domingo, 14 de dezembro de 2008
O retorno
Desde o anúncio da aposentadoria do ala-armador Cuttino Mobley, por causa de um problema cardíaco, o New York Knicks espera uma decisão da Liga sobre a concessão da chamada disabled player exemption – a exceção salarial para franquias com jogadores aposentados em decorrência de problemas físicos ou de saúde. Um parecer positivo pode disponibilizar U$4.55 milhões (metade do atual salário de Mobley) para os nova-iorquinos contratarem novos atletas.
A decisão, que deve sair ainda no início desta semana, provavelmente será negativa. A NBA não vai conceder verba extra para que o Knicks possa contratar outros jogadores. O argumento (pertinente) da Liga é que a franquia soube do problema cardíaco de Mobley antes de autorizar a troca. Assim, teve a opção de assumir ou não o contrato do ala-armador, com conhecimento da possibilidade de aposentadoria do atleta de 33 anos.
Em resumo: consideram que o Knicks agiu de forma premeditada, utilizando a aposentadoria forçada de Mobley para agilizar o processo de limpeza de sua folha salarial e ainda contar com a exceção salarial para contratar outros atletas. Lembrando que o vínculo do ala-armador só termina ao final da próxima temporada, pagando ainda U$18.9 milhões para Mobley.
O parecer da Liga quanto ao caso é muito importante para as pretensões futuras da franquia. Se a DPE for concedida, o Knicks deverá tentar trazer de volta o armador Jannero Pargo ou o ala Carlos Delfino, ambos atuando no basquete russo. No contrato de três anos assinado pelo argentino, existe uma cláusula que prevê liberação para propostas de times da NBA. O caso de Pargo, cujo compromisso tem apenas um ano de duração, é mais complicado e deverá exigir pagamento de multa rescisória.
Se a DPE for negada, o Knicks buscará um armador utilizando a exceção de U$1.4 milhões recebida na troca do ala-pivô Zach Randolph. Os nomes que mais agradam a franquia seriam Sergio Rodriguez, do Portland Trail Blazers, e Quincy Douby, do Sacramento Kings. Rodriguez dificilmente será cedido, uma vez que a equipe do Oregon pretende utilizá-lo como “isca” em um pacote de jogadores ou simplesmente mantê-lo no elenco.
Douby é a possibilidade mais viável. O armador é pouco aproveitado pelo Kings (atua cerca de 10 minutos por jogo) e a franquia pode ter interesse em transformar seu contrato em espaço na folha salarial. Existe também a chance do Knicks tentar adquirir um atleta por meio de uma troca, utilizando o vínculo recém-liberado para negociações do armador Anthony Roberson. Sasha Vujacic, do Los Angeles Lakers, seria um dos nomes favoritos dos nova-iorquinos.
Dentro de algumas semanas, o veterano Antoine Walker deverá ser dispensado pelo Memphis Grizzlies. A franquia só vai esperar um parecer sólido sobre as condições físicas do ala Darius Miles – recém-contratado pelo time – para iniciar as negociações para liberação do atleta de 32 anos, que tem U$9 milhões a receber, mas estará disposto a reduzir este valor para agilizar a rescisão contratual.
Nos últimos meses, o Memphis Grizzlies tentou negociar o contrato expirante de Walker, mas não encontrou nenhum interessado, por causa do alto valor. Neste cenário, a dispensa acaba sendo a última opção para a franquia, pois o ala pressiona a diretoria por uma rescisão. Não existem motivos para segurar o jogador. Além disso, a franquia tem a intenção de adquirir mais um arremessador, no espaço do elenco aberto pela possível saída do veterano.
Antoine Walker quer voltar a jogar, por isso tem interesse em agilizar o processo de buyout, quer estar disponível antes do aquecimento do mercado de trocas – final de janeiro. O ala (em forma) seria um bom reforço para equipes de playoffs jovens ou com banco de reservas sem muitas peças. Walker poderia ser uma boa opção para o Magic, pois arremessa bem de longa distância e pode funcionar como ala-pivô, no sistema de Stan Van Gundy.
O grande problema é que ninguém sabe, ao certo, qual a situação física e técnica de Walker. Ele ainda não entrou em quadra, nesta temporada, e sempre lutou com a balança. Sem contar estas dúvidas, a experiência e habilidade nos arremessos do ex-Celtic pode ser valiosa para uma equipe de pós-temporada.
segunda-feira, 10 de novembro de 2008
Série Premiações – Panorama 1
Com a correria do TCC e alguns problemas no estágio, tive que largar o blog, nas últimas duas semanas. Gostaria de poder fazer, com todos os prêmios, o que fiz no de sexto jogador, mas o tempo não permite. Então, farei um jogo rápido sobre os meus favoritos para as premiações de jogador defensivo e treinador da temporada:
Jogador defensivo
1. Dwight Howard (Orlando Magic)
Howard é o pivô dominante da Liga, em especial nos aspectos defensivos. Em 2007-08, foi o único atleta da Liga inteira a conseguir médias de double-double apenas com os rebotes de defesa. Ano a ano, seus números aumentam e a defesa do Magic, apesar do início titubeante, deve garantir lugar entre as oito melhores da NBA. Com um bom desempenho da equipe, será difícil ignorar os números espetaculares que se anunciam para o jogador. Ainda mais porque os homens de garrafão monopolizam a disputa pela premiação.
2. Josh Smith (Atlanta Hawks) – Nunca esteve em nenhum dos dois times de defesa na carreira. Uma piada de mau gosto que precisa mudar.
3. Kevin Garnett (Boston Celtics) – Passada a hype sobre o Celtics, acho que ser o melhor defensor da melhor defesa não será mais tão decisivo quanto foi em 2007-08.
4. Shane Battier (Houston Rockets) – Battier é o melhor defensor de perímetro em atividade e está em alta, após ter sido o terceiro mais votado na eleição passada.
5. Marcus Camby (Los Angeles Clippers) – Embora não seja um defensor satisfatório individualmente, sua média de bloqueios impressiona quem analisa os números.
Devem aparecer nos times da temporada: Tim Duncan (San Antonio Spurs), Kobe Bryant (Los Angeles Lakers), Chris Paul (New Orleans Hornets) e Bruce Bowen (San Antonio Spurs).
Surpresas: Jamario Moon (Toronto Raptors) e Gerald Wallace (Charlotte Bobcats).
Treinador da temporada
1. Jerry Sloan (Utah Jazz)
Sloan é, provavelmente, a maior injustiça em atividade na Liga. Treinador do Utah Jazz há cerca de vinte anos, comandando elencos que chegaram à final da NBA, nunca venceu o prêmio de melhor técnico da temporada. Os votantes estão prontos para corrigir isso, na primeira oportunidade que tiverem. Em um ano em que a competição parece muito em aberto, com o Jazz no auge de seu entrosamento e um possível desmanche no time, é a hora ideal de premiá-lo.
2. Phil Jackson (Los Angeles Lakers) – O Lakers começou demolindo oponentes e com um basquete de altíssimo nível. Jackson tem muito prestígio e pode levar o troféu.
3. Nate McMillan (Portland Trail Blazers) – Existe uma grande hype em torno do Blazers e isso ajuda a cotação para os prêmios.
4. Doc Rivers (Boston Celtics) – O fato de já ter um troféu anterior não faz bem para as chances do treinador. Tinha possibilidade mais real de triunfo na temporada passada.
5. Rick Adelman (Houston Rockets) – Espera-se muito do Rockets. Se as expectativas se confirmarem, Adelman tem boas chances.
6. Stan Van Gundy (Orlando Magic) – Muita gente diz que Van Gundy faz milagre com o Magic. Se fizesse, já teria vencido o prêmio ou, ao menos, estaria mais bem cotado.
7. Mike Brown (Cleveland Cavaliers) – As campanhas positivas do Cavaliers sempre alavancam as chances do mediano Brown.
8. Jim O’Brien (Indiana Pacers) – O Pacers esboça a montagem de um bom time e Jim O’Brien faz um trabalho exemplar em Indiana. É um forte candidato a surpresa.
Eu (ainda) não descarto: Sam Mitchell (Toronto Raptors), Maurice Cheeks (Philadelphia 76ers) e Terry Porter (Phoenix Suns).
segunda-feira, 27 de outubro de 2008
Série Premiações - Sexto jogador
Neste ano, a temporada regular começa com vários ex-titulares saindo do banco de reservas: Ron Artest, Lamar Odom, Andrei Kirilenko e, provavelmente, Udonis Haslem. Particularmente, eu não coloco muita fé em algumas destas mudanças para a reserva. As presenças de Odom e Kirilenko nos bancos do Lakers e Jazz trazem melhores opções para os treinadores, mas tenho sérias dúvidas sobre a efetividade dos dois atletas na nova função. Isso sem contar que não vejo ambos com impacto em quadra para acumular números que os credenciem a lutar pelo prêmio de sexto jogador.
Apesar de também não ter este tipo de impacto “numérico”, acredito que Haslem é um atleta que pode contribuir mais do que os outros dois citados, vindo do banco de reservas. Além disso, seu contrato não é monstruoso e pode abrir brecha para uma negociação. Ron Artest é aquele que mais me agrada na nova função e ainda falarei mais sobre isso.
Mas, antes de qualquer palpite, pergunto: o que é preciso fazer para ganhar o prêmio de sexto jogador da temporada? Os vencedores dos últimos cinco anos respondem:
2003-2004 – Antawn Jamison (Dallas Mavericks)
29.0 minutos, 14.8 pontos, 6.3 rebotes e 53.5% de aproveitamento nos arremessos.
O Mavericks foi o quinto colocado do Oeste e eliminado na primeira fase dos playoffs.
2004-2005 – Ben Gordon (Chicago Bulls)
24.4 minutos, 15.1 pontos, 2.6 rebotes e 2.0 assistências.
O Bulls foi quarto colocado do Leste e eliminado na primeira fase dos playoffs.
2005-2006 – Mike Miller (Memphis Grizzlies)
30.6 minutos, 13.7 pontos, 5.4 rebotes e 2.7 assistências.
O Grizzlies foi quinto colocado do Oeste e eliminado na primeira fase dos playoffs.
2006-2007 – Leandro Barbosa (Phoenix Suns)
32.7 minutos, 18.1 pontos, 2.7 rebotes e 4.0 assistências.
O Suns foi o segundo colocado do Oeste e semifinalista de conferência.
2007-2008 – Manu Ginobili (San Antonio Spurs)
31.0 minutos, 19.5 pontos, 4.8 rebotes, 4.5 assistências e 1.5 bolas roubadas.
O Spurs foi o terceiro colocado do Oeste e finalista de conferência.
Nos últimos anos, o nível estatístico dos sextos jogadores premiados cresceu de forma muito significativa. A dificuldade para vencer fica representada nos números espetaculares marcados por Leandrinho e Ginobili, nos dois últimos anos.
Minha lista aponta 11 jogadores que podem ser considerados para este prêmio, divididos entre favoritos, quem corre por fora e as possíveis zebras. Além deles, já deixo menção para atletas como Eric Gordon, Francisco Garcia, Jason Kapono e Daniel Gibson – que (ainda) não deverão lutar pelo troféu, mas que acredito que farão bons trabalhos nesta função. Então, vamos ao ranking de candidatos ao prêmio:
Com as prováveis ausências de McGrady – contundido ou sendo poupado – e a capacidade de atuar em três posições, Ron Artest é um dos reservas da temporada com maiores chances de ser “efetivado” ao posto de titular, perdendo sua condição de sexto jogador.
Gordon passou por um tempo de “turbulência” com a franquia por causa de sua renovação contratual e o impasse desgastou os dois lados. Com uma rotação muito congestionada nas posições de armação, é possível que o time dê preferência pelo desenvolvimento do novato Derrick Rose e do jovem Thabo Sefolosha, tirando tempo de quadra de Gordon. Repetir os quase 32 minutos de média da temporada passada é uma meta muito improvável.
Durante a última temporada, o treinador George Karl percebeu que é impraticável um perímetro composto por Allen Iverson, Carmelo Anthony e JR Smith. Os dois primeiros são titulares absolutos com, no mínimo, 30 minutos por partida. Neste panorama, a não ser que Melo seja utilizado como ala-pivô em momentos da partida, o tempo de quadra do ala-armador tende a estagnar. Isso sem contar a falta de pretensões reais do Nuggets.
Na época de D’Antoni, quando o Suns via-se forçado a jogar de forma mais lenta, Leandrinho ficava perdido em quadra e “desaparecia” do jogo. Com o novo treinador, Terry Porter, o time vai perder velocidade e focar esforços na defesa. Como Barbosa se adaptará a esta nova realidade?
O que pode atrapalhar:
A lesão que vai deixá-lo de fora do começo da temporada atrapalhará a corrida pelo segundo troféu. Os votantes dos prêmios prezam a presença do jogador na maior parte da temporada e não costumam perdoar ausências significativas. Além disso, quando se recuperar, Ginobili terá que ganhar ritmo de jogo em uma competição já em andamento, o que é sempre complicado.
Jason Terry encontrou sua melhor função como pontuador que sai do banco. Definitivamente, ele encaixa-se melhor dentro desta realidade do que como um armador titular – sempre foi mais criativo para si mesmo do que servindo os companheiros. Embora não tenha tido uma de suas melhores temporadas arremessando, Terry esteve entre os candidatos pelo prêmio, na maior parte da campanha passada. É um dos poucos reservas da Liga que, para mim, podem alcançar média de 20 pontos por partida.
O que pode atrapalhar?
O Mavericks é visto como um time em decadência no Oeste e esta percepção costuma prejuducar as chances de atletas do time. Além disso, a participação ofensiva de Terry pode sofrer influência do sistema implantado pelo novo técnico, Rick Carlisle.
O que pode atrapalhar?
Apesar dos reforços de Kevin Love e Mike Miller, o Timberwolves continua sendo um time cotado para ficar nas três últimas posições do Oeste. A falta de pretensões da equipe eliminará as chances dele. Rashad é pouco lembrado nas votações, embora tenha ótimos rendimentos, por causa disso.
Nas duas primeiras temporadas como profissional, Kelenna Azubuike foi um dos vários alas que saíam do banco do Warriors para manter o ritmo frenético em quadra. Agora, chegou a sua vez. Ganhou um contrato seguro e deverá ser o sexto jogador do time comandado por Don Nelson. Ele tem as qualidades necessárias para ser este atleta: é rápido, atlético, com um forte ímpeto ofensivo e bom arremessador. O alto número de pontos que a equipe faz também conta a favor dele. A contusão de Monta Ellis também tende a dar mais minutos para ele.
O que pode atrapalhar?
Como acontece com Jason Terry e JR Smith, as chances de Azubuike deverão ser limitadas pela equipe em que joga, que é encarada como um time em decadência no Oeste e sem ambições maiores do que alcançar os playoffs.
A saída de Allen Iverson trouxe muitos benefícios para o Sixers. Um deles foi a entrada do garoto Louis Williams na rotação, algo impensável quando AI jogava 40 minutos por noite. É um dos maiores talentos da leva de armadores pontuadores que saíram do fim da era dos novatos de high school. Na verdade, ele me remete muito a uma versão jovem do atual Jason Terry – com maior atleticismo, mas pontaria menos efetiva. Williams mostra evolução constante e é um dos poucos arremessadores de longa distância do elenco da franquia. Com Andre Miller entrando na reta final da carreira, a tendência é que seu tempo de quadra aumente.
O que pode atrapalhar?
Embora o Sixers tenha pretensões reais dentro da competição e deva figurar entre os cinco primeiros do Leste, o trio Elton Brand, Andre Iguodala e Andre Miller somará entre 50 a 60 pontos de média, por jogo. Em vista disso, é difícil imaginar que Louis Williams consiga médias maiores do que 15 pontos – número que, provavelmente, será batido pelos principais favoritos, como Leandrinho, Manu Ginobili, JR Smith e Ben Gordon. Uma vez que a pontuação é o maior fator de desequilibro na corrida, isso faz grande diferença.
Aparentemente, a intenção de D’Antoni é transformar Nate Robinson no “Leandrinho de Nova York”. Os dois possuem similaridades de estilo de jogo, o que sugere que o jovem atleta do Knicks pode ter sucesso na função. Acima de tudo, ambos são rápidos e explosivos – o que deve “aproximá-los” na concepção do treinador. O armador já exerceu o papel de sexto jogador na temporada passada, com bons números, que poderiam ter sido mais considerados na votação final, caso a franquia não tivesse tido campanha pífia. Com o aumento do número de pontos da equipe, a pontuação de Robinson tende a crescer.
O que pode atrapalhar?
Salvo alguma grande mudança, D’Antoni e Walsh ainda vão precisar de mais alguns anos para colocar o Knicks no caminho das vitórias. Como disse para tantos outros, isso limita as chances de Robinson. Além disso, existem outros jogadores que podem ganhar muito espaço saindo do banco de reservas. Gallinari, Marbury e Chandler são alguns deles.
Temporada passada: Reserva do Boston Celtics – 24.6 minutos, 7.4 pontos, 4.4 rebotes e 1.5 assistências.
Nos últimos cinco anos, nenhum sexto jogador foi mais decisivo para os títulos que ganhou do que James Posey. Em condições normais, ele entraria na minha lista como um dos favoritos ao prêmio – até porque, se estiver na briga, acredito que deverá receber expressiva votação pelos dois anéis que conquistou. No entanto, existe uma forte possibilidade de Byron Scott utilizá-lo como titular, no lugar de Morris Peterson, para dar mais combatividade ao time na defesa. E, para mim, a mudança faz muito sentido, uma vez que Peterson é prejudicado pela presença de outro arremessador entre os cinco iniciais (Peja Stojakovic) e terá maior relevância e espaço para atuar no tempo em que o sérvio, já veterano, estiver no banco de reservas.
O que pode atrapalhar?
Como pode ser visto pelas suas médias da temporada regular, Posey não é um jogador de grandes números. Na verdade, ele costuma aparecer com mais intensidade nos playoffs, quando os jogos são mais disputados e sua habilidade como marcador – que não é captada pelos números – torna-se imprescindível.
Em resumo: minha aposta para o prêmio de sexto jogador é Ron Artest, do Houston Rockets, sendo que os principais concorrentes dele deverão ser o ex-vencedor Ben Gordon e JR Smith. No entanto, atletas com experiência na função, como o brasileiro Leandro Barbosa e o argentino Manu Ginobili também estão entre os mais bem cotados para a premiação.
terça-feira, 21 de outubro de 2008
Jogo rápido
- Nos comentários da última postagem, o leitor e amigo Leandro Matos lamentou a falta dos "exercícios de pré-temporada", comuns no NBA Jumper, que continua ausente. Sem eu saber, o resto do pessoal de basquete do Newsport iniciou as previsões de temporada das franquias. Provavelmente, deverei ser escalado para fazer a análise das últimas cinco equipes.
Vale a pena dar uma conferida no arquivo de notícias do site. Os títulos são auto-explicativos: Previsão da Temporada - Franquia.
- Andei dando uma lida em vários textos de previsão de desempenho de jogadores e prêmios, no site da ESPN norte-americana. Na falta do Jumper, deverei fazer por aqui as postagens especiais sobre cada prêmio entregue pela NBA, dizendo quem são os meus favoritos. O primeiro texto da série, espero, consigo postar ainda nesta semana.
Ainda não sei por qual começar. Logicamente, o MVP fecha a série. Alguém tem alguma sugestão para o inicial?
- Sobre a situação do NBA Jumper, posso adiantar que o site está dependendo de uma liberação de ordem jurídica para atuar. Ao que parece, ele está à liberação de um advogado para entrar no ar novamente. Infelizmente, ainda não temos previsão de retorno.
Reforçando o pedido, indico o site Newport, que é do grupo Jumper, para informar-se sobre as principais notícias do basquete norte-americano e mundial.
sexta-feira, 10 de outubro de 2008
NBA Jumper e mais...
De qualquer forma, ainda existem um ou outro motivo que ainda valem alguns comentários, por menores que sejam:
Hoje, o Indiana Pacers teve uma grande vitória ao trocar o ala Shawne Williams para o Dallas Mavericks, pelo veterano Eddie Jones, duas escolhas de segunda rodada de drafts futuros e considerações financeiras. O atleta estava na lista negra da franquia, com o armador Jamaal Tinsley.
Para ser sincero, Williams é um protótipo de desastre para uma equipe séria. Aos 22 anos, é um atleta com um nível de maturidade comparável ao de um astro do basquete colegial e incapaz de manter-se longe de problemas extra-quadra. Tecnicamente, é limitado e tem pouca presença de quadra, limitando-se a pontuar.
No Mavericks, Shawne se une ao veterano Devean George, como jogadores que terão a função de preservar os atletas de perímetro mais importantes do elenco (Stackhouse, Howard, Kidd). Um passo para trás, tratando-se de alguém que já foi tratado como jovem talento e participava da rotação efetiva do Pacers.
O Pacers utilizará o dinheiro para dar buyout em Jones a abrir espaço na folha salarial. O pessoal de Indiana recruta bem, acertando mais do que errando. Com duas seleções de segunda rodada, conseguem trazer um bom jogador ou um prospecto estrangeiro considerável - que já serão mais proveitosos do que Shawne Williams. Larry Bird pode deitar a cabeça no travesseiro com um problema a menos.
Na quinta-feira, tive a oportunidade de acompanhar a partida entre Miami Heat e New Jersey Nets, pela ESPN. Mantendo o nível da pré-temporada, o jogo foi uma "pelada" de luxo, com franceses aplaudindo a cada boa jogada. Um jogo que passou longe da seriedade que a competição exigirá.
Sobre o Heat, fica claro que a armação está em aberto. Banks foi uma surpresa, pois até fez uma boa partida, apesar de estar em péssima fase. Chalmers sabe marcar, é bom jogador, mas precisa de mais tempo. Acreditar em Quinn ou numa recuperação imediata de Livingston é utopia.
Eu gosto do Daequan Cook, mas ele continua despreparado, com uma seleção de arremessos questionável. Yakhouba Diawara apareceu muito, nem sempre bem e não consegue convencer-me. Michael Beasley terá que conter um pouco a ânsia de finalizar, mas fez uma ótima partida e é um jogador diferente, especial. Para minha surpresa, Mark Blount também foi muito bem.
Pelo Nets, gostei da atuação do Chris Douglas-Roberts - o grande candidato a "steal" deste draft. Pelas suas atuações, fica evidente que ficou umas 20 escolhas aquém do que deveria. Também fui surpreendido positivamente pelo veterano Eddie Gill, que ainda tem espaço na NBA. Impressão contrária tive de Trenton Hassell, que continua uma nulidade em termos ofensivos.
A briga no garrafão da franquia é complicada. Boone e Sean Williams continuam sendo dignos de aposta e devem estar na rotação - o segundo, talvez, como titular. Ryan Anderson e Jianlian tem estilos de jogo muito parecidos e um deles não deve ter papel efetivo na rotação. O novato Lopez deverá ser titular, enquanto Stromile Swift ainda me parece mais valioso do que outros que citei.
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Muita gente vem questionando quando o NBA Jumper volta. A verdade é que nem eu mesmo sei. Mas, como muitos, sinto saudades do site. Passar meu dia sem visitar umas dez vezes o Jumper ainda é estranho, pois foi um exercício constante, até porque escrevo lá.
Assim como o resto do grupo, peço que acompanhem as notícias pelo portal Newsport, que é outro projeto do nosso pessoal. Sei que é diferente, pois é mesmo. Sinto falta de um espaço fechado, que reunia a comunidade brasileira da NBA e proporcionava a discussão franca - como o Jumper. Este era um espaço mais específico, enquanto o Newsport é bem mais generalista.
As notícias que são postadas no Newsport são as mesmas do NBA Jumper. As mesmas pessoas escrevem. As informações são as mesmas. Não serei hipócrita: a diferença vai além da aparência, senão não sentiríamos falta. No entanto, neste momento, o Newsport é o canal de comunicação do Jumper com o público.
Posso adiantar que o site passa por manutenção, para oferecer mais e melhores serviços. E, quando retornar, todos perceberão que as coisas melhoraram. Mais e melhores formas de comunicação. Nós, que escrevemos, vocês, leitores, e a informação vão ganhar. Fico empolgado de pensar nas possibilidades, realmente, possíveis.
Eu realmente não sei quando o NBA Jumper volta ao ar. Mas, posso garantir, ficarei tão feliz quanto vocês quando isso acontecer, pois está fazendo muita falta.
quinta-feira, 2 de outubro de 2008
O que esperar dos novatos (Parte 2)
Esta é a segunda parte da análise:
15. Robin Lopez (Phoenix Suns)
Lopez chega com um papel bem definido no Suns: ser o reserva de Shaquille O’Neal. Hoje, a função de Shaq na dinâmica da equipe é dar mais liberdade para Amare Stoudemire atacar a cesta, além de reforçar a defesa e força do garrafão. Como um especialista na realização do “trabalho sujo”, o calouro responde perfeitamente a esta necessidade. Levando em conta que o veterano costuma machucar-se com freqüência e precisa ser poupado para chegar 100% nos playoffs, é provável que vejamos Lopez muito tempo em quadra.
14. Anthony Randolph (Golden State Warriors)
Difícil dizer algo sobre a situação de Randolph. Na temporada passada, Don Nelson teve dois dos 20 primeiros selecionados do draft e pouco os utilizou. Ele tem muito talento e atleticismo, mas não acho que esteja 100% preparado para tornar-se profissional. Teve uma Liga de Verão boa – onde seu talento ficou claro, mas foi muito exigido. A situação toda vai ser definida durante a pré-temporada. Randolph lutará por um lugar na rotação com Brandan Wright, um jogador com virtudes muito parecidas com as dele, mas que tem um ano de experiência na Liga. Os dois são alas altos, jovens e atléticos, que carecem de mais pontaria nos arremesso para o run and gun. O calouro ainda tem mais um problema: descobrir se, com Nelson e entre os profissionais, será PF ou SF.
13. Brandon Rush (Indiana Pacers)
Rush foi uma ótima cartada para o Pacers. Ele é um ala que pode fazer de tudo em quadra e está absolutamente preparado para o basquete profissional. Será o reserva imediato dos titulares Danny Granger e Mike Dunleavy – algo que a franquia não tinha, na temporada passada. Acima de tudo, ele dá a segurança necessária para a equipe despachar o ruim contrato de Dunleavy, caso a proposta certa apareça. No mínimo, veremos o novato atuando 18 minutos por noite. E sempre veremos Rush ajudando sua equipe.
12. Jason Thompson (Sacramento Kings)
O Kings sabe surpreender nos recrutamentos e fazer escolhas contestadas se tornarem bons atletas. E, pelo que andei vendo, a história deve se repetir com Thompson – jogador explosivo, guerreiro e regular. O ala-pivô fez uma Liga de Verão sólida, com médias de 16.2 pontos e 8.6 rebotes por partida. No time, vai brigar por espaço com atletas em baixa, como Kenny Thomas e Mikki Moore, além do sub-aproveitado Shelden Williams. Thompson deverá ter muito tempo de quadra e acho que começará a temporada como titular.
11. Jerryd Bayless (Portland Trail Blazers)
Bayless teve um rendimento extraordinário na Liga de Verão, anotando média de quase 30 pontos por partida. Por um lado, isso foi ótimo, porque mostra ao Blazers que adquiriu um dos melhores pontuadores da turma. Por outro lado, deixa claro que Bayless, além de não ser um armador puro, será desperdiçado ofensivamente se tiver que distribuir o jogo. A tendência é que Blake continue sendo o armador titular e o calouro saia do banco de reservas para dar mais agressividade ao perímetro de Nate McMillan. Ele e Rudy Fernandez serão os sexto e sétimo jogadores da rotação.
10. Brook Lopez (New Jersey Nets)
Lopez não será um all-star, mas é um pivô seguro, esforçado e regular. Só isso já faz dele melhor do que os outros seis homens de garrafão do elenco de New Jersey. Em minha opinião, não havia melhor calouro para conferir a presença de força da qual tanto o Nets sentiu falta, nas últimas temporadas. Sua Liga de Verão não foi excelente, mas mostrou o necessário. Dificilmente, Lopez não vai ser titular. E, se não for, deverá ter mais tempo de quadra do que um dos dois pivôs do quinteto inicial.
9. DJ Augustin (Charlotte Bobcats)
Augustin é um armador que sabe finalizar e colocar os seus companheiros em condições de finalização. Foram médias de 16.9 pontos e 6.2 assistências, em dois anos de basquete universitário. Na Liga de Verão, anotou quase 20 pontos por partida. Inicialmente, DJ chega para ser reserva de Raymond Felton, atual titular. No entanto, o calouro atende melhor à concepção de jogo do treinador Larry Brown. Para mim, a temporada do Bobcats começa com Felton no quinteto titular e termina com Augustin.
8. Joe Alexander (Milwaukee Bucks)
Alexander é um ala atlético e técnico. Seu rendimento na Liga de Verão foi bem decepcionante, com 9.2 pontos de média e apenas 34% de aproveitamento nos arremessos. No entanto, o Bucks tem muita confiança no novato, a ponto de tê-lo selecionado no mesmo dia em que adquiriu Richard Jefferson. Alexander vai começar a temporada como reserva do ex-jogador do Nets e, se continuar mal, a franquia ainda deve insistir um pouco na sua permanência. Mas, sinceramente, acredito que Alexander entrará no ritmo rapidamente. Ele é um atleta esforçado e o comando da equipe está nas mãos de um treinador que sabe trabalhar com bons jovens – Scott Skiles.
7. Eric Gordon (Los Angeles Clippers)
Quando assisto Gordon jogar, vejo um futuro astro em quadra. Ele tem extremo talento, capacidade defensiva, um vastíssimo arsenal ofensivo e muita, mas muita personalidade. Eu só não vejo a maturidade para o basquete profissional. Nas duas partidas que fez na Liga de Verão, anotou média de 19 pontos, mas acertou 32% das suas tentativas. Em primeiro lugar, para atuar em um time de Mike Dunleavy, o novato terá que trabalhar sua seleção de chutes e levar a participação ofensiva além dos arremessos. Ele tem a chance de ser titular do Clippers, lutando por posição com o veterano Cuttino Mobley e, talvez, com o ala Ricky Davis. Provavelmente, sairá do banco de reservas. Muito ou pouco, vai depender de como seu estilo de jogo vai evoluir. De qualquer forma, é um grandíssimo talento.
6. Danilo Gallinari (New York Knicks)
O italiano Gallinari é perfeito para o sistema de jogo do treinador D’Antoni – um ala móvel, alto, que pode “ir e voltar” pela quadra e tem um ótimo arremesso. O problema é sua contusão nas costas, que causou a retirada da Liga de Verão e deve fazê-lo perder parte da pré-temporada. Na teoria, brigaria por tempo com Quentin Richardson, Jared Jeffries e Wilson Chandler, e acho que as chances do calouro ser titular eram grandes, pelo perfil ideal para o run and gun. Agora, ele começa a luta um passo atrás dos outros. Embora, sinceramente, D’Antoni tenha mostrado ter confiança no italiano ao bancar a sua escolha no draft.
5. Kevin Love (Minnesota Timberwolves)
Love foi escolhido pelo Grizzlies e trocado para o Timberwolves. Chega para trazer força e qualidade a um garrafão que, na prática, só tinha um jogador – Al Jefferson. Qualquer dúvida sobre sua titularidade foi dissipada após um ótimo rendimento na Liga de Verão (médias de 18 pontos e 13.5 rebotes). Jogando deste jeito e com reservas do calibre de Jason Collins, Mark Madsen e Calvin Booth, atuará por 30 minutos por noite e, em tais circunstâncias, tenha chances na briga pelo prêmio de novato do ano. Não sou grande fã do Love, mas ele é um bom jogador de basquete e um pivô com alta versatilidade e técnica (chuta para três, passa bem a bola, sabe jogar fora do garrafão).
4. Russell Westbrook (Oklahoma City Thunder)
Muitos analistas elogiam Westbrook. Certamente, trata-se do melhor armador defensivo deste draft. Está claro que começará a temporada como reserva do veterano Earl Watson, o que significa algo entre 15 e 24 minutos por partida. Segundo a maioria, a campanha do Thunder termina com o novato no quinteto titular. Eu não faço parte desta maioria. Questiono a capacidade ofensiva de Westbrook – não tem um bom arremesso e também não é um assistenciador, o tal do playmaker. Para mim, o caso dele lembra muito o de Corey Brewer, no último recrutamento, também defensor de elite com ofensiva razoável na NCAA e que teve uma estréia decepcionante como profissional, por causa da ineficácia no ataque.
3. OJ Mayo (Memphis Grizzlies)
Mayo tem boas chances de iniciar sua carreira profissional como titular. Ele é o melhor ala-armador do elenco (limitado) do Grizzlies, além de ser um jogador em quem a franquia deposita grande esperança – a ponto de abrir mão de Mike Miller e Kevin Love. Veteranos como Greg Buckner e Quinton Ross não tirarão a vaga no quinteto inicial de um calouro que anotou média de 20 pontos na temporada de estréia na NCAA e quase 19 na Liga de Verão. Suas maiores ameaças são Kyle Lowry e Javaris Crittenton, os dois talentosos reservas da armação principal. Se Mayo realmente for titular, jogará 25 ou 30 minutos como a segunda opção ofensiva do time (atrás de Rudy Gay) e, mesmo perdendo jogo após jogo, torna-se favorito ao prêmio de melhor novato do ano.
2. Michael Beasley (Miami Heat)
Beasley é mais um jogador que, salvo alguma grande mudança, começará sua carreira profissional como titular. Eu não considero estatísticas incontestáveis, mas um atleta que acumula médias de 26.2 pontos e 12.4 rebotes, no ano de estréia na NCAA, só pode ser um fenômeno. Ele pontua e reboteia com muita facilidade. Na NBA, existem boas chances de Beasley ser convertido em SF – por sua altura e porte físico –, o que pode dificultar o processo de adaptação e diminuir seu número de rebotes. No entanto, nada que preocupe. A segunda escolha do draft é mais um forte candidato ao prêmio de novato do ano.
1. Derrick Rose (Chicago Bulls)
O tempo muda tudo. Antes do recrutamento, diziam que o Bulls ia selecionar Rose e trocar Hinrich. Hoje, iniciados os treinos de pré-temporada, a franquia não só desistiu de negociar o titular da temporada passada como deve mantê-lo no quinteto inicial, deixando a primeira escolha no banco. Além disso, a rotação de armadores da franquia está congestionada, com cinco atletas, ou seja, mais um pouco de tempo que deve ser dissipado. Atualmente, a tendência é que Rose comece a temporada jogando 15 minutos por partida. Não tenho dúvidas de que o Bulls pegou o atleta mais talentoso da loteria e ter pouco espaço não faz do seu potencial maior ou menor. No entanto, a previsão realista para a primeira seleção de 2008 não é das melhores. No panorama atual, o novato é azarão na luta pelo prêmio de calouro do ano e, para a torcida, vale espelhar-se no exemplo de Deron Williams, que não “explodiu” na primeira temporada e só mostrou todo o seu talento nas campanhas seguintes.
Os casos de alguns novatos são mais interessantes de serem observados. O que mais chamou a minha atenção é o de Anthony Randolph, que chegou a ser apontado por um dos 25 principais analistas da ESPN norte-americana como principal candidato ao prêmio de melhor novato do ano.
Eu reconheço o talento do garoto, mas acho muito difícil que um calouro tenha tanto espaço no time de Don Nelson. Some-se a isto o fato de Randolph não ser um arremessador de elite ou um especialista em três pontos. O ala-pivô Brandan Wright, principal adversário do novato por tempo de quadra, passou o verão inteiro treinando seus arremessos. Eu acho complicado entender como pode haver tanta confiança em cima de Randolph.
Este foi o meu esforço para entender um pouco como os principais novatos desta temporada vão ser utilizados. A partir do segundo quarto da temporada, planejo continuar com as edições semanais do ranking dos novatos, no NBA Jumper, para manter a observação sobre os possíveis futuros astros da Liga.
Estes jogadores são talentosos. No entanto, o atleta também está inserido no panorama da equipe que defende – indo além de sua capacidade individual. Assim, existem aqueles que terão melhores ou piores oportunidades. Derrick Rose, primeira escolha, deve ter problemas para jogar em Chicago. Jason Thompson, grande “azarão” do recrutamento, tem boas chances de iniciar a temporada como titular do Kings. É assim que as coisas funcionam.
domingo, 28 de setembro de 2008
O que esperar dos novatos (Parte 1)
Por outro lado, para os torcedores, são potenciais momentos de enganação. A verdade é que é muito mais fácil se destacar neste momento. E o torcedor fica imaginando que aquele calouro que fez 40 pontos em um jogo é um futuro astro e/ou que o cara que nunca ouviu falar o nome pode ser uma boa contratação porque deu 15 assistências.
São níveis de competição diferentes, bem (bem mesmo) mais modestos do que os do basquete profissional. Existe um abismo entre jogar contra aquele cara que você enfrentou na NCAA, um outro que já jogou algum tempo na Liga de Desenvolvimento e o Kevin Garnett. Sempre foi e vai ser assim. Quando for diferente, estaremos com um problema.
Esperar que um novato vá bem é normal. A questão é o que se define como ir bem. O que eu tentarei fazer aqui é passar um panorama (ao máximo) realista do que você pode esperar do novato de primeira rodada da sua equipe, da função que ele terá/poderá ter dentro do time. De qualquer forma, você vai perceber, isso acaba um pouco influenciado pelas minhas opiniões sobre cada um.
Esta é a primeira parte da análise:
30. JR Giddens (Boston Celtics)
O Celtics selecionou Giddens sob a possibilidade de perder Sam Cassell para a aposentadoria e Eddie House para o mercado. Os dois vão voltar. Giddens passou a ser a quinta opção de armação do time, estando atrás de Rondo, Cassell, House e Gabe Pruitt. O destino do calouro será o mesmo que Pruitt teve em 2007-2008 – sem espaço, passou a maior parte do tempo na Liga de Desenvolvimento. Se entrar em quadra mais de 20 vezes na temporada, pode se considerar um vencedor.
29. DJ White (Oklahoma City Thunder)
O Thunder deu duas escolhas de segunda rodada para o Pistons, para garantir a seleção de White. Ele é um bom ala-pivô, experiente e pronto para a NBA. É visível que a franquia tem pretensões para DJ. Com certeza, estará na rotação de garrafão do time. Salvo uma série de lesões de outros atletas ou adaptação muito rápida, ficará no banco – mas não vai mofar por lá. White não será um craque, mas é um daqueles jogadores que podem ajudar de imediato.
28. Donte Greene (Sacramento Kings)
Ele teve espetaculares atuações nas Ligas de Verão, o que, como já disse, não significa que vá ser um gênio do basquete. A troca do Rockets para o Kings foi muito positiva – Greene deverá ter um papel muito importante na franquia de Sacramento. Pelo elenco, prevejo o ala como um dos principais jogadores do banco de reservas ou, até mesmo, um titular. Donte é muito talentoso, atlético e pontua com grande facilidade. Greene será valioso para o Kings.
27. Darrell Arthur (Memphis Grizzlies)
Darrell Arthur será de extrema valia para o Grizzlies. A rotação de pivôs do time é inexperiente e, em conseqüência, fraca. Inicialmente, o ala-pivô será reserva, mas vai ter um bom tempo de quadra. Ele é mais jogador do que os quatro companheiros – Milicic, Gasol, Warick e Ehadadi – e acredito que possa acabar a temporada como titular. Arthur tem físico desenvolvido, sabe arremessar e jogar dentro do garrafão. Mas, acima de tudo, terá espaço para mostrar todas as suas virtudes.
26. George Hill (San Antonio Spurs)
Hill entra em uma complicada briga pelo posto de reserva de Tony Parker. Esteve péssimo nas Ligas de Verão (acertou apenas dois de 25 arremessos, em três jogos). No entanto, os outros armadores também não empolgam: oscilam entre não-comprometer (Vaughn, Mason) e a inexperiência (Stoudamire, Farmer). A lesão de Ginobili favorece Hill, que é combo guard e compõem também na posição dois. Além disso, ele é o tipo de jogador atlético e explosivo que o veterano plantel texano carece. Acredito que possa ter um papel maior do que muitos esperam, mas precisa “vencer a seletiva”.
25. Nicolas Batum (Portland Trail Blazers)
Batum esteve muito mal nas Ligas de Verão, um rendimento que credenciava o retorno por mais um ou dois para o basquete europeu. No entanto, o time quis aproveitar a oportunidade e assinar logo. Certo seria mantê-lo por lá. Ele tem habilidade para ser um bom jogador na NBA, mas precisará de tempo para se adaptar. O desempenho fraco certamente vai limitar suas chances de jogo, ainda mais porque a rotação Outlaw/Webster será uma guerra – provavelmente, um deles não continuará na franquia para o futuro.
24. Serge Ibaka (Oklahoma City Thunder)
O pivô congolês ficará na Europa por mais um ou dois anos. É muito atlético, mas precisa de tempo para desenvolver mais suas habilidades. Ainda não está preparado. No momento certo, tem oportunidade de ser um pivô sólido dentro da Liga. Para uma franquia com tempo, como o Thunder, vale a pena esperar.
23. Kosta Koufos (Utah Jazz)
Certamente, Koufos não é o pivô defensivo que o Jazz precisa (e nunca será). Mas ele é um bom homem de garrafão – melhor do que Kyrylo Fesenko e Jarron Collins. A tendência é que o novato assuma, ao lado de Paul Millsap, o papel de dupla de suplentes de Mehmet Okur e Carlos Boozer. Na teoria, será o reserva do turco, pois tem um estilo ofensivo de jogo muito parecido com o de Okur. Não dá para pensar em um time do Jerry Sloan jogando com os dois juntos. Ele não é (exatamente) o que o Jazz procurava, mas será importante.
22. Courtney Lee (Orlando Magic)
Lee esteve muito bem na Liga de Verão, mostrando o que o Magic esperava: defesa agressiva e versatilidade ofensiva. Ele realmente pareceu uma versão melhorada de Maurice Evans – o que, porém, não lhe dará uma vaga entre os titulares. Pelo congestionamento da rotação de SGs da equipe – com Bogans, Pietrus e Redick –, é difícil definir quanto tempo Lee vai jogar. Certo é que, no sistema de quatro atletas abertos do treinador Stan Van Gundy, o ala-armador irá ganhar muitos minutos, porque o banco do Magic carece de alas.
21. Ryan Anderson (New Jersey Nets)
Hoje, o Nets tem sete jogadores de garrafão em seu elenco e Anderson não me parece ser o especial. Na boa Liga de Verão que realizou, deu uma mostra de quem é: um ala-pivô com bom arremesso, mas sem força física para desafiar os garrafões da NBA. Pelo que vi, é uma versão menos talentosa e versátil do chinês Yi Jianlian. Salvo uma grande mudança, Anderson não será titular. Se o asiático for, vai ser positivo para o novato: pelo estilo parecido, seria o substituto em potencial. Se não acontecer, o jovem é candidato forte à D-League – Eduardo Najera, Josh Boone e Sean Williams são mais capazes de dar ajuda imediata, já Ryan precisa “encorpar” mais.
20. Alexis Ajinca (Charlotte Bobcats)
O pivô francês deverá ficar mais tempo no basquete europeu ou na Liga de Desenvolvimento, aprimorando seu jogo. Sem dúvidas, a decisão certa. Ajinca é um talento, mas está muito “cru” e precisa melhorar. Ele ainda não é um grande destaque no panorama europeu, mas é esforçado e possui potencial.
19. JJ Hickson (Cleveland Cavaliers)
O Cavaliers coloca muita fé em Hickson, credenciado pelo ótimo rendimento na Liga de Verão. Ele é forte, inteligente e sabe pontuar. Mostrando empenho na defesa (algo básico), vai ser um dos pivôs que sairá do banco – o outro é Varejão – para substituir os titulares Zydrunas Ilgauskas e Ben Wallace. Dois veteranos, que poderão ser muito poupados. Em Cleveland, não faltará espaço para JJ atuar. Tudo conspira para que o novato inicie bem a carreira.
18. JaVale McGee (Washington Wizards)
Para mim, McGee ainda não está preparado para o basquete profissional. Tem talento e potencial, mas não tem rodagem. Não foi mal na Liga de Verão, mas também não se destacou. Com o retorno de Etan Thomas, é provável que o calouro seja incluído aos poucos no time, preenchendo as lacunas de tempo deixadas pela rotação Brendan Haywood/Thomas. É a forma certa de ir ambientando um atleta jovem como McGee. No entanto, acho que o seu destino deveria ser uma temporada na D-League.
17. Rot Hibbert (Indiana Pacers)
Hibbert é um dos meus novatos favoritos e o pivô mais preparado para jogar na Liga, considerando o “pacote” experiência e técnica. Seu papel no Pacers dependerá de como o treinador Jim O’Brien pretende dispor o time em quadra. Se jogarem correndo, o calouro não terá espaço. Em meia-quadra, será uma excelente e pronta opção para jogar. Jeff Foster, há anos em Indianapolis e profissional exemplar, será o titular e líder da equipe. É muito provável que Hibbert seja o seu reserva, com algo como 20 minutos por partida.
16. Marreese Speights (Philadelphia 76ers)
Na última temporada, o Sixers sentiu falta de um pivô com alta capacidade de pontuação. Speights tem este perfil, assim como Elton Brand. Pelo que vi do novato, ele tem um estilo (ofensivo) de atuar parecido com o do recém-contratado. Ou seja, deverá ser o reserva ideal. Com a séria contusão do secundarista Jason Smith, Speights perde um dos concorrentes por tempo de quadra. A tendência é que, junto com Reggie Evans e o veterano Theo Ratliff, Marreese reveze na substituição dos titulares Dalembert e Brand.