Estabelecer uma data limite para negociações entre equipes na temporada (o trade deadline) é uma grande idéia da Liga. Além de aquecer o mercado – que, em condições normais, só seria estimulado no final de março ou começo de abril – este momento gera uma comoção entre os fãs e jornalistas envolvidos com a NBA. Isso sem esquecer que aumenta a disponibilidade de agentes livres, com os atletas (na maioria dos casos, veteranos) que são dispensados, após as trocas. Tudo isso cria o ambiente ideal para a chegada do ápice da competição, os playoffs.
Com a proximidade do trade deadline desta temporada, vários rumores e cenários de troca são ventilados. As informações cruzam a direção das franquias e, por diversas fontes, chegam até os jornalistas especializados. Nos últimos dias, tenho participado e acompanhado com atenção quase todos os chats promovidos por sites especializado norte-americanos. Assim, consegui checar e confirmar informações com (aqueles que considero) os mais importantes e influentes profissionais da área: Chad Ford, John Hollinger, Marc Stein, Steve Kyler, Joel Brigham, Mike Moreau, etc.
OBS: Desde já, indico para todos (lógico, que tenham um considerável conhecimento de inglês) os chats diários realizados pelos sites da ESPN e Hoopsworld – em especial, desta segunda página, que possui alguns dos mais conceituados e bem informados jornalistas do meio e são extremamente solícitos.
Em vista de todas as informações que vi, conferi e questionei, tenho uma avaliação sobre a possibilidade de cada time negociar jogadores, até o trade deadline. A chance de realizarem trocas é dividida entre “improvável”, “possível”, “provável” e “quase certo”. Não dá para dizer que nada é impossível ou certo. Vamos lá:
Atlanta Hawks
Status: Improvável
O Hawks até gostaria de realizar trocas que pudessem garantir o quarto lugar do Leste e a chance real de confrontar Magic, Cavaliers e Celtics. No entanto, o plantel da franquia é curto e não dispõe de moedas de troca. Há uma pequena possibilidade de tentarem trocar o ala Marvin Williams e/ou o armador Mike Bibby, pois ambos são agentes livres restritos e as finanças do Hawks estão apertadas demais (as renovações de Joe Johnson e Josh Smith consumiram a folha salarial) para cobrir duas propostas de médio/grande porte que podem ser oferecidas por outras equipes. No entanto, os dois parecem determinados a renovar com o time de Atlanta e são titulares importantes. É um cenário muito improvável.
Boston Celtics
Status: Improvável
Todos os jogadores com valor de mercado do Celtics possuem importância dentro da rotação da equipe. Uma vez que o time está vencendo, é improvável que alguém seja trocado. É certo que a franquia analisará e, provavelmente, contrate um agente livre veterano disponível após a “onda” de dispensas do trade deadline. Mas, como já era de se imaginar, o Celtics não pensa em trocar atletas.
Charlotte Bobcats
Status: Provável
Larry Brown sempre quer trocar todo o elenco dos times que comanda. Nesta temporada, já foram trocados alguns (incluindo Jason Richardson), mas o trabalho ainda não está completo. O armador Raymond Felton não tem um estilo que agrade o treinador e só não foi trocado com o Mavericks porque, pouco antes da conclusão do negócio, o futuro titular DJ Augustin sofreu uma lesão. Quando DJ retornar, nada impedirá que uma nova transação seja concretizada. Além disso, existem outros atletas (menos importantes e valiosos) que Brown pretende trocar, como o pivô Nazr Mohammed, ala-pivô Sean May e o ala Adam Morrison. Se dependesse só do Bobcats, muita ação aconteceria. Mas, para uma troca, são necessários dois interessados. Enquanto existem muitas dúvidas em torno das perspectivas futuras de Felton, atletas como Mohammed, May e Morrison não possuem muito valor agregado ou atraem interessados.
Chicago Bulls
Status: Quase certo
“O Bulls precisa fazer alguma coisa”. Isso é o que vejo a maioria dizer. É uma constatação bem evidente para um time que, há dois anos, era apontado como um dos favoritos do Leste. Algo aconteceu no caminho e parece que chegou um inevitável momento de mudanças. É seguro dizer que apenas o ala Luol Deng e o armador novato Derrick Rose são intocáveis. Pivôs que saibam pontuar é uma necessidade gritante do time. Mas, acima de depender do (inerte) GM John Paxson, há muitos times da Liga interessados em jogadores como o armador Kirk Hinrich, o ala-armador Thabo Sefolosha, o ala Andres Nocioni, o ala-pivô Drew Gooden e o pivô Joakim Noah. O ala-armador Ben Gordon, com seu contrato expirante e “virtuoses salariais”, também pode ser trocado, para que a franquia não o perca por nada para outro time. É muito provável que o Bulls faça alguma coisa. Não com todos estes atletas (Paxson “ama” Hinrich e pode ser que não tenha coragem de trocá-lo), mas fará.
Cleveland Cavaliers
Status: Possível
O Cavaliers vai trocar Wally Szczerbiak? Esta é a pergunta de um milhão de dólares do trade deadline, quando se imagina a luta pelo título. No fim das contas, acho que ninguém sabe ao certo o que fazer. Até por isso, não será o GM da franquia, Danny Ferry, quem vai tomar a iniciativa de procurar os interessados no mega-contrato expirante. Eles existem. O que o Cavs deverá fazer é ouvir todas as ligações e buscar a oferta ideal – que renda jogadores que “não estraguem a química” do time e possam consolidar Cleveland como o grande favorito ao título. Se a proposta não aparecer, não será um desastre. Em tempos de crise financeira, com uma folha salarial acima dos U$90 milhões (a terceira mais cara da NBA) e a renovação de LeBron James se aproximando, economizar U$13 milhões é a decisão mais sensata a se tomar. E, por sinal, Szczerbiak está tendo sua melhor temporada em anos como reserva do Cavaliers.
Dallas Mavericks
Status: Provável
A esmagadora maioria das franquias quer fazer trocas buscando contratos expirantes, jovens talentos e escolhas de draft. O Mavericks também quer trocar jogadores, mas buscando quem possa fortalecer a equipe para disputar o título de imediato. O dono da franquia, Mark Cuban, não quer correr o risco de perder o ala Dirk Nowitzki e, para isso, se esforça na formulação de uma base capaz de colocar Dallas na luta por anéis. É comentado que a franquia disponibiliza o contrato expirante de Jason Kidd e o ala Josh Howard, que não suporta estar sob o comando de Rick Carlisle. Além deles, Jerry Stackhouse está sendo oferecido para toda a NBA desde dezembro. Os atletas são interessantes, mas têm contratos caros e difíceis de serem movidos na metade da temporada. Ainda assim, acredito que o Mavs deverá trocar alguém, pois Cuban sabe que a equipe atual sofre para conseguir chegar aos playoffs e não tem condição nenhuma de desafiar os melhores. Além disso, existem times realmente interessados em Josh Howard.
Denver Nuggets
Status: Possível
O Nuggets não parece convicto de que precisa de mais uma troca para desafiar Lakers, Spurs e Hornets, mas está disposto a negociar porque o contrato do ala Linas Kleiza termina nesta temporada e o time não pretende cobrir as possíveis altas propostas (algo próximo da mid-level exception – U$5.8 milhões ao ano) que podem ser feitas por outras equipes. Para não correr o risco de perdê-lo “por nada”, é possível que tentem uma troca por um homem de garrafão que possa ajudar nos rebotes. No entanto, os dirigentes não estarão desesperados para “puxar o gatilho”, pois Kleiza contribui saindo do banco de reservas e, como já disse, o Nuggets acredita ter o talento necessário para chegar ao topo.
Detroit Pistons
Status: Improvável
Torcida e franquia não estão satisfeitos com o rendimento atual do Pistons, mas nada deverá mudar no elenco. A saída do comandante Chauncey Billups e a chegada do astro Allen Iverson (e seu contrato expirante) atrapalhou a competitividade do time (que está em queda livre), mas confere alívio na folha salarial para trazer um ótimo agente livre e o desenvolvimento prévio do jovem armador Rodney Stuckey. Para o GM Joe Dumars, seu plano segue tranquilo, perfeito. A única troca que pode ser considerada por Dumars é a de Iverson por um jogador de contrato expirante de igual ou maior valor.
Golden State Warriors
Status: Possível
O Warriors está sem rumo. A franquia passa por uma situação interna extremamente caótica. Em quadra, as coisas não são muito melhores. O time adoraria desfazer alguns dos “erros” que cometeu na última off-season, como negociar o recém-contratado ala Corey Maggette (U$48 milhões, por cinco anos). Mas, apesar de algumas equipes mostrarem interesse no jogador, ninguém quer assumir o longo e caro contrato dado pelo Warriors. Existem outros atletas que o Warriors estaria aberto para negociar – principalmente, o ala-pivô Brandan Wright e o armador Marcus Williams. No caso deles, o valor dos contratos é baixo demais para atrair uma oferta de retorno substancial. Nada impede que estes três jogadores sejam negociados, mas as chances e perspectivas não são muito animadoras.
Houston Rockets
Status: Improvável
O Rockets está convicto de que já tem o que é preciso para ser campeão e não fará trocas até ver toda a base reunida, saudável e jogando (o que pode nunca acontecer). Desde o início da temporada, circularam rumores de que a equipe estava tentando trocar o ala-armador Luther Head, mas não se ouve mais nada sobre o assunto. É claro que Head ainda pode ser trocado, mas não resultará em um grande movimento e, diante das constantes lesões que o time sofre, pode ser importante mantê-lo no grupo. Até mesmo o veterano agente livre já foi incorporado – Dikembe Mutombo. A não ser que aconteça algo bombástico, nada muda em Houston e o time segue para os playoffs com o que tem.
Indiana Pacers
Status: Improvável
Mesmo em uma temporada ruim, o Pacers confia que a base recém-montada vai trazer bons resultados em um futuro próximo. O time não dá sinal nenhum de que fará uma troca, a não ser quando o assunto é o armador Jamaal Tinsley – que está sob contrato, não é utilizado, mas o Pacers reluta em não dispensar. A franquia possui um contrato expirante considerável no pivô Rasho Nesterovic (U$8.4 milhões), que não deverá ser negociado. O ala Marquis Daniels é um caso mais complicado: seu contrato tem uma opção de extensão para o time de mais de U$7 milhões (que, logicamente, não será exercida). Na sua melhor temporada em anos, é possível que o ala receba propostas de outras equipes e considere deixar o Pacers, o que torna mais rentável trocá-lo. Com um vínculo virtualmente expirante, o valor de Daniels aumenta. Mesmo assim, nada indica ou sugere que o Pacers esteja arquitetando uma transação.
Los Angeles Clippers
Status: Possível
O Clippers é um dos piores times da temporada, mas tem dois dos mais visados atletas desta trade deadline: os pivôs Marcus Camby e Chris Kaman. Os representantes da franquia afirmam que nenhum dos dois será trocado agora, mas todos sabem que, pela proposta ideal, a equipe dificilmente não aceitará negociar um deles. Equipes que carecem de presença no garrafão, como Bulls e Heat, devem fazer tentativas. No entanto, é fato que jogadores com contratos caros, como Camby e Kaman, são mais rentáveis e fáceis de serem trocados na off-season.
Los Angeles Lakers
Status: Improvável
O Lakers possui uma das melhores campanhas da NBA e tem um elenco montado para buscar o título. Assim como acontece com o Celtics, é mais provável que tentem contratar um veterano agente livre para a armação ou garrafão do que troquem jogadores. O Lakers adoraria negociar os alas Vladimir Radmanovic e Luke Walton, por causa de seus longos e caros contratos, mas eles serão, certamente, os atletas que menos vão sofrer assédio.
Memphis Grizzlies
Status: Possível
Dado o histórico de trocas do GM do Grizzlies, Chris Wallace, é bom saber que a franquia não está tão empenhada em negociar atletas como esteve em temporadas e momentos passados. No entanto, muitos times parecem interessados no armador Mike Conley e o nome do jogador não sai da lista de rumores. Uma vez que a franquia não parece mais convicta de que Conley é o armador do futuro da equipe, é possível que seja trocado, se aparecer uma proposta que agrade os dirigentes de Memphis (escolhas de draft, jovens talentos e/ou contratos expirantes). Outro atleta que provoca interesse é o ala-armador Quinton Ross. Caso façam alguma troca, é provável que tentem juntar no “pacote” um dos contratos “ruins” do elenco (Darko Milicic, Greg Buckner e Marko Jaric), mas é pouco provável que consigam.
Miami Heat
Status: Quase certo
O anúncio da aposentadoria do veterano Alonzo Mourning deixou o Heat ainda mais carente de um bom pivô em seu elenco, que possa assumir (indiscutivelmente) a vaga de titular. Por sorte, a franquia tem um leque de oportunidades a partir de um jogador: Shawn Marion. O contrato do ala, expirante de U$17 milhões, é um dos mais desejados pelos times que querem espaço na folha salarial. Ainda assim, o Heat pode segurar Marion e, ao final da temporada, usar o alívio salarial para tentar a contratação de um agente livre de primeira classe, como o ala-pivô Carlos Boozer, do Jazz. No entanto, cada vez mais, o Heat dá sinais de que trocará Marion por um reforço imediato, pois a equipe faz uma temporada acima do esperado e, com um bom pivô (fala-se em Brad Miller e Jermaine O’Neal), acreditam que possam conseguir até mesmo mando de quadra nos playoffs.
Milwaukee Bucks
Status: Provável
Nesta semana de intensa leitura de rumores, nenhum “pacote” foi mais citado do que aqueles que envolvem o ala-pivô Charlie Villanueva, o ala novato Joe Alexander e o armador Ramon Sessions. A contusão do ala-armador titular e um dos principais jogadores do time, Michael Redd, não aumentou a freqüência dos rumores, mas aumentou a necessidade do Bucks fazer uma troca para continuar no caminho para os playoffs. Duvido muito que negociem Villanueva, até porque ele é um dos jogadores que cresceram de produção para ajudar a equipe. Sessions e Alexander, por outro lado, estão longe de serem intocáveis.
Minnesota Timberwolves
Status: Provável
Um dos “pacotes” de troca mais intrigantes deste trade deadline está em Minnesota: o ala Mike Miller e o ala-armador Rashad McCants – os dois principais afetados pela mudança de técnico da franquia. Miller, trazido para ser o veterano orientador do time, foi para o banco de reservas, sob o comando de Kevin McHale. McCants, um dos principais “sexto-jogadores” das últimas duas temporadas, não está sendo utilizado pelo treinador. Os dirigentes do Twolves dizem que ambos não serão disponíveis, em uma tática que os analistas afirmam servir para aumentar a qualidade das propostas oferecidas. No entanto, a equipe sabe que, especialmente no caso de McCants, uma troca deve ser feita rápido, antes que seu valor de mercado se dissipe junto com as poucas chances de atuar.
New Jersey Nets
Status: Possível
O contrato de Vince Carter prejudica o projeto do Nets para 2010 e a previsão era que a equipe fosse trocá-lo neste trade deadline. No entanto, a improvável boa temporada da equipe e do jogador fazem com que o Nets (acertadamente) pense em negociá-lo na off-season, quando a situação é mais favorável para trocas de grande porte. De certo, existe uma tentativa do Nets em se livrar de outros contratos de longa duração, que prejudicam a folha salarial de 2010. Na ponta da lista, estão os alas-pivôs Eduardo Najera e Sean Williams. Outros atletas, como o ala Bobby Simmons, o ala-armador Trenton Hassell e o ala-pivô Yi Jianlian, certamente também estão disponíveis. A questão é que, neste momento, trocá-los não é estritamente necessário para o time. Muitos podem ser incluídos em um pacote de troca liderado por Carter. Uma troca pode acontecer, mas está muito longe de ser uma certeza.
New Orleans Hornets
Status: Improvável
O Hornets adoraria realizar trocas para melhorar seu banco de reservas, adicionando pivôs ao elenco. Os suplentes sempre foram apontados como o ponto fraco do time. Mas a situação não é favorável para a franquia, pois as poucas moedas de troca que possui são questionáveis. O ala Ryan Bowen não atrai interesse dentro da Liga, pelo fato de ser um jogador “comum”. Já a melhor opção, o ala Morris Peterson, é dono de um contrato pouco atrativo, que paga U$18.6 milhões, até 2011. Especulou-se que a equipe tentaria trocar o pivô Tyson Chandler, mas a idéia foi prontamente descartada. Se alguém for adicionado, será um agente livre.
New York Knicks
Status: Possível
Dando sequência ao projeto 2010, espere o Knicks tentando trocar qualquer atleta que possa trazer problemas para o sonho de verão da franquia. O pivô Eddy Curry e o ala Jared Jeffries são as prioridades para transações, pois têm contratos de valores crescentes (bolas de neve?) e ficarão cada vez mais difíceis de serem negociados – o que não vai acontecer enquanto os dirigentes nova-iorquinos não estiverem dispostos a pegarem alguns contratos “ruins”. Mas a grande bola de vez para trocas do Knicks é o ala-armador Nate Robinson: ele será agente livre restrito e o time não está disposto a cobrir as possíveis propostas feitas por outras equipes. Por isso, negociá-lo seria a única forma de não perdê-lo por nada, na off-season.
Oklahoma City Thunder
Status: Quase certo
O Thunder está aberto para negociar um de seus atletas de garrafão e o armador Earl Watson. Isso não é um segredo e existem muitos interessados, em especial pelos pivôs (Nick Collison ou Chris Wilcox). A franquia também é uma das maiores detentoras de contratos expirantes da NBA. E, diferente de muitas equipes da Liga, Oklahoma não é um negociador complicado ou exigente. Tudo isso cria o ambiente ideal para que negócios aconteçam e, salvo uma mudança repentina de diretrizes, deverão acontecer. As coisas podem ficar mais fáceis ainda se os times estiverem dispostos a dar escolhas de draft futuros para o Thunder.
Orlando Magic
Status: Improvável
Como a maioria dos candidatos ao título, é mais provável que o Magic contrate agentes livres veteranos do que realize trocas. Além disso, o gerente-geral Otis Smith está em uma postura muito defensiva em relação ao mercado. Se conseguir um ala-pivô ou um terceiro armador por Brian Cook e, menos possivelmente, Keith Bogans, pode ser que Smith aceite negociar. O time tem uma exceção salarial de U$3.3 milhões que deverá ficar intacta, visando a renovação com o ala Hidayet Turkoglu. Escolhas de draft – a única forma de adquirir talento economicamente – não passarão nem perto de serem expostas pelo Magic. Pode-se perceber que uma troca será bem difícil.
Philadelphia 76ers
Status: Improvável
Assim como outras equipes já citadas, o Sixers até gostaria de adicionar atletas diferentes – mais especialistas em arremessos de longa distância, certamente – ao elenco, mas todos os seus jogadores com valor de mercado possuem um papel importante dentro da rotação. Fala-se em negociar o pivô Samuel Dalembert, mas seu contrato é pesado (mais três anos, U$34 milhões). O armador Andre Miller é o candidato mais forte, pois está no último ano de contrato e o 76ers pode perdê-lo para o mercado. No entanto, a julgar pela falta de movimentação da franquia, acho difícil que algo aconteça.
Phoenix Suns
Status: Possível
O Suns vai receber muitas ligações questionando a disponibilidade de Amare Stoudemire. E eu acho que, se Kerr receber a proposta ideal (Bosh?), ele abdica do seu planejamento inicial e Stoudemire vai embora. Mas o jogador a se observar com mais atenção é Leandrinho. Utilizado de forma irregular pelo treinador Terry Porter e resquício da gestão D’Antoni, Barbosa ainda tem bom valor de mercado e um custo-benefício interessante. O Suns precisa se reforçar para garantir uma vaga sem sustos nos playoffs e o ala-armador é o dono do único contrato de médio porte da folha salarial – com player option, são mais quatro anos de contrato e U$27.4 milhões. Entre os outros atletas, Phoenix só tem compromissos abaixo de U$2 milhões ou acima de U$12 milhões, o que “mata” várias chances de negociação.
Portland Trail Blazers
Status: Possível
Com o retorno do contrato do ala Darius Miles à folha salarial do Blazers, a equipe perdeu a flexibilidade financeira que permitiria a contratação de um agente livre, na próxima off-season. Com isso, é possível que a franquia mude de estratégia e busque negociar o ótimo vínculo expirante de Raef LaFrentz (U$12 milhões, maior parte cobertos pelo seguro do atleta). Ainda existem outros interessantes jogadores disponíveis para transações: o ala Travis Outlaw, o ala-pivô Channing Frye, o pivô Ike Diogu e o armador Sergio Rodriguez. Apesar do bom panorama de mercado, as trocas do Blazers esbarram em dois grandes obstáculos: a insistência em não-liberar o talentoso armador Jerryd Bayless e a piora do relacionamento com os outros times, causada pelo caso da notificação de ameaça contra os interessados em contratar Darius Miles.
Sacramento Kings
Status: Quase certo
O Kings é uma aposta certa para trocas. Qualquer jogador que não se chame Spencer Hawes, Jason Thompson ou Kevin Martin está disponível ou pode ser trocado. Os donos da franquia, os irmãos Maloof, iniciaram a renovação geral do elenco e vão acelerar o processo ao máximo, neste trade deadline, para dar espaço para que os jovens joguem e ganhem experiência ainda nesta temporada. Brad Miller atrai interesse do Heat e do Bulls. O Blazers quer John Salmons. Em alguma destas trocas, é provável que o Kings se esforce para envolver os contratos “ruins” dos alas-pivôs Kenny Thomas e Mikki Moore – especialmente do primeiro.
San Antonio Spurs
Status: Improvável
O Spurs sempre aparece com times “redondinhos”, em que todos têm importância e ninguém parece deslocado. Até por isso, não é uma franquia com o costume de fazer trocas no meio da temporada. Com mais uma boa campanha bem encaminhada, a receita deve ser repetida. San Antonio, como outros candidatos ao título, pode buscar a contratação de agentes livres. Mas, por trocas, é bastante improvável.
Toronto Raptors
Status: Quase certo
O time de Toronto está muito abaixo das expectativas traçadas em novembro. Provavelmente, é a grande decepção da temporada. Por isso, o GM da franquia, Bryan Colangelo, tentará fazer algo e estuda o mercado – em especial, buscando um scorer de perímetro. As moedas de troca não são excelentes (Kris Humphries, Joey Graham e Jason Kapono), mas uma atrai atenção especial: o (bom) ala defensivo Anthony Parker, que tem contrato expirante de U$4.55 milhões. Outro atleta interessante que o Raptors está disposto a trocar é o pivô Jermaine O’Neal. Times como o Miami Heat parecem interessados, mas as constantes contusões e contrato caro do jogador (U$44.3 milhões, até 2010) desencorajam qualquer pretendente. Colangelo deve fazer algo mais porque precisa mudar do que porque tem a proposta certa nas mãos.
Utah Jazz
Status: Improvável
Do ponto de vista financeiro, o verão de 2009 será crítico para o Jazz. Com a possibilidade de ter que renegociar os contratos dos seus três principais jogadores de garrafão (Mehmet Okur, Carlos Boozer e Paul Millsap), a franquia não está em uma posição confortável para realizar trocas. É muito provável que a equipe abra mão de Boozer ou Millsap, mas a indecisão entre um dos dois e a contusão do antigo titular fazem com que uma negociação, neste momento, seja muito difícil. O Jazz, logicamente, tem outros jogadores no plantel, mas o fato de ter tido várias contusões e não conseguir atuar com todos os atletas à disposição não permite uma avaliação mais aprofundada do time e desencoraja a realização de troca – ainda mais porque todos sabem que, completo, Utah é muito forte.
Washington Wizards
Status: Possível
Não adianta esperar pelo retorno do armador Gilbert Arenas: esta equipe do Wizards não está nada bem e não irá a lugar nenhum. Agora, a questão é se a franquia pretende começar a remontar seu elenco imediatamente ou esperar o fim da temporada. Embora tenha estendido seu contrato por quatro anos em julho, o ala-pivô Antawn Jamison atrai muito interesse na Liga. Jamison também representa a chance de se livrar, em pacote, de alguns dos contratos “ruins” da folha salarial (Deshawn Stevenson, Etan Thomas, Mike James e Darius Songaila). Mas, na off-season, será mais fácil conseguir propostas melhores e mais substanciais. Tudo depende da velocidade em que o Wizards pretende refazer as coisas.
Apesar de trocas estarem sendo discutidas com intensidade, não espere confirmações antes do All Star Weekend. Entre os dirigentes, o fim de semana festivo é o momento em que todos se reúnem e fecham os negócios pendentes. Geralmente, as conversas iniciais não envolvem os GMs, apenas seus assistentes. Comece a prestar atenção e criar expectativa na segunda metade de fevereiro, última semana de trade deadline. Se um rumor sobreviveu até lá, é porque existem chances reais de ser concretizado.
E, lembrando mais uma vez, que esta é apenas uma projeção de alguém que está longe da ação. Se a situação da sua equipe é “improvável”, continue checando os rumores, pois muita coisa muda em um mês – atletas se lesionam, outros são oferecidos e dirigentes mudam de opinião. Além disso, esta análise é muito mais voltada para a possibilidade de grandes trocas. É extremamente difícil prever que o Hawks, por exemplo, vá trocar Solomon Jones por uma escolha de segunda rodada do draft – este é o tipo de negócio de pequeno porte que raramente é anteriormente reportado pela imprensa.
segunda-feira, 2 de fevereiro de 2009
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5 comentários:
Otimo artigo Ricardo.
Acho que o expirante do Odom poderia virar alguma coisa, mas depois dessa contusão do Bynum eu acho que ele fica em LA mesmo.
Ótimo artigo, Ricardo. É sempre bom ver o mercado e o que os dirigentes pensam sobre isso. Gostei mesmo.
Ótimo artigo.Acompanho o Nets de perto e suas colocações foram precisas,apenas discordo sobre o Yi(que é pura jogada de marketing).
Sempre bom ver um artigo como esse.
Muito bom artigo, Ricardo. Nos manteve bem informados.
Fico impressionado como algumas equipes erram. Suns e Pistons, em especial, fizeram escolhas erradas desde os treinadores.
Muitas franquias queriam ter os respectivos elencos. Caíram vertiginosamente. Fica pra próxima.
Com trocas ou não, o título dificilmente escapará de Lakers, Magic, Cavs, Celtics ou Spurs. Supresas? No máximo Houston ou Denver, nas finais, mas não pra título.
mto bom artigo...
eu ainda acho que o pistons nao fez besteira ao pegar iverson...
vamo vê em 2010 com o time remontado ;P
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