa muscular e força física, pois é “franzino” demais para o basquete profissional norte-americano. Mas trata-se de um talento extraordinário (para mim, um dos três maiores deste draft), que necessita ser um pouco mais trabalhado. 


Al-Farouq Aminu (SF – Wake Forest) – Freshman, 18 anos

Médias: 29.3 minutos, 13.2 pontos, 8.5 rebotes, 1.4 bloqueios e 53.8% de aproveitamento nos arremessos de quadra.

Um dos melhores freshmen do país, Aminu também é um dos jogadores mais versáteis deste recrutamento. Em Wake Forest, atua em três posições (ala, ala-pivô e pivô), ajudado pela sua impressionante combinação de atleticismo, explosão física e envergadura, que fazem com que tenha um alcance muito maior do que permitiria seus 2.04 metros. Apesar de não ter um jogo polido (reflexo da juventude), Aminu compensa com entusiasmo e personalidade, ajudando no ataque e na defesa. Para um ala, ele possui um timing de rebotes incomum. O problema é que Al-Farouq carece de força física e um jogo de perímetro mais desenvolvido – ter mais recursos técnicos e arremessar melhor de média e longa distância –, o que acaba realçado por seus momentos de imaturidade (reflexo da juventude novamente). Eu ainda não sei em que posição Aminu atuaria na NBA, mas o ala Thaddeus Young (Sixers) é uma boa comparação.


Jordan Hill (PF – Arizona) – Junior, 21 anos

Médias: 34.6 minutos, 18.0 pontos, 11.7 rebotes, 2.1 bloqueios e 55.0% de aproveitamento nos arremessos de quadra.

Em seu terceiro ano no basquete universitário, Jordan Hill está dando o salto de qualidade que ensaia há algum tempo. Seus números aumentaram de forma sensível e se consolidou como um dos melhores reboteiros da NCAA. É conhecido como um atleta esforçado, que treina com afinco e se movimenta muito sem a bola, em busca de espaços. A falta de força física é uma legítima preocupação dos recrutadores, mas seu atleticismo, envergadura e intensidade dentro de quadra mostram potencial para compensá-la. Se não conseguir atuar como pivô na NBA (caso parecido com o de Michael Beasley, do Heat), a mobilidade e capacidade de arremessar de curta e média distância são trunfos que garantem boas chances de sucesso como ala. Ele me passa a sensação de que pode se tornar uma versão mais modesta tecnicamente do Chris Bosh, do Raptors. Mas, independente de atingir esta expectativa ou não, Hill parece preparado para entrar no basquete profissional.  


Jeff Teague (PG – Wake Forest) – Sophomore, 20 anos

Médias: 31.6 minutos, 20.9 pontos, 3.8 rebotes, 3.8 assistências, 2.1 roubos de bola e 51.3% de aproveitamento nos arremessos de quadra.

Teague é dono de um dos arsenais ofensivos mais completos do basquete universitário, o que ajudou em sua meteórica trajetória de escolha de segunda rodada para TOP 10 do draft deste ano. Com sua velocidade e atleticismo, é capaz de superar marcações e infiltrar no garrafão para uma cesta fácil. Com sua pontaria, converte arremessos de qualquer ponto da quadra. Defensivamente, Teague não compromete e, apesar de não ser um marcador por excelência, consegue trazer dificuldades. O grande problema do jovem é que sua altura, envergadura e pouca força física quase o obrigam a atuar como um armador principal e os recrutadores questionam seriamente sua capacidade de comandar uma equipe. Teague não é um grande assistenciador e comete muitos desperdícios de bola (3.4 por jogo). Suas decisões dentro de quadra sugerem que seja muito mais um SG no corpo de um PG do que um combo guard ou armador principal. Atualmente, o sophomore de Wake Forest parece uma versão menos atlética, porém mais habilidosa ofensivamente, de Nate Robinson – mas pode ser melhor.  


DeMar DeRozan (SG – USC) – Freshman, 19 anos

Médias: 31.0 minutos, 12.5 pontos, 5.2 rebotes, 1.0 roubos de bola e 51.8% de aproveitamento nos arremessos de quadra.

Decepção. Assim pode ser definido o primeiro ano universitário de DeRozan, que chegou como um dos mais talentosos atletas colegiais do país e sucessor de OJ Mayo na USC. Física e atleticamente, DeRozan está pronto para jogar entre os profissionais: é um ala-armador alto, forte, explosivo. No entanto, necessita trabalhar alguns aspectos técnicos do seu jogo. Apesar de ter um grande arsenal ofensivo, não mostra desenvoltura para criar seus próprios arremessos e agressividade para controlar as ações de uma partida. Os recrutadores esperam que, com seus atributos técnicos e físicos, ele domine o jogo, o que não está acontecendo. Além disso, o freshman precisa arremessar melhor de média e longa distância e evitar algumas decisões precipitadas. Por outro lado, ele não é individualista como outros candidatos a astros e está se revelando um grande defensor na NCAA. Isso sem contar que, por mais que não esteja brilhando, o seu talento é inquestionável. Com mais um ano entre os universitários, terá tudo para se converter em uma versão melhorada (mais completa, voluntariosa e inteligente) do ala Gerald Green, na pior das hipóteses.


Earl Clark (SF – Louisville) – Junior, 21 anos

Médias: 33.8 minutos, 13.0 pontos, 8.5 rebotes, 3.0 assistências, 1.7 bloqueios e 42.1% de aproveitamento nos arremessos de quadra.

Entre os principais prospectos do próximo draft, Earl Clark é uma das maiores incógnitas. Atleta e jogador de basquete por excelência, ele combina um bom conhecimento dos fundamentos do jogo com a envergadura, explosão e agilidade necessárias para entrar na NBA. Em quadra, ainda mostra-se altamente inteligente e voluntarioso, com qualidade de passe que o coloca como um candidato à futuro point forward (lateral que pode assumir a função de um armador). No entanto, apesar de parecer promissor, Clark é muito inconstante. Em certas noites, é capaz de dominar uma partida. Em outras, é dominado facilmente. Um possível causador desta inconstância é o seu arremesso, que nunca foi ótimo ou bem selecionado (acerta 46% para dois pontos e apenas 26% de três). Entre os recrutadores, questiona-se em que posição atuará entre os profissionais. No esquema homogêneo e versátil de Louisville, ele pode jogar nos cinco postos. Na NBA, só sabe-se que será um ala (armador, convencional ou pivô?). Se aprimorar os tiros de média e longa distância, seria uma escolha muito mais fácil e segura para as equipes. Apesar de ser um candidato em potencial a bust, tenho certeza de que Clark tem as qualidades e talento para se tornar uma versão melhorada de Boris Diaw.  


Ty Lawson (PG – North Carolina) – Junior, 21 anos

Médias: 27.9 minutos, 15.3 pontos, 6.6 assistências, 2.2 roubos de bola e 54.5% de aproveitamento nos arremessos de quadra.

Jogando bem desde o seu primeiro dia com North Carolina, Lawson é uma presença constante nos mock drafts, mas nunca colocou seu nome no recrutamento. Na temporada passada, um problema disciplinar fez com que não se elegesse. Este ano, salvo algum problema de última hora, Ty vai estar entre os elegíveis. Ele tem tudo para ser um armador consistente entre os profissionais, com a possibilidade de contribuir imediatamente. Apesar de ser baixo, Lawson é forte e veloz. É um marcador sólido e um atacante voluntarioso, com um bom arremesso de média distância e altíssimo aproveitamento nos tiros de três pontos (48.5%). Trata-se também de um armador puro por excelência, dono de controle de bola, visão de quadra e qualidade de passe dignas do basquete profissional. Como bônus, desperdiça pouquíssimas bolas. Não há dúvidas, porém, que Lawson é muito mais efetivo quando se aproveita de sua alta velocidade do que quando precisa armar em ritmo cadenciado. Sua estatura limitada vai trazer problemas quando enfrentar armadores mais altos e atléticos, mas eu acredito que tem um grande futuro na NBA. 


BJ Mullens (C – Ohio State) – Freshman, 19 anos

Médias: 20.2 minutos, 9.3 pontos, 4.6 rebotes, 1.2 bloqueios e 62.6% de aproveitamento nos arremessos de quadra.

BJ Mullens tem a envergadura, atleticismo e força física para se tornar um jogador profissional imediatamente. Só que, visivelmente, ainda não está preparado para a NBA. BJ sequer é titular em Ohio State. Apesar de apresentar alguns bons recursos ofensivos, ainda precisa adquirir a maturidade que só mais anos de NCAA vão trazer. Defensivamente, suas noções são básicas e está totalmente cru. Adicione o fato de tomar decisões precipitadas e perder muitas bolas. Mullens tem instintos e estrutura física de um ótimo jogador, mas precisa de base técnica. Os recrutadores acreditam no potencial a longo prazo do jovem, mas muitos questionam se ele é efetivamente capaz de desenvolver o seu jogo. Neste momento, BJ é um atleta de colegial no basquete universitário. No entanto, com a falta de pivôs talentosos, não vão faltar franquias dispostas a apostar em Mullens. É sempre muito difícil traçar uma comparação para alguém tão despreparado. Grande parte dos sites especializados comparam-no com Chris Kaman – o que acho uma previsão otimista demais.


Tyler Hansbrough (PF – North Carolina) – Senior, 23 anos 

Médias: 29.2 minutos, 22.1 pontos, 7.8 rebotes e 52.2% de aproveitamento nos arremessos de quadra. 

A NCAA é bem diferente da NBA. Hansbrough é um dos três melhores jogadores do basquete universitário norte-americano e está tecnicamente preparado para se tornar profissional. Mas os recrutadores têm muitas dúvidas sobre seu possível sucesso na NBA, uma vez que ele não tem a altura, o atleticismo e a envergadura convencional de um ala-pivô da Liga. Logicamente, Tyler compensa suas deficiências físicas com outras grandes virtudes. Dentro de quadra, ele tem capacidade ofensiva excelente e é um jogador extremamente inteligente e competitivo. A energia com a qual atua é o que todo o treinador espera de um atleta. Já fora de quadra, é um exemplo de profissionalismo e empenho. Embora muita coisa conspire a favor de Hansbrough, ainda pesa contra o fato de que, aos 23 anos, ele não pode ser considerado um prospecto para grande evolução. Eu vejo o senior como um jogador muito similar ao argentino Luis Scola. 


Darren Collison (PG – UCLA) – Senior, 21 anos

Médias: 30.9 minutos, 14.3 pontos, 5.0 assistências, 1.7 roubos de bola e 53.3% de aproveitamento nos arremessos de quadra.

Completar o ciclo universitário foi uma boa decisão para Collison. Nestes quatro anos, Collison se tornou um arremessador mais capaz e um armador mais completo. Apesar de baixo, pouco atlético e explosivo, ele é rápido e possui bom instinto dentro de quadra. Não se trata de um armador criativo, mas com uma boa qualidade de passe, controle de bola e inteligente. Se não é um defensor brilhante, mostra afinco e consegue encurtar a produção dos oponentes. Até por já ter ficado quatro anos no basquete universitário, os recrutadores não vêem grande espaço para evolução, o que deve colocá-lo na segunda metade do primeiro round do recrutamento. A melhoria em seu arremesso não é o bastante para torná-lo uma opção ofensiva consistente e sua capacidade de pontuação é baixa. Collison deverá ter uma carreira segura como armador reserva, mas nada muito maior. O estilo de jogo de Darren parece muito com Chris Duhon.  

segunda-feira, 2 de fevereiro de 2009

Análise - Trade Deadline

Estabelecer uma data limite para negociações entre equipes na temporada (o trade deadline) é uma grande idéia da Liga. Além de aquecer o mercado – que, em condições normais, só seria estimulado no final de março ou começo de abril – este momento gera uma comoção entre os fãs e jornalistas envolvidos com a NBA. Isso sem esquecer que aumenta a disponibilidade de agentes livres, com os atletas (na maioria dos casos, veteranos) que são dispensados, após as trocas. Tudo isso cria o ambiente ideal para a chegada do ápice da competição, os playoffs.

Com a proximidade do trade deadline desta temporada, vários rumores e cenários de troca são ventilados. As informações cruzam a direção das franquias e, por diversas fontes, chegam até os jornalistas especializados. Nos últimos dias, tenho participado e acompanhado com atenção quase todos os chats promovidos por sites especializado norte-americanos. Assim, consegui checar e confirmar informações com (aqueles que considero) os mais importantes e influentes profissionais da área: Chad Ford, John Hollinger, Marc Stein, Steve Kyler, Joel Brigham, Mike Moreau, etc.

OBS: Desde já, indico para todos (lógico, que tenham um considerável conhecimento de inglês) os chats diários realizados pelos sites da ESPN e Hoopsworld – em especial, desta segunda página, que possui alguns dos mais conceituados e bem informados jornalistas do meio e são extremamente solícitos.

Em vista de todas as informações que vi, conferi e questionei, tenho uma avaliação sobre a possibilidade de cada time negociar jogadores, até o trade deadline. A chance de realizarem trocas é dividida entre “improvável”, “possível”, “provável” e “quase certo”. Não dá para dizer que nada é impossível ou certo. Vamos lá:


Atlanta Hawks
Status: Improvável

O Hawks até gostaria de realizar trocas que pudessem garantir o quarto lugar do Leste e a chance real de confrontar Magic, Cavaliers e Celtics. No entanto, o plantel da franquia é curto e não dispõe de moedas de troca. Há uma pequena possibilidade de tentarem trocar o ala Marvin Williams e/ou o armador Mike Bibby, pois ambos são agentes livres restritos e as finanças do Hawks estão apertadas demais (as renovações de Joe Johnson e Josh Smith consumiram a folha salarial) para cobrir duas propostas de médio/grande porte que podem ser oferecidas por outras equipes. No entanto, os dois parecem determinados a renovar com o time de Atlanta e são titulares importantes. É um cenário muito improvável.


Boston Celtics
Status: Improvável

Todos os jogadores com valor de mercado do Celtics possuem importância dentro da rotação da equipe. Uma vez que o time está vencendo, é improvável que alguém seja trocado. É certo que a franquia analisará e, provavelmente, contrate um agente livre veterano disponível após a “onda” de dispensas do trade deadline. Mas, como já era de se imaginar, o Celtics não pensa em trocar atletas.


Charlotte Bobcats
Status: Provável

Larry Brown sempre quer trocar todo o elenco dos times que comanda. Nesta temporada, já foram trocados alguns (incluindo Jason Richardson), mas o trabalho ainda não está completo. O armador Raymond Felton não tem um estilo que agrade o treinador e só não foi trocado com o Mavericks porque, pouco antes da conclusão do negócio, o futuro titular DJ Augustin sofreu uma lesão. Quando DJ retornar, nada impedirá que uma nova transação seja concretizada. Além disso, existem outros atletas (menos importantes e valiosos) que Brown pretende trocar, como o pivô Nazr Mohammed, ala-pivô Sean May e o ala Adam Morrison. Se dependesse só do Bobcats, muita ação aconteceria. Mas, para uma troca, são necessários dois interessados. Enquanto existem muitas dúvidas em torno das perspectivas futuras de Felton, atletas como Mohammed, May e Morrison não possuem muito valor agregado ou atraem interessados.  


Chicago Bulls
Status: Quase certo

“O Bulls precisa fazer alguma coisa”. Isso é o que vejo a maioria dizer. É uma constatação bem evidente para um time que, há dois anos, era apontado como um dos favoritos do Leste. Algo aconteceu no caminho e parece que chegou um inevitável momento de mudanças. É seguro dizer que apenas o ala Luol Deng e o armador novato Derrick Rose são intocáveis. Pivôs que saibam pontuar é uma necessidade gritante do time. Mas, acima de depender do (inerte) GM John Paxson, há muitos times da Liga interessados em jogadores como o armador Kirk Hinrich, o ala-armador Thabo Sefolosha, o ala Andres Nocioni, o ala-pivô Drew Gooden e o pivô Joakim Noah. O ala-armador Ben Gordon, com seu contrato expirante e “virtuoses salariais”, também pode ser trocado, para que a franquia não o perca por nada para outro time. É muito provável que o Bulls faça alguma coisa. Não com todos estes atletas (Paxson “ama” Hinrich e pode ser que não tenha coragem de trocá-lo), mas fará. 


Cleveland Cavaliers
Status: Possível

O Cavaliers vai trocar Wally Szczerbiak? Esta é a pergunta de um milhão de dólares do trade deadline, quando se imagina a luta pelo título. No fim das contas, acho que ninguém sabe ao certo o que fazer. Até por isso, não será o GM da franquia, Danny Ferry, quem vai tomar a iniciativa de procurar os interessados no mega-contrato expirante. Eles existem. O que o Cavs deverá fazer é ouvir todas as ligações e buscar a oferta ideal – que renda jogadores que “não estraguem a química” do time e possam consolidar Cleveland como o grande favorito ao título. Se a proposta não aparecer, não será um desastre. Em tempos de crise financeira, com uma folha salarial acima dos U$90 milhões (a terceira mais cara da NBA) e a renovação de LeBron James se aproximando, economizar U$13 milhões é a decisão mais sensata a se tomar. E, por sinal, Szczerbiak está tendo sua melhor temporada em anos como reserva do Cavaliers.


Dallas Mavericks
Status: Provável

A esmagadora maioria das franquias quer fazer trocas buscando contratos expirantes, jovens talentos e escolhas de draft. O Mavericks também quer trocar jogadores, mas buscando quem possa fortalecer a equipe para disputar o título de imediato. O dono da franquia, Mark Cuban, não quer correr o risco de perder o ala Dirk Nowitzki e, para isso, se esforça na formulação de uma base capaz de colocar Dallas na luta por anéis. É comentado que a franquia disponibiliza o contrato expirante de Jason Kidd e o ala Josh Howard, que não suporta estar sob o comando de Rick Carlisle. Além deles, Jerry Stackhouse está sendo oferecido para toda a NBA desde dezembro. Os atletas são interessantes, mas têm contratos caros e difíceis de serem movidos na metade da temporada. Ainda assim, acredito que o Mavs deverá trocar alguém, pois Cuban sabe que a equipe atual sofre para conseguir chegar aos playoffs e não tem condição nenhuma de desafiar os melhores. Além disso, existem times realmente interessados em Josh Howard.


Denver Nuggets
Status: Possível

O Nuggets não parece convicto de que precisa de mais uma troca para desafiar Lakers, Spurs e Hornets, mas está disposto a negociar porque o contrato do ala Linas Kleiza termina nesta temporada e o time não pretende cobrir as possíveis altas propostas (algo próximo da mid-level exception – U$5.8 milhões ao ano) que podem ser feitas por outras equipes. Para não correr o risco de perdê-lo “por nada”, é possível que tentem uma troca por um homem de garrafão que possa ajudar nos rebotes. No entanto, os dirigentes não estarão desesperados para “puxar o gatilho”, pois Kleiza contribui saindo do banco de reservas e, como já disse, o Nuggets acredita ter o talento necessário para chegar ao topo.  


Detroit Pistons
Status: Improvável

Torcida e franquia não estão satisfeitos com o rendimento atual do Pistons, mas nada deverá mudar no elenco. A saída do comandante Chauncey Billups e a chegada do astro Allen Iverson (e seu contrato expirante) atrapalhou a competitividade do time (que está em queda livre), mas confere alívio na folha salarial para trazer um ótimo agente livre e o desenvolvimento prévio do jovem armador Rodney Stuckey. Para o GM Joe Dumars, seu plano segue tranquilo, perfeito. A única troca que pode ser considerada por Dumars é a de Iverson por um jogador de contrato expirante de igual ou maior valor. 


Golden State Warriors
Status: Possível

O Warriors está sem rumo. A franquia passa por uma situação interna extremamente caótica. Em quadra, as coisas não são muito melhores. O time adoraria desfazer alguns dos “erros” que cometeu na última off-season, como negociar o recém-contratado ala Corey Maggette (U$48 milhões, por cinco anos). Mas, apesar de algumas equipes mostrarem interesse no jogador, ninguém quer assumir o longo e caro contrato dado pelo Warriors. Existem outros atletas que o Warriors estaria aberto para negociar – principalmente, o ala-pivô Brandan Wright e o armador Marcus Williams. No caso deles, o valor dos contratos é baixo demais para atrair uma oferta de retorno substancial. Nada impede que estes três jogadores sejam negociados, mas as chances e perspectivas não são muito animadoras.


Houston Rockets
Status: Improvável

O Rockets está convicto de que já tem o que é preciso para ser campeão e não fará trocas até ver toda a base reunida, saudável e jogando (o que pode nunca acontecer). Desde o início da temporada, circularam rumores de que a equipe estava tentando trocar o ala-armador Luther Head, mas não se ouve mais nada sobre o assunto. É claro que Head ainda pode ser trocado, mas não resultará em um grande movimento e, diante das constantes lesões que o time sofre, pode ser importante mantê-lo no grupo. Até mesmo o veterano agente livre já foi incorporado – Dikembe Mutombo. A não ser que aconteça algo bombástico, nada muda em Houston e o time segue para os playoffs com o que tem.  


Indiana Pacers
Status: Improvável

Mesmo em uma temporada ruim, o Pacers confia que a base recém-montada vai trazer bons resultados em um futuro próximo. O time não dá sinal nenhum de que fará uma troca, a não ser quando o assunto é o armador Jamaal Tinsley – que está sob contrato, não é utilizado, mas o Pacers reluta em não dispensar. A franquia possui um contrato expirante considerável no pivô Rasho Nesterovic (U$8.4 milhões), que não deverá ser negociado. O ala Marquis Daniels é um caso mais complicado: seu contrato tem uma opção de extensão para o time de mais de U$7 milhões (que, logicamente, não será exercida). Na sua melhor temporada em anos, é possível que o ala receba propostas de outras equipes e considere deixar o Pacers, o que torna mais rentável trocá-lo. Com um vínculo virtualmente expirante, o valor de Daniels aumenta. Mesmo assim, nada indica ou sugere que o Pacers esteja arquitetando uma transação.  


Los Angeles Clippers
Status: Possível

O Clippers é um dos piores times da temporada, mas tem dois dos mais visados atletas desta trade deadline: os pivôs Marcus Camby e Chris Kaman. Os representantes da franquia afirmam que nenhum dos dois será trocado agora, mas todos sabem que, pela proposta ideal, a equipe dificilmente não aceitará negociar um deles. Equipes que carecem de presença no garrafão, como Bulls e Heat, devem fazer tentativas. No entanto, é fato que jogadores com contratos caros, como Camby e Kaman, são mais rentáveis e fáceis de serem trocados na off-season.  


Los Angeles Lakers
Status: Improvável

O Lakers possui uma das melhores campanhas da NBA e tem um elenco montado para buscar o título. Assim como acontece com o Celtics, é mais provável que tentem contratar um veterano agente livre para a armação ou garrafão do que troquem jogadores. O Lakers adoraria negociar os alas Vladimir Radmanovic e Luke Walton, por causa de seus longos e caros contratos, mas eles serão, certamente, os atletas que menos vão sofrer assédio.  


Memphis Grizzlies
Status: Possível

Dado o histórico de trocas do GM do Grizzlies, Chris Wallace, é bom saber que a franquia não está tão empenhada em negociar atletas como esteve em temporadas e momentos passados. No entanto, muitos times parecem interessados no armador Mike Conley e o nome do jogador não sai da lista de rumores. Uma vez que a franquia não parece mais convicta de que Conley é o armador do futuro da equipe, é possível que seja trocado, se aparecer uma proposta que agrade os dirigentes de Memphis (escolhas de draft, jovens talentos e/ou contratos expirantes). Outro atleta que provoca interesse é o ala-armador Quinton Ross. Caso façam alguma troca, é provável que tentem juntar no “pacote” um dos contratos “ruins” do elenco (Darko Milicic, Greg Buckner e Marko Jaric), mas é pouco provável que consigam. 


Miami Heat
Status: Quase certo

O anúncio da aposentadoria do veterano Alonzo Mourning deixou o Heat ainda mais carente de um bom pivô em seu elenco, que possa assumir (indiscutivelmente) a vaga de titular. Por sorte, a franquia tem um leque de oportunidades a partir de um jogador: Shawn Marion. O contrato do ala, expirante de U$17 milhões, é um dos mais desejados pelos times que querem espaço na folha salarial. Ainda assim, o Heat pode segurar Marion e, ao final da temporada, usar o alívio salarial para tentar a contratação de um agente livre de primeira classe, como o ala-pivô Carlos Boozer, do Jazz. No entanto, cada vez mais, o Heat dá sinais de que trocará Marion por um reforço imediato, pois a equipe faz uma temporada acima do esperado e, com um bom pivô (fala-se em Brad Miller e Jermaine O’Neal), acreditam que possam conseguir até mesmo mando de quadra nos playoffs.


Milwaukee Bucks
Status: Provável

Nesta semana de intensa leitura de rumores, nenhum “pacote” foi mais citado do que aqueles que envolvem o ala-pivô Charlie Villanueva, o ala novato Joe Alexander e o armador Ramon Sessions. A contusão do ala-armador titular e um dos principais jogadores do time, Michael Redd, não aumentou a freqüência dos rumores, mas aumentou a necessidade do Bucks fazer uma troca para continuar no caminho para os playoffs. Duvido muito que negociem Villanueva, até porque ele é um dos jogadores que cresceram de produção para ajudar a equipe. Sessions e Alexander, por outro lado, estão longe de serem intocáveis.


Minnesota Timberwolves
Status: Provável

Um dos “pacotes” de troca mais intrigantes deste trade deadline está em Minnesota: o ala Mike Miller e o ala-armador Rashad McCants – os dois principais afetados pela mudança de técnico da franquia. Miller, trazido para ser o veterano orientador do time, foi para o banco de reservas, sob o comando de Kevin McHale. McCants, um dos principais “sexto-jogadores” das últimas duas temporadas, não está sendo utilizado pelo treinador. Os dirigentes do Twolves dizem que ambos não serão disponíveis, em uma tática que os analistas afirmam servir para aumentar a qualidade das propostas oferecidas. No entanto, a equipe sabe que, especialmente no caso de McCants, uma troca deve ser feita rápido, antes que seu valor de mercado se dissipe junto com as poucas chances de atuar. 


New Jersey Nets
Status: Possível

O contrato de Vince Carter prejudica o projeto do Nets para 2010 e a previsão era que a equipe fosse trocá-lo neste trade deadline. No entanto, a improvável boa temporada da equipe e do jogador fazem com que o Nets (acertadamente) pense em negociá-lo na off-season, quando a situação é mais favorável para trocas de grande porte. De certo, existe uma tentativa do Nets em se livrar de outros contratos de longa duração, que prejudicam a folha salarial de 2010. Na ponta da lista, estão os alas-pivôs Eduardo Najera e Sean Williams. Outros atletas, como o ala Bobby Simmons, o ala-armador Trenton Hassell e o ala-pivô Yi Jianlian, certamente também estão disponíveis. A questão é que, neste momento, trocá-los não é estritamente necessário para o time. Muitos podem ser incluídos em um pacote de troca liderado por Carter. Uma troca pode acontecer, mas está muito longe de ser uma certeza.


New Orleans Hornets
Status: Improvável

O Hornets adoraria realizar trocas para melhorar seu banco de reservas, adicionando pivôs ao elenco. Os suplentes sempre foram apontados como o ponto fraco do time. Mas a situação não é favorável para a franquia, pois as poucas moedas de troca que possui são questionáveis. O ala Ryan Bowen não atrai interesse dentro da Liga, pelo fato de ser um jogador “comum”. Já a melhor opção, o ala Morris Peterson, é dono de um contrato pouco atrativo, que paga U$18.6 milhões, até 2011. Especulou-se que a equipe tentaria trocar o pivô Tyson Chandler, mas a idéia foi prontamente descartada. Se alguém for adicionado, será um agente livre.


New York Knicks
Status: Possível

Dando sequência ao projeto 2010, espere o Knicks tentando trocar qualquer atleta que possa trazer problemas para o sonho de verão da franquia. O pivô Eddy Curry e o ala Jared Jeffries são as prioridades para transações, pois têm contratos de valores crescentes (bolas de neve?) e ficarão cada vez mais difíceis de serem negociados – o que não vai acontecer enquanto os dirigentes nova-iorquinos não estiverem dispostos a pegarem alguns contratos “ruins”. Mas a grande bola de vez para trocas do Knicks é o ala-armador Nate Robinson: ele será agente livre restrito e o time não está disposto a cobrir as possíveis propostas feitas por outras equipes. Por isso, negociá-lo seria a única forma de não perdê-lo por nada, na off-season.  


Oklahoma City Thunder
Status: Quase certo

O Thunder está aberto para negociar um de seus atletas de garrafão e o armador Earl Watson. Isso não é um segredo e existem muitos interessados, em especial pelos pivôs (Nick Collison ou Chris Wilcox). A franquia também é uma das maiores detentoras de contratos expirantes da NBA. E, diferente de muitas equipes da Liga, Oklahoma não é um negociador complicado ou exigente. Tudo isso cria o ambiente ideal para que negócios aconteçam e, salvo uma mudança repentina de diretrizes, deverão acontecer. As coisas podem ficar mais fáceis ainda se os times estiverem dispostos a dar escolhas de draft futuros para o Thunder.


Orlando Magic
Status: Improvável

Como a maioria dos candidatos ao título, é mais provável que o Magic contrate agentes livres veteranos do que realize trocas. Além disso, o gerente-geral Otis Smith está em uma postura muito defensiva em relação ao mercado. Se conseguir um ala-pivô ou um terceiro armador por Brian Cook e, menos possivelmente, Keith Bogans, pode ser que Smith aceite negociar. O time tem uma exceção salarial de U$3.3 milhões que deverá ficar intacta, visando a renovação com o ala Hidayet Turkoglu. Escolhas de draft – a única forma de adquirir talento economicamente – não passarão nem perto de serem expostas pelo Magic. Pode-se perceber que uma troca será bem difícil.


Philadelphia 76ers
Status: Improvável

Assim como outras equipes já citadas, o Sixers até gostaria de adicionar atletas diferentes – mais especialistas em arremessos de longa distância, certamente – ao elenco, mas todos os seus jogadores com valor de mercado possuem um papel importante dentro da rotação. Fala-se em negociar o pivô Samuel Dalembert, mas seu contrato é pesado (mais três anos, U$34 milhões). O armador Andre Miller é o candidato mais forte, pois está no último ano de contrato e o 76ers pode perdê-lo para o mercado. No entanto, a julgar pela falta de movimentação da franquia, acho difícil que algo aconteça.


Phoenix Suns
Status: Possível

O Suns vai receber muitas ligações questionando a disponibilidade de Amare Stoudemire. E eu acho que, se Kerr receber a proposta ideal (Bosh?), ele abdica do seu planejamento inicial e Stoudemire vai embora. Mas o jogador a se observar com mais atenção é Leandrinho. Utilizado de forma irregular pelo treinador Terry Porter e resquício da gestão D’Antoni, Barbosa ainda tem bom valor de mercado e um custo-benefício interessante. O Suns precisa se reforçar para garantir uma vaga sem sustos nos playoffs e o ala-armador é o dono do único contrato de médio porte da folha salarial – com player option, são mais quatro anos de contrato e U$27.4 milhões. Entre os outros atletas, Phoenix só tem compromissos abaixo de U$2 milhões ou acima de U$12 milhões, o que “mata” várias chances de negociação.  


Portland Trail Blazers
Status: Possível

Com o retorno do contrato do ala Darius Miles à folha salarial do Blazers, a equipe perdeu a flexibilidade financeira que permitiria a contratação de um agente livre, na próxima off-season. Com isso, é possível que a franquia mude de estratégia e busque negociar o ótimo vínculo expirante de Raef LaFrentz (U$12 milhões, maior parte cobertos pelo seguro do atleta). Ainda existem outros interessantes jogadores disponíveis para transações: o ala Travis Outlaw, o ala-pivô Channing Frye, o pivô Ike Diogu e o armador Sergio Rodriguez. Apesar do bom panorama de mercado, as trocas do Blazers esbarram em dois grandes obstáculos: a insistência em não-liberar o talentoso armador Jerryd Bayless e a piora do relacionamento com os outros times, causada pelo caso da notificação de ameaça contra os interessados em contratar Darius Miles.


Sacramento Kings
Status: Quase certo

O Kings é uma aposta certa para trocas. Qualquer jogador que não se chame Spencer Hawes, Jason Thompson ou Kevin Martin está disponível ou pode ser trocado. Os donos da franquia, os irmãos Maloof, iniciaram a renovação geral do elenco e vão acelerar o processo ao máximo, neste trade deadline, para dar espaço para que os jovens joguem e ganhem experiência ainda nesta temporada. Brad Miller atrai interesse do Heat e do Bulls. O Blazers quer John Salmons. Em alguma destas trocas, é provável que o Kings se esforce para envolver os contratos “ruins” dos alas-pivôs Kenny Thomas e Mikki Moore – especialmente do primeiro. 


San Antonio Spurs
Status: Improvável

O Spurs sempre aparece com times “redondinhos”, em que todos têm importância e ninguém parece deslocado. Até por isso, não é uma franquia com o costume de fazer trocas no meio da temporada. Com mais uma boa campanha bem encaminhada, a receita deve ser repetida. San Antonio, como outros candidatos ao título, pode buscar a contratação de agentes livres. Mas, por trocas, é bastante improvável.


Toronto Raptors
Status: Quase certo

O time de Toronto está muito abaixo das expectativas traçadas em novembro. Provavelmente, é a grande decepção da temporada. Por isso, o GM da franquia, Bryan Colangelo, tentará fazer algo e estuda o mercado – em especial, buscando um scorer de perímetro. As moedas de troca não são excelentes (Kris Humphries, Joey Graham e Jason Kapono), mas uma atrai atenção especial: o (bom) ala defensivo Anthony Parker, que tem contrato expirante de U$4.55 milhões. Outro atleta interessante que o Raptors está disposto a trocar é o pivô Jermaine O’Neal. Times como o Miami Heat parecem interessados, mas as constantes contusões e contrato caro do jogador (U$44.3 milhões, até 2010) desencorajam qualquer pretendente. Colangelo deve fazer algo mais porque precisa mudar do que porque tem a proposta certa nas mãos.  


Utah Jazz
Status: Improvável

Do ponto de vista financeiro, o verão de 2009 será crítico para o Jazz. Com a possibilidade de ter que renegociar os contratos dos seus três principais jogadores de garrafão (Mehmet Okur, Carlos Boozer e Paul Millsap), a franquia não está em uma posição confortável para realizar trocas. É muito provável que a equipe abra mão de Boozer ou Millsap, mas a indecisão entre um dos dois e a contusão do antigo titular fazem com que uma negociação, neste momento, seja muito difícil. O Jazz, logicamente, tem outros jogadores no plantel, mas o fato de ter tido várias contusões e não conseguir atuar com todos os atletas à disposição não permite uma avaliação mais aprofundada do time e desencoraja a realização de troca – ainda mais porque todos sabem que, completo, Utah é muito forte. 


Washington Wizards
Status: Possível

Não adianta esperar pelo retorno do armador Gilbert Arenas: esta equipe do Wizards não está nada bem e não irá a lugar nenhum. Agora, a questão é se a franquia pretende começar a remontar seu elenco imediatamente ou esperar o fim da temporada. Embora tenha estendido seu contrato por quatro anos em julho, o ala-pivô Antawn Jamison atrai muito interesse na Liga. Jamison também representa a chance de se livrar, em pacote, de alguns dos contratos “ruins” da folha salarial (Deshawn Stevenson, Etan Thomas, Mike James e Darius Songaila). Mas, na off-season, será mais fácil conseguir propostas melhores e mais substanciais. Tudo depende da velocidade em que o Wizards pretende refazer as coisas. 


Apesar de trocas estarem sendo discutidas com intensidade, não espere confirmações antes do All Star Weekend. Entre os dirigentes, o fim de semana festivo é o momento em que todos se reúnem e fecham os negócios pendentes. Geralmente, as conversas iniciais não envolvem os GMs, apenas seus assistentes. Comece a prestar atenção e criar expectativa na segunda metade de fevereiro, última semana de trade deadline. Se um rumor sobreviveu até lá, é porque existem chances reais de ser concretizado.

E, lembrando mais uma vez, que esta é apenas uma projeção de alguém que está longe da ação. Se a situação da sua equipe é “improvável”, continue checando os rumores, pois muita coisa muda em um mês – atletas se lesionam, outros são oferecidos e dirigentes mudam de opinião. Além disso, esta análise é muito mais voltada para a possibilidade de grandes trocas. É extremamente difícil prever que o Hawks, por exemplo, vá trocar Solomon Jones por uma escolha de segunda rodada do draft – este é o tipo de negócio de pequeno porte que raramente é anteriormente reportado pela imprensa.