sábado, 19 de janeiro de 2008

Série Especial - Mid-Season (Times)

Fechando a série especial sobre o mercado desta mid-season, vou falar dos times que considero terem mais possibilidades de promover mudanças em seu plantel. Quando digo isto, não me refiro apenas à trocas, mas também a contratação de agentes livres. Ou seja, as duas primeiras partes desta série (jogadores trocáveis e free agents) unem-se para a construção desta última.

Tudo procede da mesma forma das postagens anteriores: ranking com base nos rumores postados pelo colega de NBA Jumper, Ricardo Romanelli, e na minha pesquisa por diversos sites americanos especializados.


1- Miami Heat: Há vários motivos que colocam o Heat como o número 1 da lista. Tudo começa pelo planejamento falho e a conseqüente péssima campanha na temporada. O treinador Pat Riley não esconde de ninguém que quer fazer uma "limpeza geral" no elenco. Ele está desesperado por um armador novo, e louco para despachar dois que estão sob seu comando: Jason Williams e Smush Parker. Jogadores como Ricky Davis e Udonis Haslem também não estão garantidos. Com uma troca de grandes proporções aproximando-se, é muito provável que o Heat ainda tenha que buscar agentes livres para "rechear" seu plantel, até o fim desta temporada. É um fortíssimo candidato a lidar com o mercado nas duas frentes possíveis (trocas e agentes livres).


2- Memphis Grizzlies: Damon Stoudamire, Pau Gasol, Juan Carlos Navarro e Mike Miller. São vários os potenciais negociáveis do Grizzlies. O interesse por tais jogadores, somado a péssima campanha, dão a entender que a franquia pode mexer profundamente com o seu elenco. Inicialmente, é bom lembrar que o Grizzlies tem apenas 14 jogadores e um deles sob contrato de 10 dias (Bobby Jones). Há pouco tempo, dispensou o bom Tarence Kinsey. É possível que os dirigentes planejem uma grande troca. Gasol é cada vez mais assediado pelo Bulls, e não parece empolgado com a possibilidade de continuar na terra de Elvis Presley. Se o espanhol for trocado, o conterrâneo Navarro pode ir junto, pois sua contratação foi (muito mais) um agrado ao astro. Mike Miller interessa ao Heat - que tem contratos expirantes a oferecer. E Damon Stoudamire vai embora, só não sabemos se trocado ou dispensado. Todos os caminhos levam o Grizzlies para o mercado.


3- Sacramento Kings: Dono do jogador mais disputado desta mid-season (Mike Bibby), dificilmente o elenco do Kings sairá ileso do período. Até porque o armador não é o único que está na mesa de negociações. Ron Artest é sempre motivo para uma boa conversa e os dirigentes não estão fechados a possibilidade de negociá-lo. Especialmente, porque há interessados com fortes moedas de troca (Knicks, Heat). Além disso, o Kings faz de tudo para empurrar junto com Bibby o contrato "ruim" do ala-pivô Kenny Thomas (3 anos, 23 milhões a receber). Os jogadores da franquia que interessam aos demais possuem contratos com valores altos e dão a entender que qualquer negócio feito com o Kings deverá envolver um pacotão. Isso significa que sobrarão atletas e dispensas serão necessárias.


4- Cleveland Cavaliers: Como já salientado em postagens passadas, o GM Danny Ferry está pressionado. A torcida clama por um armador que recoloque o Cavs entre os postulantes ao título e exigem o fim da inércia do dirigentes em relação ao mercado. E, se as negociações com o Kings (por Mike Bibby) continuam empacadas, moedas de troca não faltam para negociar. Drew Gooden tornou-se dispensável com a surpreendente subida de rendimento do brasileiro Anderson Varejão. Shannon Brown está brigado com a franquia e já possui certo valor de troca. Isso sem contar os sempre valiosos contratos expirantes (Devin Brown, Ira Newble, entre outros). Não é exagero dizer que a postura de Danny Ferry no mercado desta mid-season definirá as pretensões do Cavs na temporada e a credibilidade do dirigente junto aos fãs.


5- Milwaukee Bucks: O Bucks mostrou um súbito interesse em investir em negociações nesta mid-season. Como já disse, a franquia parece ter percebido que existe uma vaga no Leste esperando pela equipe mais ousada. A peça de troca primordial é Charlie Villanueva, promissor ala-pivô com prestígio entre as comissões técnicas da NBA. Ele pode ser uma aposta interessante para equipes como o Bulls, que não possui um pivô pontuador. Tem contratos expirantes (Voskuhl, Ruffin) e ainda quer se livrar do contrato inchadíssimo do ala Bobby Simmons. A grande pergunta é: o que o GM Larry Harris - que não é assíduo frequentador do mercado - conseguirá em troca destas peças? De repente, negociar não seja tão interessante assim.


6- Chicago Bulls: O Bulls já passou da hora de contratar um pivô que supra a necessidade ofensiva de seu garrafão - isso é um consenso entre todos e era o passo que separava o time da briga real pelo título. A questão é que nunca o ambiente da franquia precisou tanto de uma mega-negociação: o elenco está rachado e há uma clara falta de comando. Além disso, os dirigentes vivem o dilema de não ter espaço na folha salarial para renovar os contratos de dois de seus principais jogadores - Luol Deng e Ben Gordon - e vê-se na posição de escolher um. Todo o panorama leva o Bulls até uma grande troca que mexa drasticamente seu elenco. No entanto, a inércia e ponderação de Paxson ao lidar com o mercado são os grandes vilões da história e podem manter o Bulls pensando pequeno no Leste. O mais triste para o torcedor é que moedas de troca não faltam: Nocioni, Thomas, Noah, Gordon, Duhon...


7- Philadelphia 76ers: O Sixers vive caminho contrário ao da maioria. Há um mês atrás, tudo indicava que a franquia iria entrar com tudo no mercado e a troca do armador Andre Miller seria um fato inegável. Aqui estamos e os rumores começaram a cessar. Miller conseguiu reverter a situação em seu favor e, agora, os dirigentes dizem admitir negociá-lo, mas "não estarem ansiosos para isso". Enquanto isso, conversas sobre trocas envolvendo Samuel Dalembert, Shavlik Randolph, Willie Green e Kevin Ollie parecem não ter vingado. Ou seja: o GM Ed Stefanski, que chegou ávido por transações, pode acabar somente com a já realizada há algum tempo - adquiriu o contrato expirante de Gordan Giricek pelo ala-armador Kyle Korver.


8- Seattle Supersonics: O Sonics é outro caso peculiar da lista. A franquia não parecia ter grandes pretensões em relação ao mid-season market. Apesar de não fazer grande campanha, o time possui um claro projeto com visão de longo prazo e não intenciona resultados imediatos. No entanto, a atual procura por armadores acabou colocando-o no mapa dos rumores. Isso porque o elenco possui três jogadores da posição com rendimentos parecidos e, pela lógica, um teria que rodar. Tratam-se do veterano Earl Watson, o recém-chegado Delonte West e Luke Ridnour. O terceiro, com poucas oportunidades na rotação, é o que atrai mais interessados (Cavs, por exemplo). Com isso, o Sonics pode entrar no mercado com mais força e buscando eliminar, como contra-peso, o contrato mais "gordo" de sua folha salarial - Wally Szczerbiak. O Sonics pode acabar se tornando uma inusitada "vítima positiva" do rumores.


Como sempre, existem mais equipes que acredito que tenham potencial para movimentar o mercado. Destaco o Hornets como principal candidato off-ranking. Eles precisam reforçar seu banco de reservas e estão imbuídos neste sentido. A grande decepção pode ser o Magic, pois tem peças interessante de troca (Arroyo, Dooling, Evans) e o seu GM, Otis Smith, já declarou que os torcedores não devem ficar na espera de novos jogadores.

Com isso, fecho a série especial sobre a mid-season. Agradeço a todos que acompanharam as postagens e peço que continuem a visitar o blog, que continua como trabalho complementar ao realizado como articulista do NBA Jumper. Espero estar postando em um volume de três a cinco textos por semana aqui. Valerá a pena continuar acompanhando. Muito obrigado.

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