Dando seqüência ao trabalho iniciado neste domingo, posto a segunda parte da lista de novatos. Aqui, logicamente, as projeções de participação melhoram consideravelmente. Em alguns casos, já podemos falar em titularidade – baseado na fragilidade dos times, pois nenhuma equipe em condição confortável colocaria seu calouro entre no quinteto inicial.
Esta é a segunda parte da análise:
15. Robin Lopez (Phoenix Suns)
Lopez chega com um papel bem definido no Suns: ser o reserva de Shaquille O’Neal. Hoje, a função de Shaq na dinâmica da equipe é dar mais liberdade para Amare Stoudemire atacar a cesta, além de reforçar a defesa e força do garrafão. Como um especialista na realização do “trabalho sujo”, o calouro responde perfeitamente a esta necessidade. Levando em conta que o veterano costuma machucar-se com freqüência e precisa ser poupado para chegar 100% nos playoffs, é provável que vejamos Lopez muito tempo em quadra.
14. Anthony Randolph (Golden State Warriors)
Difícil dizer algo sobre a situação de Randolph. Na temporada passada, Don Nelson teve dois dos 20 primeiros selecionados do draft e pouco os utilizou. Ele tem muito talento e atleticismo, mas não acho que esteja 100% preparado para tornar-se profissional. Teve uma Liga de Verão boa – onde seu talento ficou claro, mas foi muito exigido. A situação toda vai ser definida durante a pré-temporada. Randolph lutará por um lugar na rotação com Brandan Wright, um jogador com virtudes muito parecidas com as dele, mas que tem um ano de experiência na Liga. Os dois são alas altos, jovens e atléticos, que carecem de mais pontaria nos arremesso para o run and gun. O calouro ainda tem mais um problema: descobrir se, com Nelson e entre os profissionais, será PF ou SF.
13. Brandon Rush (Indiana Pacers)
Rush foi uma ótima cartada para o Pacers. Ele é um ala que pode fazer de tudo em quadra e está absolutamente preparado para o basquete profissional. Será o reserva imediato dos titulares Danny Granger e Mike Dunleavy – algo que a franquia não tinha, na temporada passada. Acima de tudo, ele dá a segurança necessária para a equipe despachar o ruim contrato de Dunleavy, caso a proposta certa apareça. No mínimo, veremos o novato atuando 18 minutos por noite. E sempre veremos Rush ajudando sua equipe.
12. Jason Thompson (Sacramento Kings)
O Kings sabe surpreender nos recrutamentos e fazer escolhas contestadas se tornarem bons atletas. E, pelo que andei vendo, a história deve se repetir com Thompson – jogador explosivo, guerreiro e regular. O ala-pivô fez uma Liga de Verão sólida, com médias de 16.2 pontos e 8.6 rebotes por partida. No time, vai brigar por espaço com atletas em baixa, como Kenny Thomas e Mikki Moore, além do sub-aproveitado Shelden Williams. Thompson deverá ter muito tempo de quadra e acho que começará a temporada como titular.
11. Jerryd Bayless (Portland Trail Blazers)
Bayless teve um rendimento extraordinário na Liga de Verão, anotando média de quase 30 pontos por partida. Por um lado, isso foi ótimo, porque mostra ao Blazers que adquiriu um dos melhores pontuadores da turma. Por outro lado, deixa claro que Bayless, além de não ser um armador puro, será desperdiçado ofensivamente se tiver que distribuir o jogo. A tendência é que Blake continue sendo o armador titular e o calouro saia do banco de reservas para dar mais agressividade ao perímetro de Nate McMillan. Ele e Rudy Fernandez serão os sexto e sétimo jogadores da rotação.
10. Brook Lopez (New Jersey Nets)
Lopez não será um all-star, mas é um pivô seguro, esforçado e regular. Só isso já faz dele melhor do que os outros seis homens de garrafão do elenco de New Jersey. Em minha opinião, não havia melhor calouro para conferir a presença de força da qual tanto o Nets sentiu falta, nas últimas temporadas. Sua Liga de Verão não foi excelente, mas mostrou o necessário. Dificilmente, Lopez não vai ser titular. E, se não for, deverá ter mais tempo de quadra do que um dos dois pivôs do quinteto inicial.
9. DJ Augustin (Charlotte Bobcats)
Augustin é um armador que sabe finalizar e colocar os seus companheiros em condições de finalização. Foram médias de 16.9 pontos e 6.2 assistências, em dois anos de basquete universitário. Na Liga de Verão, anotou quase 20 pontos por partida. Inicialmente, DJ chega para ser reserva de Raymond Felton, atual titular. No entanto, o calouro atende melhor à concepção de jogo do treinador Larry Brown. Para mim, a temporada do Bobcats começa com Felton no quinteto titular e termina com Augustin.
8. Joe Alexander (Milwaukee Bucks)
Alexander é um ala atlético e técnico. Seu rendimento na Liga de Verão foi bem decepcionante, com 9.2 pontos de média e apenas 34% de aproveitamento nos arremessos. No entanto, o Bucks tem muita confiança no novato, a ponto de tê-lo selecionado no mesmo dia em que adquiriu Richard Jefferson. Alexander vai começar a temporada como reserva do ex-jogador do Nets e, se continuar mal, a franquia ainda deve insistir um pouco na sua permanência. Mas, sinceramente, acredito que Alexander entrará no ritmo rapidamente. Ele é um atleta esforçado e o comando da equipe está nas mãos de um treinador que sabe trabalhar com bons jovens – Scott Skiles.
7. Eric Gordon (Los Angeles Clippers)
Quando assisto Gordon jogar, vejo um futuro astro em quadra. Ele tem extremo talento, capacidade defensiva, um vastíssimo arsenal ofensivo e muita, mas muita personalidade. Eu só não vejo a maturidade para o basquete profissional. Nas duas partidas que fez na Liga de Verão, anotou média de 19 pontos, mas acertou 32% das suas tentativas. Em primeiro lugar, para atuar em um time de Mike Dunleavy, o novato terá que trabalhar sua seleção de chutes e levar a participação ofensiva além dos arremessos. Ele tem a chance de ser titular do Clippers, lutando por posição com o veterano Cuttino Mobley e, talvez, com o ala Ricky Davis. Provavelmente, sairá do banco de reservas. Muito ou pouco, vai depender de como seu estilo de jogo vai evoluir. De qualquer forma, é um grandíssimo talento.
6. Danilo Gallinari (New York Knicks)
O italiano Gallinari é perfeito para o sistema de jogo do treinador D’Antoni – um ala móvel, alto, que pode “ir e voltar” pela quadra e tem um ótimo arremesso. O problema é sua contusão nas costas, que causou a retirada da Liga de Verão e deve fazê-lo perder parte da pré-temporada. Na teoria, brigaria por tempo com Quentin Richardson, Jared Jeffries e Wilson Chandler, e acho que as chances do calouro ser titular eram grandes, pelo perfil ideal para o run and gun. Agora, ele começa a luta um passo atrás dos outros. Embora, sinceramente, D’Antoni tenha mostrado ter confiança no italiano ao bancar a sua escolha no draft.
5. Kevin Love (Minnesota Timberwolves)
Love foi escolhido pelo Grizzlies e trocado para o Timberwolves. Chega para trazer força e qualidade a um garrafão que, na prática, só tinha um jogador – Al Jefferson. Qualquer dúvida sobre sua titularidade foi dissipada após um ótimo rendimento na Liga de Verão (médias de 18 pontos e 13.5 rebotes). Jogando deste jeito e com reservas do calibre de Jason Collins, Mark Madsen e Calvin Booth, atuará por 30 minutos por noite e, em tais circunstâncias, tenha chances na briga pelo prêmio de novato do ano. Não sou grande fã do Love, mas ele é um bom jogador de basquete e um pivô com alta versatilidade e técnica (chuta para três, passa bem a bola, sabe jogar fora do garrafão).
4. Russell Westbrook (Oklahoma City Thunder)
Muitos analistas elogiam Westbrook. Certamente, trata-se do melhor armador defensivo deste draft. Está claro que começará a temporada como reserva do veterano Earl Watson, o que significa algo entre 15 e 24 minutos por partida. Segundo a maioria, a campanha do Thunder termina com o novato no quinteto titular. Eu não faço parte desta maioria. Questiono a capacidade ofensiva de Westbrook – não tem um bom arremesso e também não é um assistenciador, o tal do playmaker. Para mim, o caso dele lembra muito o de Corey Brewer, no último recrutamento, também defensor de elite com ofensiva razoável na NCAA e que teve uma estréia decepcionante como profissional, por causa da ineficácia no ataque.
3. OJ Mayo (Memphis Grizzlies)
Mayo tem boas chances de iniciar sua carreira profissional como titular. Ele é o melhor ala-armador do elenco (limitado) do Grizzlies, além de ser um jogador em quem a franquia deposita grande esperança – a ponto de abrir mão de Mike Miller e Kevin Love. Veteranos como Greg Buckner e Quinton Ross não tirarão a vaga no quinteto inicial de um calouro que anotou média de 20 pontos na temporada de estréia na NCAA e quase 19 na Liga de Verão. Suas maiores ameaças são Kyle Lowry e Javaris Crittenton, os dois talentosos reservas da armação principal. Se Mayo realmente for titular, jogará 25 ou 30 minutos como a segunda opção ofensiva do time (atrás de Rudy Gay) e, mesmo perdendo jogo após jogo, torna-se favorito ao prêmio de melhor novato do ano.
2. Michael Beasley (Miami Heat)
Beasley é mais um jogador que, salvo alguma grande mudança, começará sua carreira profissional como titular. Eu não considero estatísticas incontestáveis, mas um atleta que acumula médias de 26.2 pontos e 12.4 rebotes, no ano de estréia na NCAA, só pode ser um fenômeno. Ele pontua e reboteia com muita facilidade. Na NBA, existem boas chances de Beasley ser convertido em SF – por sua altura e porte físico –, o que pode dificultar o processo de adaptação e diminuir seu número de rebotes. No entanto, nada que preocupe. A segunda escolha do draft é mais um forte candidato ao prêmio de novato do ano.
1. Derrick Rose (Chicago Bulls)
O tempo muda tudo. Antes do recrutamento, diziam que o Bulls ia selecionar Rose e trocar Hinrich. Hoje, iniciados os treinos de pré-temporada, a franquia não só desistiu de negociar o titular da temporada passada como deve mantê-lo no quinteto inicial, deixando a primeira escolha no banco. Além disso, a rotação de armadores da franquia está congestionada, com cinco atletas, ou seja, mais um pouco de tempo que deve ser dissipado. Atualmente, a tendência é que Rose comece a temporada jogando 15 minutos por partida. Não tenho dúvidas de que o Bulls pegou o atleta mais talentoso da loteria e ter pouco espaço não faz do seu potencial maior ou menor. No entanto, a previsão realista para a primeira seleção de 2008 não é das melhores. No panorama atual, o novato é azarão na luta pelo prêmio de calouro do ano e, para a torcida, vale espelhar-se no exemplo de Deron Williams, que não “explodiu” na primeira temporada e só mostrou todo o seu talento nas campanhas seguintes.
Os casos de alguns novatos são mais interessantes de serem observados. O que mais chamou a minha atenção é o de Anthony Randolph, que chegou a ser apontado por um dos 25 principais analistas da ESPN norte-americana como principal candidato ao prêmio de melhor novato do ano.
Eu reconheço o talento do garoto, mas acho muito difícil que um calouro tenha tanto espaço no time de Don Nelson. Some-se a isto o fato de Randolph não ser um arremessador de elite ou um especialista em três pontos. O ala-pivô Brandan Wright, principal adversário do novato por tempo de quadra, passou o verão inteiro treinando seus arremessos. Eu acho complicado entender como pode haver tanta confiança em cima de Randolph.
Este foi o meu esforço para entender um pouco como os principais novatos desta temporada vão ser utilizados. A partir do segundo quarto da temporada, planejo continuar com as edições semanais do ranking dos novatos, no NBA Jumper, para manter a observação sobre os possíveis futuros astros da Liga.
Estes jogadores são talentosos. No entanto, o atleta também está inserido no panorama da equipe que defende – indo além de sua capacidade individual. Assim, existem aqueles que terão melhores ou piores oportunidades. Derrick Rose, primeira escolha, deve ter problemas para jogar em Chicago. Jason Thompson, grande “azarão” do recrutamento, tem boas chances de iniciar a temporada como titular do Kings. É assim que as coisas funcionam.
quinta-feira, 2 de outubro de 2008
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Um comentário:
muito bom o artigo
só acho que derrick rose nao é mais talentoso que beasley....
beasley é simplesmente um monstro, só tem problemas extra-quadra e o tal problema da altura.... 2,03m talvez complique pra ele continuar de PF...
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